PM nega ter dado o tiro que matou conferente Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, foi o primeiro a depor Agência Folha 11/04/97 20h09 De São Paulo O soldado Otávio Lourenço Gambra, o Rambo, disse nesta sexta-feira (11) em depoimento à Justiça que não foi dele o tiro que atingiu e matou o conferente Mário José Josino, no dia 7 de março em Diadema (Grande São Paulo). "Eu atirei para o chão", disse. Segundo ele, Josino estava condenado à morte pelos traficantes da Favela Naval, que gravaram em vídeo os PMs fazendo blitze na favela e depois mataram o conferente para incriminar os policiais. "Foi tudo armação." Na fita, Rambo e outros nove PMs aparecem extorquindo, torturando e dando o tiro que teria matado Josino. Gambra foi o primeiro a depor na 3ª Vara do Júri de Diadema (Grande São Paulo) e negou todos os crimes de que é acusado. Outros oito policiais presos, igualmente acusados de espancar, extorquir e matar, também negaram os fatos. A exceção foi Maurício Gomes Louzada, que admitiu ter dado um tapa no rosto de um rapaz. Louzada afirmou que usou de "violência moderada" e que agrediu um jovem porque ele o havia ofendido "com palavras de baixo calão". Dos dez policiais, quatro decidiram não se manifestar. Disseram estar psicologicamente abalados. Seus advogados alegam ainda que não tiveram acesso à fita de vídeo que mostra os PMs cometendo violência policial. A juíza Maria da Conceição Vendeiro disse que pretende terminar a fase de interrogatórios no prazo previsto de 81 dias.
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