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Cineasta pode ser indiciado por favorecer Marcinho VP

03/05/2000 22h04
da Folha de S.Paulo
no Rio de Janeiro

A DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) entregou na tarde desta quarta-feira ao Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro o resultado da investigação sobre o envolvimento do cineasta João Salles com o traficante Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP, preso na semana passada.

O inquérito pede o indiciamento do cineasta, sob a acusação de favorecimento pessoal. A pena para este crime varia de seis meses a um ano de prisão. Segundo o delegado titular da DRE, Luiz Torres, Salles é acusado de “fornecer recursos materiais que permitam ao traficante livrar-se da polícia e da Justiça”.

O cineasta admitiu ter pago uma bolsa de R$ 1.200, durante quatro meses, ao traficante, para que este escrevesse sua biografia e deixasse o crime. Marcinho VP confirmou o recebimento do dinheiro em depoimentos ao delegado Luiz Torres e à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Narcotráfico.

Luiz Torres tentou primeiramente, quando o cineasta admitiu o pagamento da bolsa, indiciar Salles por associação ao tráfico, ou seja, “contribuir de qualquer forma para incentivar ou induzir ao tráfico de entorpecentes”. A pena para esse crime poderia chegar a dez anos de prisão. “Não consegui reunir indícios suficientes que comprovassem a associação dele (Salles) com o tráfico de drogas”, reconheceu ontem o delegado.

Até as 18h desta quarta-feira (3), o Ministério Público ainda não havia designado o promotor que analisará o inquérito e decidirá pedir, ou não, o indiciamento do cineasta à Justiça.

João Salles e Marcinho VP se conheceram durante as filmagens do documentário “Notícias de uma guerra particular”, sobre a vida no moro Dona Marta, em Botafogo (zona sul do Rio).

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