Quem
foi Ganga-Zumba
Da
enviada a Salvador e Maceió
Ganga-Zumba foi o primeiro grande chefe conhecido do Quilombo
de Palmares. Era tio de Zumbi e celebrizou-se por ter assinado
um tratado de paz com o governo de Pernambuco.
Em 1677, sob sua chefia, Palmares travou dura guerra contra
a expedição portuguesa de Fernão Carrilho.
Nesta batalha, as tropas da coroa fizeram 47 prisioneiros,
entre os quais dois filhos de Ganga-Zumba _Zambi e Acaiene_,
netos e sobrinhos. Um de seus filhos, Toculo, foi morto na
luta. O próprio Ganga-Zumba foi ferido por uma flecha
mas escapou.
Em 1678, o governador Pedro de Almeida fez a primeira proposta
de paz a Ganga-Zumba, oferecendo ''união, bom tratamento
e terras'', além de prometer devolver ''as mulheres
e filhos'' de negros que estivessem em seu poder.
Em junho de 1678, o oficial enviado a Palmares para levar
a proposta retornou a Recife, à frente de um grupo
de 15 palmarinos, entre os quais se encontravam três
filhos de Ganga-Zumba, recebidos pelo governador Almeida.
Em troca da paz, os palmarinos pediam liberdade para os nascidos
em Palmares, permissão para estabelecer ''comércio
e trato'' com os moradores da região e um lugar onde
pudessem viver ''sujeitos às disposições''
da autoridade da capitania. Prometiam entregar os escravos
que dali em diante fugissem e fossem para Palmares.
Em novembro do mesmo ano, Ganga-Zumba foi a Recife assinar
o acordo. É cedida a ele e seus partidários
a região de Cucaú, distante 32 km de Serinhaém.
Parte dos palmarinos, liderados por Zumbi, são contrários
ao acordo de paz e se recusam a deixar Palmares. Em Cucaú,
vivendo sob forte vigilância da autoridade portuguesa
e hostilizado pelo moradores das vilas próximas, Ganga-Zumba
vê frustrada sua iniciativa. Morreu envenenado por um
partidário de Zumbi.
(MF)
Fonte:
Ivan Alves Filho, ''Memorial dos Palmares'',
editora Xenon, Rio de Janeiro, 1988
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recusou acordo
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