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Análise

Brasil gasta mais do que potências na Rio-2016, mas não tem esporte de base

Em termos absolutos, o gasto do Brasil para a Rio-2016 é bastante superior quando comparado ao de potências mundiais, como os EUA, líder do quadro de medalhas.

Isso apesar de o investimento brasileiro ser quase todo público, ao contrário do que é feito nos Estados Unidos.

O Brasil investiu uma média aproximada de R$ 1 bilhão ao ano no atual ciclo olímpico, enquanto o Canadá, em uma comparação, aplicou R$ 210 milhões/ano.

Nesse valor do Brasil estão inclusas verbas vindas da loteria, do orçamento do Ministério do Esporte e os recursos investidos pelas Forças Armadas, como também os patrocínios das grandes estatais.

Os EUA, com base em informações oficiais do comitê olímpico americano, gastam ao menos R$ 582 milhões por ano com os programas olímpico e paraolímpico. Mas esse valor é maior. Existem muitas doações, por exemplo, feitas todos os anos pelos cidadãos americanos que gostam de esporte.

AVANÇO AO LONGO DE 24 ANOSBrasil tem subido no ranking de medalhas a cada edição

O fato de os americanos terem ganhado 121 medalhas contra 19 do Brasil, apesar de o investimento ter sido um pouco mais da metade, tem uma explicação muito mais sistêmica do que meramente contábil.

O Brasil não tem esporte de base, nas escolas ou universidades. Não tem muitas vezes centros de treinamentos prontos. Os técnicos, em vários esportes, precisam ser importados. E os atletas tem que ser enviados mundo afora para competirem em alto nível.

Os atletas brasileiros estão quase sempre na ponta em competições pan-americanas, mas que em nível mundial equivaleria a ser campeão da segunda divisão.

O dinheiro gasto nos Estados Unidos, no caso dos comitês nacionais, vão apenas para lapidar os atletas que são quase certeza de medalha.

A grande infraestruturas das universidades e dos colégios é que fazem o papel de base. São outros bilhões de dólares gastos nesse item.

Enquanto o Brasil continuará sonhando a entrar no top 10 do quadro de medalhas, os canadenses também anunciaram o seu plano.

Até 2024 eles querem ficar entre os oito primeiros pelo número total de medalhas, uma vez que eles já fazem parte do chamado G8.

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