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Sandra Bullock interpreta uma alcoólatra em fase de tratamento

02/06/2000 09h02
CLAUDIO CASTILHO
especial para a Folha de S.Paulo, em Los Angeles

Divulgação

Sandra em cena
do filme "28 Dias"
Bebida alcoólica não é o forte de Sandra Bullock (“Da Magia à Sedução”). Uma taça de vinho e ela segura a onda. “A partir da metade da segunda dose não posso garantir mais nada. A chance de problemas é grande”, disse a bem-humorada atriz à Folha.

Ela é a estrela de “28 Dias”, que estréia nesta sexta-feira (2) nos cinemas de todo o país. No filme, ela é uma escritora de Nova York, alcoólatra que, depois de muito relutar, vai para uma clínica de recuperação. Outro filme-veículo para uma das namoradinhas da América, 13 anos de carreira e uma fila de personagens bem-comportadas em comédias românticas que lhe garantiram sucesso e altos cachês.

Como é de praxe no cinema americano, Bullock fez um laboratório durante a fase de construção de sua personagem numa instituição que trata de dependentes. A seguir, os principais trechos da entrevista com a atriz.

Folha - Você quis fugir das comédias românticas com “28 Dias”?

Sandra Bullock -
Gosto de todos os gêneros do cinema. Já fiz dramas, filmes de ação, comédias românticas. Esse é um projeto especial porque atores gostam de interpretar personagens complexos. É o que eu procuro. Gwen, minha personagem, me deu a oportunidade de ir a um mundo nunca visitado por mim no cinema. Me ensinou sobre uma realidade diferente da minha.

Folha - E a imagem de garota “normal” e bacana que você acabou conquistando, como fica?

Bullock -
Continuo a mesma garota “normal” e bacana, sou a mesma pessoa com quem você conversou na última entrevista. Ou teve dificuldade de me reconhecer? (risos). O detalhe fantástico desse filme é que, dessa vez, acontece de a garota bacana ser uma alcoólatra. Esse é um problema que pode surgir na vida de qualquer pessoa. Por que só o cara tatuado em cima de uma Harley Davidson é o doidão e alcoólatra? Acho isso um absurdo.

Folha - Como foi a experiência na clínica para viciados?

Bullock -
Aprendi que o silêncio pode atrapalhar muito na solução dos problemas. Não é fácil permitir a invasão de sua intimidade por um estranho. O fato é que essa é a melhor maneira de se tratar problemas e doenças como o alcoolismo. Contar sua experiência a pessoas que enfrentam experiência semelhante, gente que compreende o que você está dizendo é fundamental. Eu sabia que ia precisar de muito apoio durante esse laboratório e Betty Thomas, a diretora do filme, foi maravilhosa comigo, uma grande inspiração. Se pudesse me apaixonar por uma mulher, ela estaria como primeira da lista.

Folha - Você acha que o tratamento punitivo, como o do ator Robert Downey Jr., resolve?

Bullock -
Infelizmente, até há pouco tempo a prisão era a única alternativa em que as pessoas acreditavam para a “solução” desses problemas. Alcoolismo é uma doença que não pode ser tratada em uma penitenciária. Terapia é uma coisa nova em nossa sociedade, que só agora está sendo levada a sério como alternativa.

Folha - É melhor se manter longe da bebida e das drogas?

Bullock -
Tem gente que bebe ou usa drogas e não se vicia. Há quem está predisposto geneticamente a se viciar. Em parte é bom que celebridades recorram a clínicas de recuperação porque, assim, as pessoas de fora aprendem que tratamento desse tipo funciona para elas, que têm problemas.

Folha - Você tem o costume de tomar bebida alcoólica?

Bullock -
Minha tolerância é zero. Seguro a onda de um copo de vinho, mas a partir da segunda dose eu não garanto nada, não posso dirigir meu carro, não posso fazer nada.

Folha - Como você se diverte se não toma drinks?

Bullock -
Não preciso de drogas ou bebida alguma para me divertir. Curto muito o tempo de folga que tenho entre as gravações de meus filmes com amigos.

Tenho o costume de promover uma festa enorme para a equipe dos meus filmes. Alugo um local imenso na cidade onde foi montado o set, e esse é um momento especial para mim. É a maneira que encontro para agradecer todas as pessoas que me ajudaram. Essa é a parte legal da vida quando a gente ganha muito dinheiro.

A festa para “28 Dias” foi o máximo. Dancei samba, salsa, merengue até quase de manhã. Coisas desse tipo me divertem e me fazem muito feliz.

Confira as outras estréias no cinema:
“Beautiful People”
“Guerra do Ópio”
“Inverno quente”
“Fogo Sagrado”
“Romeu tem que Morrer”
“Louco por Você”
“A Reconquista”
“Eclipse Mortal”
“Ilusões de Órbita”

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