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Organizadores prometem abertura emocionante para os Jogos Paraolímpicos

Manobras de cadeira de roda em uma grande rampa dentro do estádio do Maracanã, apresentação de dança contemporânea com uma bailarina usando próteses nas pernas e homenagem à roda dos cadeirantes feita por uma roda de samba com Maria Rita, Xande de Pilares, Teresa Cristina, Pretinho da Serrinha, Monarco, Hamilton de Holanda, Diogo Nogueira e Gabrielzinho do Irajá, sambista que é cego. 

Essas são algumas das cenas que o público assistirá na cerimônia de abertura da Paraolimpíada, na próxima quarta-feira (7), às 18h15.

A organização da Paraolimpíadas apresentou, na manhã desta sexta-feira (2), alguns detalhes da cerimônia que abrirá os jogos, mas manteve mistério sobre a maior parte. 

Os organizadores não divulgaram, por exemplo, o nome de quem acenderá a pira Paraolímpica, que será igual a da Olimpíada, mas estará em outro ponto do estádio, em frente às tribunas de imprensa. 

Três atletas– ou ex-atletas– farão um revezamento da tocha e o último acenderá a chama. 

A Rio-2016, responsável pela organização dos Jogos, promete um momento de grande emoção para a entrada das bandeiras do Brasil e do IPC (Comitê Paralímpico Internacional, na sigla em inglês). 

Segundo Leonardo Caetano, diretor de Cerimônias da Rio-2016, será um brasileiro, não necessariamente atleta, mas que irá emocionar o público pelo apelo que tem. 

"Preparem os lencinhos", disse o escritor Marcelo Rubens Paiva, um dos três diretores criativos da cerimônia.   

Desobrigados de contar a história do Brasil, como fez a abertura da Olimpíada, os diretores, Vik Muniz, Marcelo Rubens Paiva e Fred Gelli, escolheram o tema "Todos têm coração". 

É, na verdade, um jogo de palavras com a expressão em inglês "everybody has a heart". Separando os dois termos que compõem a primeira palavra em inglês, cria-se a expressão "todo corpo tem um coração".  

ADAPTAÇÃO

A cerimônia quer mostrar, em 11 cenas, que deficientes físicos são apenas diferentes, e conseguem feitos tão ou mais incríveis do que pessoas consideradas "normais".

"Queremos mostrá-los como atletas de alta performance, que é o que são. Um atleta paraolímpico corre centenas de metros em poucos segundos. Não tem por que ter pena", diz Flávio Machado, vice-presidente do consórcio Cerimônias Cariocas 2016, responsável pela abertura dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos.

Marcelo Rubens Paiva acrescentou que a ideia não é passar mensagem de superação, e sim de adaptação. 

"Tínhamos inicialmente essa ideia da superação, mas pensei: 'não, pera lá. Eu não superei porra nenhuma. O mote é adaptação", disse ele, que no final dos anos 70 ficou paraplégico ao pular de cabeça em um lago e bater de cabeça em uma pedra. 

CENAS

A cerimônia deve durar em torno de duas horas e 45 minutos. Dois mil voluntários, 78 bailarinos não deficientes e duas companhias de dança para cadeirantes participarão das coreografias.

Folha assistiu a um ensaio do segmento que fala justamente sobre a roda, que ajuda cadeirantes a se locomover. 

No centro do palco, em um círculo, músicos tocam "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, e "O Show Tem Que Continuar", do grupo Fundo de Quintal.

Voluntários montados em bicicletas com rodas adornadas entram em cena e circundam o grupo. Outros voluntários os seguem, estes empurrando rodas maiores. 

A imagem forma uma espécie de mandala "meio circense, meio futurista", como descreve o diretor de cerimônia das Rio 2016, Leonardo Caetano. Há cadeirantes entre os voluntários.

Ao lado do palco, dezenas de bolas aguardam para entrar em cena. Elas serão parte de um segmento sobre a praia carioca, que os diretores veem como um símbolo de diversidade, um lugar onde pessoas de diversas origens se encontram. Essa cena será a única com referências mais marcadas sobre o Brasil. 

