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Percurso onde ciclista iraniano morreu foi autorizado por federação, diz Rio-2016

O diretor de Esporte da Rio-2016, Agberto Guimarães, disse na manhã deste domingo (18) que o percurso da prova de ciclismo de estrada, onde o atleta iraniano Bahman Golbarnezhad, 48, se acidentou e morreu foi testado e aprovado pela Federação Internacional de Ciclismo.

Guimarães explicou que o trajeto foi escolhido pelo comitê organizador, mas passou pelo crivo da federação que comanda o esporte.

"O comitê, antes de definir o percurso, segue a orientação da federação internacional. Ele foi escolhido, aprovado e testado por quem é de direito, a Federação Internacional de Ciclismo", disse.

O iraniano competia na prova de ciclismo de estrada, pelo bairro do Recreio, zona oeste do Rio, neste sábado, quando perdeu o controle e, na queda, bateu com a cabeça. Ele teve hemorragia e morreu.

Divulgação
 Ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad
Ciclista iraniano Bahman Golbarnezhad

Segundo o diretor de comunicação da Rio-2016, Mário Andrada, a ambulância que levou o atleta ao hospital tinha "todos os equipamentos" necessários para o atendimento.

O atleta foi acompanhado na ambulância por uma médica, e não por um paramédico, como é de costume. A médica chegou a ordenar por mais de uma vez a parada do veículo para que a equipe pudesse fazer manobras de ressuscitação.

"O percurso até o hospital foi demorado justamente por isso, porque houve parada para a estabilização do atleta", disse.

A morte do iraniano foi a primeira da história da Paraolimpíada. Golbarnezhad não tinha a perna esquerda e usava uma prótese. A queda ocorreu no final da disputa de 15 km.

Golbarnezhad participou dos Jogos de Londres, em 2012. Ele ficou em 23º lugar na prova de estrada. Na perseguição contrarrelógio de 1.000m, o iraniano ficou em 18º lugar em 2012.

"Ontem foi um dia triste pelo falecimento do ciclista iraniano. Já enviamos os nossos sentimentos à família e ao comitê paralímpico do Irã", disse o presidente da Rio 2016, Carlos Artur Nuzman.

A Polícia Civil do Rio informou que irá investigar o caso. Chamará testemunhas para depor, mas ainda não definiu quem será ouvido.

O ciclismo protagonizou acidentes graves nos Jogos Olímpicos do Rio.

A holandesa Annemiek van Vleuten sofreu três fraturas na espinha dorsal ao cair da bicicleta durante a prova de estrada. Ela ficou internada na UTI de um hospital carioca, mas foi liberada dias depois.

O circuito do Rio foi considerado um dos mais bonitos e perigosos da história olímpica.

Van Vleuten liderava a prova quando, a 10 km do final, perdeu a tangência em uma curva e acabou escapando da pista. A holandesa caiu de cabeça em uma sarjeta e permaneceu imóvel no local da queda.

Em 2007, o argentino Carlos Raul Maslup, 48, medalhista de bronze no tênis de mesa nos Jogos Parapan-Americanos, sofreu um AVC (acidente vascular cerebral) um dia antes do final do evento. Quatro dias depois, ele morreu num hospital público do Rio.

FATALIDADE

O ministro do Esporte, Leonardo Picciani, afirmou, neste domingo (18), que o atendimento ao ciclista foi adequado.

"Foi uma fatalidade", afirmou Picciani. "O ciclismo é um esporte com muitos riscos e, ao longo da história, infelizmente existiram vários acidentes fatais."

"Pelos relatos que temos, o socorro ao atleta foi prestado de maneira adequada. As equipes chegaram a reanimá-lo quatro vezes", disse o ministro, em entrevista para fazer um balanço da participação brasileira nos Jogos.

Questionado sobre o risco de utilizar, na Paraolimpíada, o mesmo circuito da Olimpíada, ele respondeu que a escolha cabe aos organizadores da prova e não ao governo.

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