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Ex-Governador estuda até alianças com Quércia e Maluf

AJB 02/02/97 15h12
de Brasília

O ex-governador Leonel Brizola está disposto a resistir à hegemonia do governo Fernando Henrique Cardoso, mesmo que a oposição seja reduzida a uma minoria sem qualquer poder político. Na quarta-feira, Brizola reúne a Excutiva Nacional do PDT para confirmar a expulsão do governador do Mato Grosso, Dante de Oliveira, e de quatro deputados federais que votaram a favor da emenda da reeleição.

A avaliação de Brizola, segundo interlocutores do ex-governador, é que os opositores do governo devem promover uma união política inusitada para enfrentar Fernando Henrique. Nos bastidores do PDT, até mesmo a candidatura do governador do Paraná, Jaime Lerner, a vice-presidente numa eventual chapa com Paulo Maluf já foi discutida, sem obter muito sucesso.

Brizola acredita que, embora com divergências históricas, Maluf e o ex-governador paulista Orestes Quércia são fundamentais para a eleição de 1998. O PPB convidou o PDT para formar um bloco na Câmara, mas os brizolistas descartaram por discordarem no plano econômico. Brizola prefere marcar sua posição nacionalista no Congresso, hoje reduzida a 21 deputados e três senadores.

O PDT elegeu 34 deputados em 1994. Brizola expulsou 13 em dois anos. Colocou para fora também três senadores. Ontem, o ex-governador engordou ainda mais a lista das punições com o nome do prefeito de Balneário Camboriu (SC), Leonel Pavan, que no dia da votação da emenda da reeleição estava em Brasília e virou o voto de dois deputados.

Brizola surpreendeu aliados e adversários com a expulsão do governador Dante de Oliveira. Mas quis dar uma sinalização de que prefere perder espaço político do que fazer vistas grossas ao fisiologismo na seara do PDT. O ex-governador disse aos correligionários que se optasse apenas por uma punição, o governo federal continuaria investindo contra o partido.

A diminuição da bancada diminui o tempo de propaganda política do PDT no rádio e na televisão - proporcional ao número de deputados de cada bancada. Com a saída de Dante, o PDT está ameaçado a desaparecer no Mato Grosso. No entanto, Brizola já vinha avaliando que Dante significava muito pouco para o partido. Na última campanha municipal, o governador apoiou o candidato do PSDB e deixou o concorrente do PDT na pindaíba financeira. Brizola nunca perdoou isso.