Uma sequência de cenas trará, com projeções, cenografia e coreografia, questionamentos ligados aos sentidos. 

Outro segmento falará da interação do ser humano com a tecnologia – "máquinas se humanizando, pessoas se misturando com a tecnologia", descreve Gelli.

INÍCIO

A cerimônia vai começar com um vídeo do presidente do Comitê Paraolímpico Internacional, o britânico Phillip Craven, ex-jogador de basquete, arrumando as malas em Londres e rumando para o Brasil, onde passeia de cadeira de rodas por várias cidades, terminando no Rio, no próprio Maracanã, onde Craven "desembarcará" do vídeo e entrará no palco. 

Também no início, um atleta estrangeiro descerá de cadeira de rodas uma rampa da extensão da arquibancada do Maracanã, e deve fazer uma manobra radical ao chegar ao palco. Caetano não revelou quem fará a performance. 

DANÇA

A outra atração internacional será a atleta paraolímpica americana de snowboard Amy Purdy, bronze nos jogos de inverno de Sochi-2014, e que fará uma apresentação de dança nos momentos iniciais da cerimônia. 
A atleta Amy Purdy perdeu as pernas aos 19 anos por consequência de uma meningite que afetou seu sistema circulatório e atualmente usa próteses. 

Sua apresentação será uma das mais longas da cerimônia e deve durar entre quatro e cinco minutos. Ela começará a performance inicialmente sozinha e perto do fim um parceiro– mantido em sigilo– irá se unir à atleta. 
Purdy já participou do programa "Dança dos Famosos" nos EUA. "Estou incrivelmente agradecida pela oportunidade. Será totalmente diferente do que dançar na televisão. Será uma dança contemporânea com um sabor brasileiro", disse.

"A Amy será a nossa Gisele [Bundchen]", disse Marcelo Rubens Paiva, fazendo referência à beleza da atleta. 

Toda a coreografia da cerimônia foi feita por Cassi Abranches, coreógrafa do Grupo Corpo. O figurino é de Ronaldo Fraga.  Fernanda Lima, Marcelo Rubens Paiva e o mascote Tom serão os "animadores" do pré-show.

HINO

O hino nacional ficará por conta do pianista João Carlos Martins, símbolo de superação por ter interrompido a carreira por uma série problemas físicos.

Em 1965, uma perfuração na altura do cotovelo provocou atrofia em três dedos de sua mão, impossibilitando-o de tocar por um ano; quando voltou, teve distúrbios osteomusculares e parou de novo de tocar; em 1995, sofreu um assalto em Sofia, na Bulgária, onde levou uma pancada na cabeça que comprometeu irreversivelmente seu braço direito – em seguida, fez um disco chamado "Só Para Mão Esquerda".

DESFILE

O desfile das 163 delegações terá uma novidade em relação aos das outras cerimônias. Os 6 mil atletas esperados entrarão portando fotos suas. À medida que forem entrando, formarão uma grande imagem composta pelas diversas fotos, no estilo dos retratos de "mosaico" que Vik Muniz costuma fazer. 

O desfile dos atletas ocorrerá antes do fim da cerimônia. A ideia é que os participantes possam assistir de perto as performances. 

TEMER
 
Assim como na cerimônia de abertura da Olimpíada, a declaração para abertura dos Jogos Paraolímpicos caberá a autoridade máxima do país. 

Segundo a Rio-2016, o presidente do país, Michel Temer, ainda não confirmou participação– após ser vaiado na abertura da Olimpíada, ele não participou da cerimônia de encerramento.  

Segundo o diretor de cerimônias do Comitê Rio 2016, Leonardo Caetano, os orçamentos da abertura Paraolímpica e o encerramento da Olímpica correspondem, juntos, a cerca de 15% do custo total de cerimônias da Rio 2016.

INGRESSOS

Até o momento foram vendidos 45 mil ingressos. Segundo o comitê organizador, ainda estão disponíveis quatro mil ingressos. 

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