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Aos 35 anos, bicampeã mundial Fabiana Murer confirma aposentadoria

A saltadora Fabiana Murer anunciou nesta quinta-feira (25) a sua aposentadoria do atletismo. Bicampeã mundial no salto com vara, a paulista de 35 anos e três Olimpíadas não resistiu às dores cervicais causadas por uma hérnia de disco que descobriu um mês antes da Rio-2016 e confirmou que não competirá mais.

"O esporte mudou minha vida. Nem sabia que o salto com vara fazia parte do atletismo. Não conhecia a prova. Mas o Elson [Miranda, técnico] me chamou. Passei por muitas dificuldades, foi conseguindo material, um caminho muito difícil sair do Brasil, tudo foi uma descoberta", disse Fabiana nesta quinta-feira.

"O que fica são as conquistas que eu tive. Tive momentos ruins não só em Olimpíadas mas em temporadas que tive que parar por causa de lesão. Tive muitas dificuldades mas muitas alegrias também. Termino minha carreira muito contente pelo que fiz", afirmou.

A partir de agora, a saltadora passa a ser responsável pelo relacionamento do clube BM&F Bovespa com atletas, federações nacionais e internacionais de atletismo.

Nos Jogos do Rio, Fabiana não passou das eliminatórias do salto com vara. Ela falhou nas três primeiras tentativas de passar dos 4,55 m e foi eliminada ainda na primeira fase.

"É a minha última Olimpíada. Vou encerrar a minha carreira neste ano. Tentei fazer o meu máximo, mas infelizmente não deu", disse Fabiana após a eliminação, no dia 16 de agosto.

Após a prova, a atleta afirmou que a hérnia de disco cervical, que havia descoberto no começo do mês anterior, atrapalhou o seu desempenho na prova em que era uma das favoritas à conquista de medalha.

RETROSPECTO

Fabiana foi campeã mundial em 2010 (indoor) e 2011 (em pista aberta). Ela também ganhou prata no Mundial de 2015, além de ter um bronze em 2008 (em pista coberta).

Em Jogos Pan-Americanos, a atleta nascida em Campinas (SP) tem um ouro (em 2007) e duas pratas (2011 e 2015).

Em Jogos Olímpicos, porém, ela falhou nas três edições em que participou.

Em Pequim-2008, na China, chegou até a final, mas se deparou com um imprevisto. Uma de suas varas sumiu e ela ficou longe do pódio. Terminou na décima colocação da final.

Já em Londres-2012 ela culpou o vento por não ter conquistado uma medalha. Ficou na 14ª posição na fase de classificação.

Antes dos Jogos do Rio, em julho, ela teve bom desempenho no Troféu Brasil. Saltou 4,87 m, segunda melhor marca do ano.

Depois de descobrir a hérnia de disco, ela fez trabalho de fisioterapia duas vezes ao dia para ter condições de competir no Rio. Porém, não conseguiu um bom resultado.

Até o fim do ano ela ainda poderia competir em etapa da Liga Diamante, da qual é bicampeã, mas desistiu em razão da dores.

"Não tentei saltar depois da Olimpíada. Tentei fazer exercícios de musculação e não consegui, ainda sinto falta de força do meu lado esquerdo. Até o último momento acreditei que seria possível. Trabalhei muito e acreditei. No começo a dor não passava, mas aos poucos fui melhorando. Quatro dias antes da competição tinha melhorado e feito saltos bons. Mas essa limitação do braço esquerdo fez com que o salto não funcionasse. O braço falha, desliga", disse a atleta que competiu a base de remédios.

Em relação às próximas gerações, que espera ajudar a formar, a bicampeã mundial acredita que possam surgir novas atletas no salto com vara para substituí-la.

"Ficou uma lacuna grande da minha geração para essas meninas mais novas que estão vindo. Mas lá em São Caetano tem duas meninas, das categorias de base, que estão chegando, a Juliana Menis e Ayla Sakamoto. São meninas mais altas do que eu, mas falta bastante coisa. Se elas precisarem vou lá estar dando meus palpites", finalizou a agora dirigente Fabiana Murer.

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