Investigadores da Operação Hashtag, que averigua a atuação de um grupo simpatizante ao terrorismo no Brasil, terão até o fim da semana que vem para apresentar suas conclusões sobre o material apreendido na investigação.
Em decisão desta quinta-feira (8), o juiz federal Marcos Josegrei da Silva determinou que os laudos sejam concluídos até o dia 16 de setembro.
Os computadores, celulares, tablets e pen drives sob análise foram apreendidos entre julho e agosto, quando a Polícia Federal prendeu suspeitos de planejar um atentado terrorista na Olimpíada do Rio.
O grupo cogitou usar armas químicas no ato e contaminar uma estação de abastecimento de água, conforme revelou a Folha.
Os planos eram discutidos pelo aplicativo Telegram e por e-mail, com frequentes apologias ao Estado Islâmico. Ramificado em sete Estados, o grupo começou a ser monitorado em março, depois de a PF receber um alerta do FBI.
Os 15 investigados estão presos em Campo Grande (MS). A maioria das prisões vence no próximo dia 18.
Estado Islâmico - Entenda a facção terrorista
DEPOIMENTOS
Em novos depoimentos à polícia, divulgados nesta quinta (8), três investigados voltaram atrás e disseram não apoiar o Estado Islâmico ou concordar com o terrorismo.
Um deles disse que postagens sobre a produção de uma bomba caseira eram "apenas uma brincadeira", e outro afirmou que "em nenhum momento passou pela cabeça aderir à convocação para doutrinação e treinamento físico".
Outro ainda afirmou que o islamismo fez parte de "uma fase de confusão mental", e disse ter se convertido ao cristianismo recentemente.
A maioria dos presos, porém, permaneceu em silêncio quando perguntada sobre os planos do atentado terrorista ou sua simpatia pelo Estado Islâmico.