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Secretaria chama polícia para local de acampamento de professores

16/05/2000 20h22
RAFAEL GARCIA
repórter da Folha Online

A Secretaria do Estado de Educação causou revolta no acampamento dos professores grevistas, na praça da República, ao chamar a polícia para desbloquear uma das portas do prédio.

Apesar da indignação dos professores, não houve confronto no local. Quando três caminhões da tropa de choque da PM estacionaram nos fundos do prédio, a entrada lateral, na av. Ipiranga, estava vazia.

Segundo o secretário-adjunto Hubert Alquerés, o incidente ocorreu por volta de 13h, quando cerca de 80 funcionários que voltavam da hora do almoço foram impedidos de entrar. "Parecia brincadeira de criança", disse.

Alquerés afirma os funcionários tentaram entrar por várias portas, mas os manifestantes corriam na frente e bloqueavam a passagem. A porta principal é a única que está interrompida permanentemente.

A Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo) nega a versão do secretário. Segundo a presidente da entidade, Maria Izabel Noronha, apenas um professor vestido de palhaço e um grupo de crianças ficava nas portas para fazer uma dramatização e distribuir panfletos. "Era um ato parodiando 'O Incrível Exército de Brancaleone'" disse.

No momento do incidente, a secretária de Educação, Rose Neubauer, não estava no prédio.

Depois da chegada da polícia ao local, os professores acampados chamaram mais colegas para a manifestação. No final da tarde, havia cerca de 200 manifestantes em frente à secretaria.

O secretário Hubert Alquerés admite que os funcionários conseguiram entrar sem a intervenção da polícia. Para ele, o envio da tropa de choque "foi um excesso de cuidado da Secretaria de Segurança". Até o início da noite, os soldados da PM permaneciam no local

O grupo de cerca de 80 professores está acampado desde sexta-feira na praça da República. "É uma minoria barulhenta", diz o secretário, que diz ter ouvido "palavras desagradáveis" do sistema de som dos professores durante os cinco dias de acampamento.

A greve, que teve início no dia 3 de maio, é por ajuste salarial de 54,7% e piso de 5 salários mínimos.

Alquerés disse que não há como conceder "nenhum tipo de reajuste". Segundo ele, a greve atinge apenas 3% dos professores. Para a Apeoesp, 68% da categoria está paralisada.

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