O presidente do comitê portenho saiu em defesa da candidatura, para combater a apatia popular sobre o assunto. "A população argentina não vai colocar uma moeda no evento. Ele será todo bancado pelos patrocinadores e televisões. E ainda vai deixar US$ 3 bilhões de superávit no país", disse. Mayorga também apresentou a Olimpíada como paliativo para o principal problema social da Argentina: o desemprego, que afeta 17,3% da população economicamente ativa do país. "Vamos gerar muito emprego e turismo para a cidade de Buenos Aires", afirmou.

Mayorga classificou a candidatura argentina como conservadora, já que programou um orçamento total de US$ 1,2 bilhão, a mais enxuta proposta apresentada.

Apoio do governo será
"arma" para Rio sediar Jogos

O presidente do Comitê Rio 2004, Ronaldo Cezar Coelho, planeja usar o apoio oficial do governo brasileiro como argumento para convencer o Comitê Olímpico Internacional (COI) de que o Rio deve ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2004. No próximo dia 7, o Comitê Executivo do COI anunciará, em Lausanne (Suíça), as quatro ou cinco cidades que continuarão na luta para abrigar essa Olimpíada. A escolha final será em setembro.

No dia 6 de março, os representantes dessas cidades terão 25 minutos para defender oralmente suas candidaturas. É na garantia governamental de que tais questões serão resolvidas a tempo que Coelho embasará sua sustentação oral em Lausanne. "O COI precisa conhecer quem está por trás do projeto."

A exposição de Coelho será iniciada com um vídeo em que o presidente Fernando Henrique Cardoso fala sobre o apoio de seu governo ao projeto olímpico do Rio. Para ajudar no lobby em apoio à candidatura carioca, estarão em Lausanne o ministro extraordinário dos Esportes, Édson Arantes do Nascimento, o Pelé, e o presidente da Fifa, João Havelange, também membro do COI.

O relatório preliminar da comissão do COI que esteve nas cidades candidatas apontou problemas na candidatura carioca nas áreas de transporte, meio ambiente, infra-estrutura tecnológica e segurança. Além do Rio, disputam a indicação Roma (Itália), Buenos Aires (Argentina), Atenas (Grécia), Estocolmo (Suécia), Sevilha (Espanha), Lille (França), São Petersburgo (Rússia), Istambul (Turquia), San Juan (Porto Rico) e Cidade do Cabo (África do Sul).

O presidente do Comitê Rio 2004 fez ainda uma convocação aos cariocas para manifestação de apoio à candidatura no dia 2, domingo, na praia de Copacabana (zona sul). "Todos devem ir, cada um com a camisa do seu time, da seleção ou da Rio 2004, numa demonstração internacional de apoio."

Comitê olímpico divulgou
qualidades de concorrentes

O Comitê Olímpico Internacional, que no segundo semestre do ano passado enviou representantes às 11 candidatas a sede da Olimpíada de 2004, já adiantou seu parecer sobre a situação de cada uma. O comitê divulgou, na quinta-feira (20), uma lista individualizada das candidatas, apontando os pontos a favor e contra cada uma das concorrentes. Após análise de cada relatório, é possível concluir a "preferência" do COI pela argentina Buenos Aires, a sueca Estocolmo, a grega Atenas e a italiana Roma.

Buenos Aires foi elogiada por sua excelente rede de telecomunicações e bons estádios de futebol. O COI julga, ainda, que o impacto ambiental será pequeno caso os Jogos aconteçam na cidade. O grande trunfo de Roma é já ter sido sede de grandes eventos esportivos e ter infra-estrutura de Primeiro Mundo. Atenas tem um centro olímpico completo, próximo da Vila Olímpica. Estocolmo é citada como uma cidade "tranquila", com ótimas instalações esportivas e alta tecnologia.

O Rio de Janeiro, cidade concorrente brasileira, apresentou muitos aspectos negativos, de acordo com a comissão do COI. Entre os defeitos da cidade, a comissão relatou falta de segurança nas ruas, alto índice de criminalidade, infra-estrutura precária, transporte deficiente. Como principal qualidade, o Rio tem o apoio de 84% da população.