Vereador condenado por assassinato no Rio AJB 17/10/98 11h29 Do Rio Acusado de liderar um grupo de extermínio no interior fluminense - o Comando Vermelho de Resende (CVR) - o vereador Eduardo Tavares (PDT), 33 anos, conhecido como Gandão na Câmara Municipal de Resende (Sul Fluminense), foi condenado na semana passada a 15 anos de prisão pelo juiz Jorge Luiz Le Cocq de Oliveira, do 2° Tribunal do Júri, do Rio. Os jurados decidiram que ele matou a tiros o deficiente mental Sérgio Lima, 24 anos, no local chamado Morrão, naquele município, em agosto de 1995. A vítima foi retirada de casa, segundo testemunhas, pelo vereador e mais dois homens, algemada e executada. Eduardo Tavares, que se reelegeu vereador em 1996, com a maior votação de Resende, quando estava dentro da cadeia, voltará a sentar no banco dos réus do mesmo 2° Tribunal do Júri, no ano que vem, para responder à acusação de tentar matar a tiros o comerciante Abraão Teodoro da Silva, em 1993. Já no 1° Tribunal do Júri, também no Rio, Eduardo responderá pelo assassinato de Marco Antônio Benedito e Paulo Sérgio Percino de Melo, detidos por ele sob o argumento de que seriam levados à delegacia de Resende. Os corpos dos dois homens foram encontrados depois num local ermo. Todos os processos foram transferidos da Comarca de Resende para a do Rio de Janeiro pelo Tribunal de Justiça, por causa da pressão de parte da população e de políticos, que sustentam ser Eduardo inocente dessas acusações. Entre outras benfeitorias, Eduardo, já vereador, teria conquistado a simpatia da população por dispor da única ambulância que transportava doentes para hospitais da região. Segundo o Ministério Público, durante as audiências e sumários de Eduardo na única vara criminal de Resende houve inúmeras manifestações para pressionar a Justiça. Ex-presidente do Alegria Futebol Clube e ex-repórter policial da Rádio Resende, o vereador se tornou o político mais polêmico da cidade. Graças à sua popularidade, um ônibus com uma torcida organizada ocupou na semana passada o plenário do 2° Tribunal do Júri, onde ele acabou sendo condenado. Eduardo saiu do tribunal diretamente para uma cela da 89ª DP (Resende). Seu advogado, Luiz Carlos Silva Neto, confirmou que apelará da decisão do júri. O assassinato de Sérgio Lima se deu em 4 de agosto de 1995, na Estrada Fazenda Cedro. O pai da vítima, o aposentado Alderano Lima, de 72 anos, contou depois que chamara o vereador para que este levasse seu filho a um hospital de doentes mentais em Quatis. Segundo Alderano, Sérgio não deixava ninguém dormir e de vez em quando espancava ele e os irmãos.
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