Governo quer consórcios regionais de saúde

Vantagem seria racionalização de recursos

Agência Folha 23/03/97 22h25
De Campinas

Nos próximos dois anos, o governo federal vai incentivar Estados e municípios a formar consórcios regionais na área de saúde para gerenciarem os recursos e investimentos no setor. A informação é do secretário-executivo do Ministério da Saúde e professor licenciado da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Barjas Negri. Ele disse que o repasse de verbas para os municípios que formarem os consórcios deverá ser facilitado.

O objetivo, segundo ele, é que as cidades de uma mesma região trabalhem juntas para economizarem dinheiro e tempo de sua receita e da receita do Estado. ''Um município que tem dinheiro para implantação de um leito hospitalar, mas não tem hospital, envia seus recursos para uma cidade maior e as duas usam juntas a mesma unidade'', afirmou.

O secretário disse que, com o incentivo, buscará facilitar o entendimento entre os municípios para a formação dos consórcios. A criação de conselhos regionais de saúde, segundo ele, viabilizará o projeto do governo, pois o dinheiro usado na saúde será destinado ao montante dos investimentos na mesma região e não mais para cada município. ''As secretarias da saúde terão de entrar em acordo para definirem suas prioridades.''

Segundo o secretário, de acordo com o plano de metas do governo, os investimentos em saúde em cada município serão definidos com base em dados do ministério. Ele afirmou que o SUS (Sistema Único de Saúde) determinará o quanto cada município necessita de investimentos em saúde. ''Em Americana, por exemplo, há um hospital que atende pacientes de Hortolândia, que não tem hospital. Segundo nossa proposta, é mais barato Hortolândia investir no hospital de Americana do que construir um hospital.''

De acordo com o secretário, a formação dos consórcios vai melhorar a situação de unidades como o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp que atende pacientes até de outros Estados.

O secretário afirmou que as mudanças serão possíveis em pelo menos 700 regiões onde há municípios que trabalham com gestão plena de seus recursos da saúde.