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Bola é problema para o Botafogo no Rio-SP

AJB 16/01/98 19h34
De Pouso Alegre (MG)

O Botafogo terá dois adversários na próxima quarta-feira em São Paulo, em sua estréia no Torneio Rio-São Paulo. Um deles é o Corinthians, que quinta-feira venceu a esforçada seleção da Jamaica por 4 a 0. O bom condicionamento físico dos jogadores corintianos impressionou o técnico Gílson Nunes, que assistiu ao jogo pela TV. "Para início de temporada, eles estão muito bem", disse Gílson após o jogo. Mas é o outro adversário que vem dando dor de cabeça aos jogadores do Botafogo. A bola oficial do torneio será a World da Penalti, que tem um desenho diferente - 12 em vez dos tradicionais 32 gomos -, que lhe garante leveza e maior velocidade. A bola ainda está sendo testada pela Fifa, mas se dependesse do voto de muitos jogadores do Botafogo, ela já estaria reprovada.


Os jogadores do Botafogo vêm treinando em Pouso Alegre desde o início da semana com a nova bola para não estranharem no primeiro jogo do Torneio Rio-São Paulo. Mas depois dos primeiros treinos, as críticas começaram. "É muito levinha. Se vacilar, isola fácil", criticou Jorge Luís. Bebeto concorda, "Ela sobe muito com qualquer toque e também dificulta o domínio, porque escorrega." Apesar das críticas, tanto Jorge Luís como Bebeto mostraram que a adaptação ao novo instrumento de trabalho não será dos mais difíceis. Os dois sempre batem muitas faltas após os treinos e mostraram a precisão de sempre. "Já está dando para se acostumar, é só pegar o jeito", afirmou o "baianinho", que colocava a bola sempre na gaveta.


Para Bebeto, os jogadores deveriam ser ouvidos antes de aprovarem esse tipo de coisa. ‘Nossa opinião tem que valer. E a Pênalti tinha uma bola tão boa, porque isso?", perguntava-se Bebeto. Já o artilheiro Túlio não parece preocupado com a novidade. Para ele, o importante é bola na rede. ‘Não interessa se ela é branca ou amarela, pesada ou leve, grande ou pequena. Para quem já jogou com bola de meia, não vai ser problema. É só se adaptar", disse Túlio. Os mais prejudicados com a novidade são os goleiros. Vágner admite que a atenção terá que ser redobrada nos chutes e nos cruzamentos. "Pelo que vi, ela ganha velocidade fácil. Mesmo os chutes mais fracos são perigosos. E nos cruzamentos, o tempo dela chegar é menor", analisou o goleiro, que também não aprovou a nova bola.


Gílson Nunes também acha que tudo será resolvido depois de um período de adaptação. "É natural que os jogadores sintam a diferença. É uma coisa nova, diferente, eles vão sentir um pouco, mas vão ter que se acostumar. É a bola que será usada no Rio-São Paulo, não tem jeito", enfatizou Gílson. Djair chegou nesta sexta-feira e já ficou sabendo do ti-ti-ti. "É, parece que o pessoal não gostou muito não, mas vamos ver. Quero sentir primeiro antes de dar uma opinião", afirmou, admitindo porém que poderá levar vantagem por bater bem de fora da área. "Se ganhar mais velocidade, fica difícil pegar".




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