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Fracassa 3º leilão de jogador do Náutico

Agência Folha 18/07/97 18h11
De Recife (PE)

Pela terceira vez, o passe do atacante Robson, 28, do Náutico de Recife, não foi arrematado em leilão, este último realizado na tarde desta sexta.

A exemplo do que ocorreu nos leilões anteriores, nenhum interessado compareceu.

O valor do lance mínimo era de R$ 100 mil. Um quarto leilão está previsto para acontecer entre os dias 1º e 4 de agosto.

Em crise, o Náutico acumula cerca de 90 causas trabalhistas contra si, uma delas movida pelo seu ex-técnico de remo, José Olmiro Borges, o Juca.

Somente para ele, o clube deve cerca de R$ 227 mil, segundo os cálculos do reclamante.

No ano passado, Juca conseguiu que o passe de Robson fosse penhorado.

O juiz responsável pela 16ª Vara de Conciliação do Tribunal Regional do Trabalho determinou que o passe do jogador -que atualmente está emprestado para o Inter de Porto Alegre- fosse levado a leilão para vendê-lo e estipulou um lance mínimo de R$ 500 mil.

Esse montante foi fixado com base na cotação do passe do jogador (R$ 700 mil) menos o valor que o Internacional pagou pelo seu empréstimo (R$ 200 mil).

O primeiro leilão, que ocorreu em 20 de junho deste ano, não durou mais do que 45 segundos. Nenhum dirigente do Náutico, Robson, Juca e, principalmente, compradores estavam presentes ao evento.

Com isso, o juiz marcou o segundo leilão e determinou que fosse baixado para R$ 250 mil o valor do lance mínimo pelo passe.

O resultado da segunda reunião, que aconteceu no último dia 4, tampouco foi animador. Novamente, não houve lances.

A direção do Náutico propôs, nas duas ocasiões em que ocorreram os leilões, que Juca ficasse com o passe do jogador e tentasse vendê-lo para algum clube.

"Eu não sou empresário. O que vou fazer com o passe de um jogador?", declarou Juca.

O presidente do Náutico, Roosevelt de Menezes, discorda da argumentação do ex-funcionário. "Se ele não estava interessado no passe do jogador, por que pediu sua penhora?", pergunta o dirigente, acrescentando que Robson terá o passe livre, por causa da idade, a partir de meados do próximo ano.

Ao ser questionado se não considera a situação por que passa o jogador muito constrangedora, o dirigente disse nada poder fazer.

"Infelizmente, é uma situação que foge ao nosso controle", afirma Menezes. "Mas nada tenho contra o Robson. Inclusive, espero vê-lo defendendo as cores do Náutico pela segunda divisão do Brasileiro ainda no final deste mês." (Eduardo de Oliveira)


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