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Veja frases surpreendentes e bem-humoradas da Paraolimpíada

A essência dos Jogos Paraolímpicos é a atuação dos atletas, a busca de cada um pelo seu limite –e pela medalha.

A diferença para a Olimpíada é que cada competidor tem algum tipo de deficiência (física, visual, mental), o que parece tornar mais árduo e dramático correr, nadar ou saltar; chutar, cortar ou arremessar uma bola; acertar o alvo; remar.

E sendo assim, igual porém diferente, o que passa na cabeça do esportista paraolímpico? É natural que muitas vezes não pensem como o esportista olímpico.

Para expor uma parcela da voz dos competidores que estiveram no Rio, a Folha selecionou frases, entre inspiradoras, surpreendentes e bem-humoradas, ditas durante a Paraolimpíada de 2016.

QUINTA-FEIRA (8)

Michael Yule (Grã-Bretanha), 37, biamputado, sexto colocado no halterofilismo (até 65 kg):
"Não importa quantas pernas você tem. Só existem seis outras pessoas no mundo no meu peso que podem me superar. Nós somos os trogloditas do esporte paraolímpico. Pegamos coisas pesadas para levantar, e eu adoro isso"

SEXTA-FEIRA (9)

Gracelino Barbosa (Cabo Verde), 31, deficiente intelectual, bronze nos 400 m (primeira medalha do país em uma Paraolimpíada)
"Eu sou o 24º no ranking. Cheguei aqui sem expectativa de ganhar medalha. Posso dizer que atuei no Rio como um paraquedista que conseguiu um pouso perfeito"

Sophie Thornhill (Grã-Bretanha), 20, deficiente visual, ouro no ciclismo (1.000 m contra o cronômetro):
"Não acredito! Eu recebi um tuíte do Manchester United! Não estou nem aí para mais nada!" [O técnico dela afirmou que o contato do clube de coração foi o momento mais importante para ela no dia, e não a medalha].

SÁBADO (10)

Salvador Hernandez Mondragon (México), 52, cadeirante, bronze no atletismo (100 m):
"Deus me tirou a capacidade de andar, mas me deu a de voar"

Sergio Moraes/Reuters
2016 Rio Paralympics - Athletics - Men's 100m - T53 - Olympic Stadium - Rio de Janeiro, Brazil - 09/09/2016. Salvador Mondragon Hernandez of Mexico competes REUTERS/Sergio Moraes NO SALES. FOR EDITORIAL USE ONLY. NOT FOR SALE FOR MARKETING OR ADVERTISING CAMPAIGNS. ORG XMIT: DOM102
O atleta mexicano na prova dos 100 m T 53

Petrúcio dos Santos (Brasil), 19, que tem deficiência no braço, ouro no atletismo (100 m):
"Na hora em que entrei no estádio [Engenhão) e vi que estava cheio, com a torcida gritando, minhas pernas ficaram tão felizes que correram sozinhas, e eu fui atrás delas"

DOMINGO (11)

Kurt Fearnley (Austrália), 35, cadeirante, bronze no atletismo (5.000 m):
"Ela tem 15 anos de vida e é azul... ou pelo menos costumava ser azul. Não tenho mais certeza se tem ainda alguma cor [sobre a cueca da sorte]."

SEGUNDA-FEIRA (12)

Oksana Boturchuk (Ucrânia), 32, deficiente visual, prata no atletismo (200 m):
"Minha filha queria uma mascotinha [Tom, mascote da Paraolimpíada]. Ela viu ser entregue [uma miniatura] no pódio a uma judoca campeã e me disse: 'A mesma, mas com o cabelo prateado'. Respondi: 'Mas essa é a que a segunda colocada recebe'. E ela: 'É a mais bonita'. [Coincidência ou não, ela chegou em segundo lugar, para a alegria da filha]."

Will Bayley (tênis de mesa), 28, portador de artogripose (doença que limita o movimento dos membros), ouro após derrotar o brasileiro Israel Stroh
"Fiquei tão empolgado [ao ganhar o ouro] que saltei sobre a mesa. Eu normalmente não conseguiria, levaria um tempão para subir. Foi muito bom, mas tive medo de que ela fosse quebrar"

Liam Malone (Nova Zelândia), 22, biamputado, ouro no atletismo (200 m):
"As pessoas com deficiência têm pouca representatividade na indústria do entretenimento. Olhem para Peter Dinklage, de "Game of Thrones", que tem nanismo. É superinspirador. Se ele pode, por que eu não posso [ser ator]?"

Christophe Simon/AFP
New Zealand's Liam Malone celebrates after winning the men's 200m race at the Olympic Stadium during the Paralympic Games in Rio de Janeiro, Brazil on September 12, 2016. / AFP PHOTO / CHRISTOPHE SIMON ORG XMIT: TOF1629
O atleta neozelandês celebra o ouro

Grzegorz Pluta (Polônia), 41, cadeirante, após a derrota na esgrima (sabre):
"Perdi o bronze para ele [o também polonês Adrian Castro, 26, que será seu futuro genro], então ele ganhará dinheiro com essa medalha e terá de pagar os custos do casamento. Lógico que terá."

TERÇA-FEIRA (13)

Sophie Pascoe (Nova Zelândia), 23, amputada na perna esquerda, três ouros e duas pratas na natação:
"É um alívio que terminou. Dez disputas em cinco dias. Para ser honesta, estou totalmente destruída [após competir em eliminatória e final por cinco dias seguidos]"

QUARTA-FEIRA (14)

Dylan Alcott (Austrália), 25, cadeirante, ouro em simples e duplas no Rio, no tênis, e ouro em Pequim-2008, no basquete:
"Eu era um menino inseguro por causa da minha deficiência. As outras crianças me chamavam de aleijado... e eu acreditava nelas. Se você me dissesse, quando eu tinha 12 anos e não queria ir à escola, que eu seria três vezes campeão paraolímpico em dois esportes, eu teria dito: 'Vá se ferrar!'."

QUINTA-FEIRA (15)

Emma Wiggs (Grã-Bretanha), 36, ouro na canoagem de velocidade:
"Quero que nos vejam como atletas. Sei que há uma história por trás de cada [esportista] paraolímpico, mas nós suamos o mesmo suor que os olímpicos"

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