A inclusão de novas modalidades na próxima edição dos Jogos Olímpicos tem potencial para alavancar o Brasil no quadro de medalhas.
Dos cinco esportes que foram aprovados pelo COI (Comitê Olímpico Internacional) para Tóquio-2020, em três o país teria expectativa por pódios, caso a Olimpíada fosse realizada hoje.
Atletas brasileiros estão entre os melhores do mundo no surfe, no skate e no caratê. Escalada e beisebol/softbol são os outros dois esportes que agora também fazem parte do programa olímpico.
Apesar de ainda não definidos os critérios de classificação e como serão as competições dessas modalidades na Olimpíada, atletas brasileiros já se animam com a chance de disputar os Jogos.
No surfe, Gabriel Medina, 22, e Adriano de Souza, 29, o Mineirinho, deram ao Brasil o bicampeonato em 2014 e 2015, respectivamente, e são os principais responsáveis por levar o país a outro patamar no esporte. Na atual temporada da WSL (World Surf League), Medina aparece na terceira colocação e está na disputa por novo título.
Vitoriosa, a nova geração do país é conhecida como "Brazilian Storm" (tempestade brasileira) e conta ainda com surfistas como Filipe Toledo, 21, e Ítalo Ferreira, 22.
"Ainda falta muito tempo para a competição de Tóquio, mas já penso muito em conseguir uma medalha para o Brasil. Com certeza o país estará bem representado. Temos uma geração muito forte", afirma Medina.
Também com a popularidade em alta no país, o skate é outro esporte que promete trazer alegria aos brasileiros.
Apesar de skatistas vitoriosos como Bob Burnquist, 39, e Sandro Dias, 41, também conhecido como Mineirinho, estarem em idade avançada para a competição olímpica, o Brasil tem uma geração talentosa de jovens, que sempre aparece nas primeiras colocações dos principais campeonatos internacionais.
Kelvin Hoefler, 22, Letícia Bufoni, 23, e Luan de Oliveira, 25, possuem currículos de peso. Os dois primeiros são tetracampeões do mundo na modalidade street skate (onde os obstáculos simulam um circuito de rua), que estará nos Jogos. Já Oliveira foi campeão em 2015 da Street League, um dos principais torneios da modalidade.
| Harry How/AFP | ||
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| O skatista brasileiro Pedro Barros faz manobra durante o X-Games |
No skatepark (onde o ambiente é construído especialmente para a prática do skate), outra prova que estará em Tóquio, o brasileiro Pedro Barros, 21, é o atual campeão do X-Games, o principal campeonato de esportes radicais. Ao todo, ele possui seis medalhas de ouro no evento.
O esporte ainda conta com atletas que, apesar da pouca idade, são grandes promessas, como Pâmela Rosa, 16, que já conquistou duas medalhas de ouro no X-Games, na categoria street.
Para o vice-presidente da Confederação Brasileira de Skate, Edson Scander, o surgimento de novos talentos acompanha o crescimento do número de praticantes no Brasil. Segundo ele, houve salto de 3,8 milhões, em 2010, para 8,5 milhões, em 2015.
"O pessoal está animado com uma possível participação [nos Jogos]. Isso vai trazer visibilidade ainda maior ao esporte e principalmente uma desmarginalização, que ainda existe em alguns lugares do Brasil", diz Scander.
No caratê, a expectativa por medalhas não será menor. O esporte foi disputado no Pan de 2015, em Toronto, quando a equipe brasileira ficou com cinco ouros.
| Geoff Burke-USA TODAY Sports | ||
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| Brasileira Valeria Kumizaki durante luta com canadense Kate Campbell |
Atletas como Douglas Brose, 30, bicampeão mundial, Vinicius Figueira, bronze no Mundial de 2014, Valeria Kumizaki, 31, e Natalia Brozulatto, 26, ambas ouro no Pan de 2015, têm potencial para bons resultados em 2020.
"Na categoria principal não se fala em outra coisa [a não ser os Jogos]", diz o técnico da seleção brasileira de caratê, Ricardo Aguiar.
Segundo ele, o país possui também uma nova geração promissora. No campeonato Pan-americano sub-21, no Equador, o Brasil ficou com a segunda colocação geral e conquistou o melhor resultado dos últimos cinco anos na categoria de base.
