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Pimenta da Veiga espera patriotismo da reunião de governadores
 

AJB 16/01/99 18h49
De Brasília

O articulador político do governo, ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, mandou neste sábado, um recado aos seis governadores de oposição que se reúnem segunda-feira, em Belo Horizonte, para defender a abertura de novas negociações sobre as dívidas dos estados e municípios. "Não se espera o apoio dos governadores de
oposição. Mas pelo menos um pouco de patriotismo", anunciou Pimenta, após uma reunião de ministros tucanos no palácio da Alvorada com o presidente Fernando Henrique.
Participaram os ministros da Saúde, José Serra, Educação, Paulo Renato, além do Secretário de Relações Institucionais, Eduardo Graeff. Apesar da ausência de D. Ruth Cardoso, que encontra-se em viagem à Europa, os ministros levaram suas esposas, que foram recebidas por Luciana, filha do presidente com um churrasco à beira da piscina. Foi
festejada a bem sucedida operação de liberação do câmbio.

O ministro da Educação, Paulo Renato, revelou que a reação positiva do mercado à liberação aumentou a responsabilidade do Congresso Nacional de apressar a votação das medidas de ajuste fiscal até o final da próxima semana. "Agora, o Congresso tem que fazer o seu dever
de casa", afirmou o ministro. "O presidente estava muito feliz e descontraído", frisou Paulo Renato. Para ele, uma demonstração de apoio do Congresso ao governo seria a prova de coerência do comportamento da nação ao mercado externo.

A ameaça dos governadores oposicionistas de recorrer ao Supremo Tribunal Federal para depositar em juízo parte dos pagamentos das dívidas dos estados com a União a exemplo do governador Olívio Dutra do Rio Grande do Sul,
foi condenada por Pimenta da Veiga. "Isso é absurdo. O melhor é conversar", afirmou o ministro.

Mas de acordo com Pimenta, o presidente Fernando Henrique está disposto a receber os governadores aliados bem como os de oposição para conversar sobre o problema da dívida mas não admitirá alterar os atuais contratos já assinados, nem para garantir a aprovação do ajuste fiscal
está semana pelo Congresso Nacional. "Não precisamos disso disso para aprovar o ajuste", acrescentou o ministro. "O governo está confiante na aprovação. É imprescindível que o Congresso tenha agilidade para que o país consiga superar a crise", declarou Pimenta.

A partir de terça-feira, o comando político do governo inicia uma esforço concentrado com sessões que serão realizadas inclusive aos sábados e domingos, até a conclusão da votação do ajuste fiscal.

PREVIDÊNCIA - Pimenta da Veiga informou ainda, que o governo anunciará amanhã, o texto do projeto que aumenta a contribuição previdenciária dos servidores públicos e estende o recolhimento aos inativos e pensionistas da União. Vai ser a tramitação mais rápida já
ocorrida na Câmara dos Deputados. O projeto será apreciado 24 horas depois de sua chegada à Câmara, e na semana que vem já entra em pauta no Senado. Para o ministro, a atual crise vai ajudar o governo a aprovar a medida já rejeitada
quatro vezes pelo Congresso. "Desta vez não tem escapatória", concluiu Pimenta.



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