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Ouro com Argentina em Atenas, Magnano deixa o Brasil sem título expressivo

O argentino Rubén Magnano, 61, não resistiu à fraca campanha na Olimpíada do Rio e deixou a seleção brasileira masculina de basquete nesta terça-feira (23).

A saída do técnico foi sacramentada após uma reunião com o diretor de seleções da CBB (Confederação Brasileira de Basquete), Vanderlei Mazzuchini, na segunda (22).

Magnano, que estava na equipe desde 2010, tinha contrato com a entidade até a próxima quarta-feira (31).

De acordo com Mazzuchini, os resultados, como de praxe, pesaram para a saída do treinador. "A contribuição dele para o basquete brasileiro foi enorme nesses seis anos, mas vivemos de performance. Óbvio que o resultado é importante e entra na balança", disse.

Ouro em Atenas-2004 com a Argentina, Magnano chegou com status de estrela pelo feito com a seleção do seu país. Na ocasião, conduziu sua equipe até mesmo a derrotar, em semifinal, os Estados Unidos, maior potência do basquete.

No Brasil, porém, conseguiu pouco. Em seis anos, ele só ganhou um título, que foi a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, no Canadá.

O seu maior feito aconteceu em 2011, quando o Brasil conquistou uma vaga para Londres-2012 após ter ficado fora de três Jogos consecutivos. Na Inglaterra, o time foi eliminado nas quartas de final ao perder para o seu maior rival, a Argentina.

Em 2013, a seleção teve um de seus maiores vexames ao ser eliminada da Copa América com quatro derrotas. Na ocasião, Magnano não pôde contar com jogadores da NBA, um problema recorrente no Brasil e que, de fato, atrapalhou os planos do técnico em muitos torneios.

Depois de ficar na sexta colocação do Mundial de 2014, o argentino tinha como grande desafio colocar o Brasil no pódio dos Jogos do Rio. No entanto, fracassou.

Em um grupo difícil, perdeu três de cinco partidas e foi eliminado ainda na primeira fase da competição. Ficou em nono lugar.

Para o ex-jogador Marcel de Souza, 59, que participou de quatro Olimpíadas pela seleção e já foi treinador, o grande problema de Magnano foi não ter respeitado o perfil dos jogadores do país.

"Trata-se de um grande técnico, mas não conseguiu impor o estilo de jogo dele com os atletas brasileiros, que têm uma característica diferente de qualquer outro jogador do mundo. O armador, por exemplo, não tinha licença para matar [fazer a cesta]", disse Marcel.

Já Guerrinha, técnico do Mogi das Cruzes, citou o alto nível de competitividade dos Jogos para explicar as derrotas de Magnano.

"O grande problema é que o basquete masculino é muito competitivo. A forte Itália, por exemplo, nem veio para o Rio", afirmou.

Em 51 partidas oficiais no comando da seleção, Magnano teve 30 vitórias e 21 derrotas (59% de aproveitamento).

Em contato com a Folha, Oscar Schmidt aprovou a saída de Magnano, mas não quis se estender sobre o assunto. "Acho que seus resultados não foram bons", afirmou.

SUBSTITUTO?

A CBB ainda não divulgou o substituto de Magnano.

De acordo com Mazzuchini, a entidade não tem pressa para escolher o novo treinador, já que a seleção só volta a jogar no próximo ano.

Além disso, a CBB terá eleições em março de 2017. Carlos Nunes ocupa o cargo hoje, mas terá que sair, pois o estatuto da CBB não permite mais que uma reeleição.

José Neto, 45, ex-auxiliar de Magnano no time, desponta como favorito para a vaga.

O treinador do Flamengo é tetracampeão do NBB (principal campeonato de basquete do país) e está na seleção brasileira desde 2004.

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