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Campeões olímpicos inspiram seleção de vôlei sentado no Rio

A realidade do elenco é outra, a formação é diferente, a exemplo da forma de se praticar o esporte, a história tem trajetória distinta, mas, mesmo assim, a seleção paraolímpica de vôlei sentado está carregando responsabilidade e expectativa em torno da medalha de ouro na Paraolimpíada do Rio parecidas com as da seleção brasileira de vôlei convencional.

Para dar conta da pressão, o técnico do elenco, Fernando Guimarães, que é irmão do líbero Serginho, recém-aposentado do time olímpico, lançou mão de uma estratégia de aproximação com o vôlei que se joga em pé.

"Estamos aproveitando do talento e do conhecimento de ídolos nacionais, como o Escada [outro apelido de Serginho], para mostrar somar conhecimento e motivar o grupo", afirmou o treinador.

Na última quinta-feira (8), o elenco recebeu a visita e ouviu conselhos de Bernardinho, que acompanhou um treino da equipe.

"Falar de superação aqui não faria sentido porque é algo que eles vivem o tempo todo. Então, falei sobre a força que é necessária para um time vencedor, da importância da união e da disciplina", disse Bernardinho.

Segundo ele, também é preciso "viver intensamente" o momento da competição. "Não se pode jogar escondido atrás de conveniências de resultados e é fundamental agir de forma correta em quadra. Perfeito ninguém é. Sou muito chato, enérgico, mas mantenho minhas verdades."

Uma outra medida para tentar o ouro e repetir o feito do time convencional foi chamar para o grupo um ex-jogador da modalidade convencional, o ponta Frederico Dória, 43, o Fred, que atuou por 23 anos em quadras tradicionais, maiores que as do vôlei sentado, que têm 10 m x 6 m.

Em 2013, com a chegada dele, que tem pequena deficiência no joelho esquerdo –a modalidade permite que alguns jogadores tenham deficiências leves–, o time paoralímpico do Brasil já conseguiu ser vice mundial, em 2014, na Polônia, e conquistar a medalha de ouro no Parapan de 2015, no Canadá.

"O Fred ajudou muito e estamos fazendo um trabalho muito forte desde 2013. A mistura de gente nova com veteranos foi muito boa. Vai dar certo", disse o atacante Gilberto Lourenço da Silva.

FAMÍLIA

Para o ponta Anderson Ribas, um dos mais experientes do grupo, chegar mais perto dos vencedores olímpicos foi impactante no grupo.

"Estamos mais unidos, mais fortes e com mais espírito de família nos últimos anos", declarou o jogador.

Em relação à pressão pelo ouro, o jogador é comedido. "A ideia é sair em primeiro da chave [que tem EUA, Egito e Alemanha] na fase de grupo. A torcida será um grande diferencial, nossas famílias assistindo no estádio, também. Vale tudo, podem vaiar o adversário e bater panela, o que importa é a gente ganhar."

De largada, a estratégia parece ter surtido efeito. Na estreia, na última sexta-feira (9), o Brasil bateu os EUA por 3 sets a 0. No segundo desafio, neste domingo (11), contra o Egito, os brasileiros também perderam por 3 sets a 2. A campanha, porém, também pode ser vista como inspiração: na fase classificatória, o time de Bernardinho também sofreu dois revezes (para os EUA e para a Itália). No final, deu ouro.

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