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Tragédia no
Vôo 402

 Vítimas do acidente são enterradas

Agência Folha/AJB 4/11 20h19
De São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte

O corpo do professor Marco Antonio Oliveira, uma das vítimas em terra do acidente com o Fokker 100 da TAM, foi enterrado na manhã desta segunda-feira no memorial do Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, zona sul da cidade. O sepultamento, acompanhado por cerca de 200 pessoas, encerrou a agonia de três dias da família e de amigos, que não tinham certeza se o corpo de Marco Antonio tinha sido resgatado do meio dos escombros da casa onde morava, no número 77 da Rua Luís Orsini de Castro. A casa foi totalmente destruída no acidente.

O engenheiro Arthur Eduardo Gasparian foi enterrado na tarde desta segunda-feira (4) no Cemitério do Araçá, região central de São Paulo. Sua identificação demorou quatro dias e só pôde ser feita por radiografias trazidas por funcionários da multinacional alemã Voth, da qual era um dos diretores.

Cerca de 200 parentes e amigos acompanharam na manhã de domingo o sepultamento do diretor da Silex Trading, Ernesto Igel, uma das vítimas do desastre com o Fokker da TAM, no cemitério Gethsêmani. O padre húngaro Emílio Jordan, do Colégio Santo Américo, localizado a pouco metros, fez a cerimônia religiosa do enterro. "O Ernesto estudou na nossa escola e foi um dos garotos que recebeu o Papa João Paulo II em 1980, quando o santo padre veio pela primeira vez ao Brasil", explicou Jordan.

Três empresários que morreram no acidente do vôo 402, da TAM, foram enterrados no domingo no cemitério do Morumbi (zona oeste de São Paulo). Pela manhã, foram sepultados o engenheiro Paulo Marcello Calby de Araújo e Henrique Mentone Filho.

Às 17h30, aconteceu o enterro do empresário Camillo Marina. Marina era italiano e estava no Brasil há 22 anos, trabalhando como vice-presidente da seguradora Generali. Seu enterro levou ao cemitério cerca de 150 pessoas, a maioria delas ligada à comunidade italiana em São Paulo.

Cleo Velleda/Folha Imagementerro
Comunidade italiana: enterro do empresário Camillo Marina

No Rio, foram sepultados Maurício Frateschi Sá Fortes, Filemon Rodrigues Ferreira e Mauro Ferreira. O corpo de Eduardo Silva Haydt, funcionário da Companhia Siderúrgica Nacional, seguiu de carro de São Paulo para Volta Redonda (a 134 km do Rio), onde foi enterrado no final da tarde.

No Paraná, no domingo, duas vítimas do desastre aéreo foram sepultadas. O engenheiro eletrônico Roberto Fischer foi identificado na madrugada de domingo e levado para Curitiba, onde foi sepultado no Cemitério Parque Iguaçu. Também chegou domingo de manhã a Ponta Grossa o corpo do diretor da Parmalat Louwerinus Hoogerheide, que foi enterrado no distrito de Carambeí, centro produtor de leite, onde morava.

Dos paranaenses que morreram no desastre, falta apenas identificar o corpo de Flávia Stout, de Londrina, que estava deixando o trabalho na área de marketing do Barrashopping, no Rio, para assumir a gerência do setor de um shopping londrinense. Sábado, passou por Curitiba o corpo da técnica em seguros Zélia Menin, que foi sepultada no município catarinense de Maravilha, sua terra natal.

Também foi enterrado sábado à noite, no Cemitério de Santa Felicidade, na capital paranaense, o empresário e filantropo Hamilton Simione, que residia em Curitiba. Ele sustentava, sem publicidade, quatro orfanatos.

Adeus ao piloto

Cerca de 1 500 pessoas acompanharam na manhã de sábado o enterro do comandante José Antonio Moreno, que pilotava a aeronave 402 da TAM. Oito amigos de trabalho levaram o caixão até o jazido. Familiares do aviador também acompanharam o cortejo, entre eles a esposa, Mariangela Moreno, que viajou de São Paulo, onde o casal residia.

O piloto foi enterrado na sua cidade natal, a 150 km da capital. A primeira intenção da família era cremá-lo, o que não foi possível porque o reconhecimento do corpo do piloto não pode ser efetuado pela impressão digital, uma das exigências legais para a cremação.

A jornalista Regina Lemos, de 46 anos, foi enterrada na manhã de sábado no cemitério Gethsêmani, no bairro do Morumbi. Silêncio e lágrimas discretas da filha única da jornalista, Inês Luz, 25 anos, marcaram o cortejo. A família decidiu adiar para este sábado o enterro de Regina para esperar a chegada de Inês da Alemanha. Em início de gravidez, ela foi consolada na cerimônia, simples e rápida, pelo marido Kasten Radaz.

Espera

Chegaram na manhã de sábado, ao Rio, para ser enterrados, os corpos de mais quatro vítimas do acidente com um avião da TAM, em São Paulo. Ainda muito chocados, parentes acompanharam a liberação dos corpos no aeroporto Santos Dumont. Chorando muito, a mãe da comissária de bordo da TAM Mariceli Pires Carneiro, Célia, mostrou um passaporte e uma gravata do uniforme da filha: 'Foi a última coisa que restou da minha filha'.

O tio de Leandro Escobar Calfa, Jorge Calfa, disse que ainda não era a hora da família pensar em indenização.

Chegaram também ao Rio os corpos de Marta de Almeida Palma e Francisco José Rodrigues.

Primeiros enterros

Os primeiros enterros de vítimas do vôo 402 da TAM aconteceram na sexta-feira em vários cemitérios do país. Oito pessoas foram enterradas no cemitério do Morumby, na cidade de São Paulo. Entre elas, Cristiano Gusmão Neto, de 31 anos, superintendente de Finanças Corporativas do Unibanco, e André Botelho, de 24 anos, que trabalhava no Citibank.

Joel Silva/Folha Imagementerro
Despedida: familiares e amigos
no enterro de Raymundo Roncati

No Cemitério Gethsêmani, também de São Paulo, foram enterrados à tarde Luiz Fernando Sampaio Gouveia, de 37 anos, funcionário do Banco de Boston, e Raymundo Paulo Roncati, de 35 anos, sócio da consultoria Financial Management Comercial. Além deles, outras duas vítimas do vôo 402 que foram veladas no cemitério Gethsêmani durante todo o dia deveriam ser enterradas ainda nesta sexta: Carlos Mario Vieira e Eduardo Lacombe Vasconcelos.

No Rio de Janeiro, os corpos dos engenheiros Felix Balassiano, de 40 anos, e Geraldo Luis Arede Barros, de 36 anos, também foram enterrados. Balassiano foi sepultado no cemitério Israelita, na região portuária do Caju. Na mesma área, fica o cemitério da Ordem 3ª de Nossa Senhora do Carmo, onde Barros, que trabalhava em São Paulo como gerente de vendas da empresa ABB-Brasil, foi enterrado.

Em Belo Horizonte, o engenheiro Alexandre Magalhães Vaz de Melo, de 27 anos, uma das primeiras vítimas do vôo 402 a ter o corpo reconhecido, foi sepultado no cemitério Parque da Colina.