Incêndio destrói Santos Dumont, no Rio

Vôos foram transferidos para o Galeão

Agência Folha 13/02/98 22h21
De São Paulo

Um incêndio que durou oito horas destruiu nesta sexta o prédio do aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio de Janeiro, base carioca da ponte aérea Rio-São Paulo. O incêndio começou entre 1h30 e 2h. Às 9h30, ainda havia focos de incêndio, mas o fogo finalmente estava sob controle. Não houve vítimas. Dezoito pessoas foram retiradas pelos bombeiros das dependências do prédio, mas só uma apresentou leves ferimentos. Não foi divulgado laudo oficial sobre as causas e o ponto inicial do incêndio.

Uma sucessão de erros, da falta de água nos hidrantes em frente ao aeroporto à falta de equipamentos automáticos de combate a incêndio, facilitou a propagação do fogo. Pelo menos dois terços do prédio foram destruídos. O presidente da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), brigadeiro Adyr da Silva, disse que os prejuízos foram de R$ 40 milhões a R$ 50 milhões.

Há três hipóteses para o ponto de início do fogo: um caixa automático, uma sala da Infraero e o box de uma locadora de automóveis, no segundo andar. Será aberta uma sindicância para apurar a origem do fogo. A Infraero e os bombeiros divergem sobre o horário exato do início do incêndio. A administração do aeroporto informou que o incêndio começou às 2h e que a brigada antiincêndio do Santos Dumont tentou controlar o fogo. Bombeiros do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro também foram acionados.

O Corpo de Bombeiros, porém, informou que só às 2h08 recebeu um chamado de socorro e que, quando chegou ao local, cinco minutos depois, as labaredas estavam altas. ''O relógio do aeroporto parou à 1h05. Não sei se o fogo começou nesse horário, mas, quando nossa equipe chegou, já havia um incêndio grande, com labaredas, e pedimos reforço imediato'', disse o comandante do Corpo de Bombeiros, coronel Rubens Jorge.

A primeira equipe dos bombeiros chegou às 2h13 e fez a retirada das pessoas que estavam no local. A segunda equipe chegou às 2h29. Cerca de 150 bombeiros participaram do combate ao fogo. Não havia água nos dois hidrantes da praça Salgado Filho, que fica em frente ao aeroporto. Os bombeiros usaram a água que traziam em seus próprios veículos e bombearam água de um lago ornamental da praça.

Outros três hidrantes foram utilizados: um de uma base da Aeronáutica, a 100 metros do prédio em chamas, e outros dois a 500 metros do local do incêndio. Só às 3h o fornecimento de água foi considerado adequado. Às 6h, chegaram carros-pipas da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos). Uma escada Magirus dos bombeiros também falhou e teve que ser trocada.

O fogo começou no extremo norte do prédio, no setor de desembarque. Atingiu lojas, restaurantes, locadoras e a torre de controle do aeroporto. Dois painéis que contavam a história da aviação foram destruídos. O painel com o rosto de Santos Dumont foi queimado no extremo superior.

O incêndio destruiu os escritórios de três órgãos militares: o DAC (Departamento de Aviação Civil), a Dirma (Diretoria de Material Aeronáutico) e o Depv (Diretoria Eletrônica e de Proteção ao Vôo). O Centro de Computação da Aeronáutica, no DAC, e o centro de informática do órgão também foram queimados.

Até as 11h ainda havia pequenos focos de incêndio, mas os bombeiros já estavam fazendo o rescaldo do prédio. Segundo a avaliação preliminar de técnicos da Defesa Civil, a estrutura do edifício não foi abalada.

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