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CPI do Narcotráfico consegue apoio oficial do Paraguai

03/05/2000 21h58
da Folha de S.Paulo

A CPI do Narcotráfico conseguiu nesta quarta-feira (3), apoio oficial dos três poderes do Paraguai para uma ação conjunta no combate ao tráfico de drogas nos dois países.

O Legislativo, o Judiciário e o presidente Luís González Macchi decidiram pela participação paraguaia na comissão mista entre Brasil e Paraguai, que deverá se reunir em Capitão Bado (fronteira do Paraguai com Mato Grosso do Sul) dentro de 30 dias.

Macchi afirmou que, nesta semana, irá nomear os representantes do Executivo paraguaio para integrar a comissão. A comissão mista revive um acordo de cooperação no combate ao narcotráfico assinada entre o Brasil e o Paraguai, em 29 de março de 1988, que nunca saiu do papel.

O deputado Magno (PTB-ES), presidente da CPI, disse ter ficado “entusiasmado’’ com a decisão do presidente paraguaio em participar da comissão.

No mês passado, Macchi não recebeu os deputados brasileiros. A recusa do presidente gerou especulações na imprensa paraguaia de que o governo protegia traficantes brasileiros, entre eles Fernandinho Beira-Mar.

A reunião em Capitan Bado ainda não tem data definida _depende agora de uma posição do presidente Fernando Henrique Cardoso. O embaixador do Brasil no Paraguai, Bernardo Pericás, disse ontem que FHC irá nomear os integrantes do Executivo brasileiro na comissão.

Beira-Mar

A escolha de Capitão Bado para receber a primeira reunião da comissão mista foi emblemática. O município paraguaio fica em uma área de fronteira onde supostamente estaria vivendo o traficante Fernandinho Beira-Mar _um dos principais alvos da CPI.

Capitão Bado é o meio do caminho na rota do tráfico na fronteira, com Guaira (Salto Del Gauyrá, no Paraguai) e Foz do Iguaçu (Ciudad del Este, no Paraguai), ao sul, e Pedro Juan Caballero (Ponta Porã, no lado brasileiro), ao norte.

Além de Beira-Mar, a região ao norte de Capitão Bado seria o local, de acordo com a CPI, onde estariam refugiados os traficantes Irineu Soligo (brasileiro) e Ramom Morel (paraguaio).

O empresário brasileiro Fuad Jamil, apontado pelos parlamentares paraguaios como traficante, também viveria na região.

Além do deputado Magno Malta, estiveram em Assunção Laura Carneiro (PFL-RJ), Eber Silva (PDT-RJ), Waldemir Mako (PMDB-MS), Moroni Torgan (PFL-CE) e Celso Russomano (PPB-SP), todos integrantes da CPI do Narcotráfico.

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