Menos tradicionais no Brasil, beisebol, softbol e escalada têm ambições bem mais modestas para os Jogos.
Para o presidente da confederação brasileira de softbol e beisebol, Jorge Otsuka, por exemplo, o grande objetivo do país é garantir uma vaga nos Jogos de Tóquio. Hoje, o Brasil figura em 14º no ranking mundial.
CONFIRA AS NOVAS MODALIDADES
SKATE
Esporte individual, com diferentes modalidades. Nos Jogos, ocorrerão disputas em street e park. No caso do street, os obstáculos simulam um circuito de rua (bancos, corrimões, rampas, muretas, escadas, paredes inclinadas etc.)
Federação internacional: ISF
Principais torneios: Street League e X-Games
No Brasil
Confederação Brasileira: CBSk
Profissionais: 700
Praticantes: 8,5 milhões de praticantes
Principais nomes: Bob Burnquist, Sandro Dias (Mineirinho), Leticia Bufoni, Rony Gomes
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SURFE
Praticado no mar e sobre uma prancha, o atleta realiza manobras que são avaliadas (com notas) de acordo com o grau de dificuldade. As disputas ocorrem em baterias, com três fases, quartas de final (e repescagem), semifinal e final. As baterias duram, em média, 30 minutos (podendo ser alterado). Cinco juízes avaliam cada bateria e dão notas de 0 a 10 para a onda surfada. A maior e a menor nota são descartadas. A média das três restantes dá a pontuação do atleta.
Federação internacional: ISA
Principal torneio: Circuito Mundial de Surfe
No Brasil
Confederação Brasileira: CBS
Praticantes: 4 milhões
Principais nomes: Gabriel Medina e Adriano de Souza
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ESCALADA ESPORTIVA
Esporte que conta com três modalidades (esportiva, tradicional - "trad" e boulder). Na esportiva, há anéis de proteção prefixados na rocha nos quais o escalador encaixa o mosquetão (anel de metal portátil com segmento móvel) e corda de segurança. O nível de dificuldade depende do grau de inclinação da rocha (parede), do tamanho dos apoios para pés e mão e do nível técnico dos movimentos
Federação internacional: IFSC
Principais torneios: Mundial e Copa do Mundo
No Brasil
Entidade: ABEE (Associação Brasileira de Escalada Esportiva)
Atletas: 80
Praticantes: 5.000
Principal nome: Felipe Camargo
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BEISEBOL / SOFTBOL
Beisebol: Esporte coletivo jogado entre dois times com nove atletas cada um, em um campo com formato de diamante. Há um revezamento entre os jogadores dos dois times: enquanto uma equipe ataca, a outra defende. O objetivo do jogo é marcar pontos, ou corridas. O time que está atacando faz um ponto quando um jogador consegue completar uma volta em sentido anti-horário passando pelas quatro bases (que formam um quadrado perfeito e ficam a 27,3 m de distância uma da outra).
Softbol: Semelhante ao beisebol, mas com características próprias. Começa pelo arremesso do pitcher. No softbol, o lançamento da porta parte do movimento do braço de baixo para cima, e não de cima para baixo, como no beisebol. A bola também e a área do campo também são diferentes. No beisebol, são nove innings (conjunto de um ataque e uma defesa de uma determinada equipe), e, no softbol, são sete
Federação internacional: Ibaf
Principais torneios: MLB (EUA), NPB (Japão) e World Baseball Classic
Brasil:
Confederação brasileira: CBBS
Atletas: 3.000
Praticantes: 15.000
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CARATÊ
Esporte individual, baseado na arte marcial japonesa que significa "mãos vazias" e que concilia técnicas de ataque e defesa pessoal, com socos e chutes. Nos Jogos, serão duas modalidades (kumite e kata). No kumite, que consiste no combate, a pontuação é similar à do judô, com ippon (3 pontos), waza-ari (2 pontos) e yukô (1 ponto). No kata, que consiste na apresentação individual, os atletas são avaliados pela demonstração dos golpes.
Federação internacional: WKF
Principal torneio: Mundial de caratê
No Brasil
Confederação brasileira: CBK
Atletas: 220 mil (filiados a confederação)
Praticantes: 350 mil
Principais nomes: Douglas Brose, Hernani Verissimo, Natália Brosulatto e Valéria Kumizaki