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Villeneuve vence duelo com Schumacher e é campeão do mundo

Da Redação 26/10/97 12h47

O canadense Jacques Villeneuve é o novo campeão do mundo de Fórmula 1. Ele venceu neste domingo o duelo com Michael Schumacher no GP da Europa, disputado no circuito espanhol de Jerez de La Frontera ficando com o título. Manteve assim a hegemonia da equipe Williams, que já conquistara, por antecipação, o campeonato de construtores.

Em uma disputa emocionante, Villeneuve mostrou na prova final o talento que não havia exibido durante todo o campeonato. Quando estava em segundo lugar, partiu para cima do então líder Schumacher. O alemão da Ferrari, percebendo que não conseguiria evitar a ultrapassagem, jogou seu carro em cima do canadense. Eles chegaram a bater. Mas o prejuízo maior foi do ferrarista, que não conseguiu terminar a prova após o acidente.

Na volta final, com o título assegurado, Villeneuve ainda permitiu a ultrapassagem do finlandês Mika Hakkinen, da McLaren, que obteve sua primeira vitória na categoria. Na sequência, abriu passagem para o britânico David Coulthard, também da McLaren, que ficou em segundo lugar. O terceiro lugar foi suficiente para o canadense.

O austríaco Gerhard Berger (Benetton), o irlandês Eddie Irvine (Ferrari), e o alemão Heinz-Harald Frentzen (Williams) terminaram, respectivamente, em quarto, quinto e sexto lugares, completando a lista dos que pontuaram.

Dos brasileiros, apenas Tarso Marques completou a prova. O piloto da Minardi chegou em décimo quinto lugar. Rubens Barrichello (Stewart) e Pedro Paulo Diniz (Arrows) ficaram pelo caminho.

Villeneuve é o primeiro piloto que ganhara o Mundial da Fórmula Indy a ser campeão na F-1. Anteriormente, apenas campeões da F-1 (Emerson Fittipaldi e Nigel Mansell) haviam conseguido o título na categoria rival.

A Williams decidiu fazer em Jerez a tática que a Ferrari aplicara no GP anterior, em Suzuka, no Japão. Villeneuve, na pole-position, permitiu que Schumacher e seu companheiro de equipe, o alemão Heinz-Harald Frentzen, respectivamente segundo e terceiro colocados no grid, saltassem à frente.

O objetivo da escuderia inglesa era fazer com que Frentzen atacasse Schumacher, preservando Villeneuve dos riscos de uma batida, que seria fatal para ele. No Japão, a Ferrari mandou seu segundo piloto, o irlandês Eddie Irvine, fazer o serviço e a tática funcionou.

Só que com Schumacher na frente, Frentzen não foi suficientemente competente para acompanhá-lo. Vendo o alemão abrir vantagem, a Williams decidiu mudar sua estratégia. Villeneuve tomou o segundo lugar e começou a perseguir o alemão da Ferrari. A diferença oscilou em torno de cinco segundos até o primeiro pit stop (parada nos boxes para reabastecimento e troca de pneus).

Após o primeiro pit, Schumacher voltou em situação melhor para pista. Villeneuve voltou atrás do britânico David Coulthard, da McLaren, enquanto seu rival da Ferrari tinha 'pista limpa' para acelerar.

Mas as coisas se inverteram rapidamente graças à eficiência tática da Williams. A escuderia mandou Frentzen, que assumiu o primeiro lugar com o pit stop dos líderes, andar mais lentamente. Para ir devagar, Frentzen mostrou competência. Ele segurou Schumacher e Villeneuve, que se livrou de Coulthard, 'encostou' no ferrarista, mas não 'atacou'.

Villeneuve preferiu esperar o segundo pit stop para se decidir. Mas depois da nova parada nos boxes, nada mudou. Schumacher voltou à frente. Então, não restava ao canadense partir para o ataque.

Na volta 48, Villeneuve atacou e passou Schumacher. O alemão jogou sua Ferrari para cima do canadense. Eles bateram. Mas o ferrarista levou a pior. Saiu da pista e abandonou a prova. O piloto da Williams, sem a ameaça do rival, seguiu rumo ao título mundial.

O abandono de Schumacher manteve o jejum de títulos da Ferrari. Desde 1979 a mais tradicional equipe da F-1 não tem um piloto campeão do mundo.

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