Objeto explosivo causou acidente com avião da TAM Única vítima fatal foi enterrada em São José dos Campos Agência Folha/AJB 12/07/97 09h00 De São Paulo
O objeto que explodiu estava colocado embaixo da poltrona 18-D do avião. O próximo passo será determinar se o explosivo tinha origem industrial. A polícia trabalha ainda com as três possibilidades: um passageiro embarcou com o objeto sem saber que era explosivo; ele pode ter embarcado com o objeto sabendo que era explosivo mas não tinha intenção de provocar nenhum acidente; o passageiro teria cometido um atentado terrorista. As investigações sobre o caso estão sendo conduzidas pelo Ministério da Aeronáutica, auxiliado pela Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil e pelo esquadrão antibombas do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais da Polícia Militar). Já foram ouvidos cinco passageiros, que pouco acrescentaram. A explosão, quando o avião estava a 2.400 metros de altitude, provocou uma despressurização repentina do avião. O engenheiro Fernando Caldeira de Moura Campos foi projetado para fora do Fokker. Caiu a uma velocidade estimada em 100 metros por segundo. O impacto de seu corpo contra o solo abriu um sulco na terra de um metro de profundidade. O corpo do empresário foi enterrado nesta quinta, às 10h, no cemitério Horto São Dimas, em São José dos Campos (SP). O velório aconteceu durante toda a noite na igreja Cristã Evangélica, no centro da cidade. A família não quis falar sobre a possibilidade de ele ter sido vítima de um atentado. Campos adorava voar e achava o avião o meio de transporte mais seguro, tanto que já havia trabalhado na Embraer durante 9 anos. Ele viajaria nesta quinta com a mulher e as duas filhas (de 6 e 8 anos) para Fortaleza, aproveitando prêmio pelo programa de milhagem da TAM. O avião, prefixo PT-WHK, fez um pouso de emergência no Aeroporto de Congonhas, dez minutos após a explosão. Uma das hipóteses é a de atentado a bomba. Foram encontrados vestígios de elementos químicos perto do rombo na fuselagem. Passageiros relataram que sentiram cheiro de queimado, mas o cadáver de Campos, segundo a autópsia, não trazia sinais de queimadura. Segundo os técnicos a despressurização não poderia ter provocado a explosão, como se chegou a pensar. O avião estava a uma altitude muito pequena para que um efeito semelhante pudesse ocorrer. O Ministério da Aeronáutica divulgou nota recomendando que sejam intensificadas as medidas de segurança nos aeroportos brasileiros. A Polícia Federal abriu inquérito para apurar a explosão e reteve o cadáver do engenheiro para tentar esclarecer a explosão. O resultado da investigação sai em 90 dias. Uma falha estrutural do avião é a hipótese menos provável, porém não completamente descartada pelas autoridades. A TAM foi a única companhia área brasileira reprovada no item segurança em um relatório de uma associação internacional de passageiros. A pesquisa foi feita em 206 empresas de 107 países. No Brasil, Vasp e Transbrasil foram consideradas as mais seguras, com nota 100. A TAM obteve 45 na avaliação da entidade, sediada nos EUA. Nesta quinta, a TAM anunciou que vai entrar na Justiça contra a entidade.
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