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Líder do PMDB diz que valor pago por fazendas 'é o de mercado'

18/05/2000 21h21
da Folha de S.Paulo

O líder do PMDB na Câmara, Geddel Vieira Lima (BA), afirmou nesta quinta-feira (18) que o valor pago pelas fazendas que ele e sua família compraram atendeu as leis de mercado. Para comprovar isso, segundo ele, basta fazer um levantamento das propriedades comercializadas na época.

Para o líder, a avaliação de uma propriedade nem sempre atinge o mesmo valor durante uma negociação de compra e venda. Exemplo disso, segundo ele, foi a compra de parte da Fazenda Vale do Caraim, no município de Macarani (BA).

O antigo proprietário tentou vender a terra durante cinco meses, sem que aparecesse comprador. "Todo mundo na região sabia que a fazenda não tinha beneficiamentos, era só a terra", afirmou Geddel.

A fazenda Vale do Caraim aparece como a maior propriedade de cinco que foram sido compradas com preço abaixo do mercado.
Ela possui a área de 1.867 hectares. Segundo Geddel, a fazenda vem sendo formada desde 1991, quando foram comprados 352 hectares.

Dentro da mesma argumentação, o deputado apresentou à Folha escritura pública de venda da fazenda Itamarandiba de sua mãe, Marluce Quadros Vieira Lima, objeto de herança de sua avó, no ano passado.

A Secretaria de Finanças da Prefeitura de Itambé (BA) avaliou a propriedade em R$ 99.393, mas ela foi vendida por R$ 72.500. O hectare avaliado em torno de R$ 330, saiu por R$219.

"A regra de mercado vale tanto para vender quanto para comprar", disse Geddel. O líder afirmou que o patrimônio da família tem sido adquirido durante vários anos.

Geddel afirmou que seu pai, Afrísio Vieira Lima, já era um advogado bem sucedido em 1961, quando lhe deu 582 hectares. O líder mostrou à Folha cópia do título da terra adquirida quando ela ainda tinha um ano de idade.

"Compramos, vendemos e herdamos. Meu pai casou com uma mulher rica", afirmou o líder. Geddel mostrou reportagem publicada na Folha no dia 2 deste mês, afirmando que o preço de terra desabou na década de 90.

"O jornal mostra que estávamos certos, comprar terra estava mais barato", disse. O deputado apresentou à Folha a declaração de Imposto de Renda deste ano na qual consta sua participação nas fazendas.

"Minha família tem o saudável hábito de preservar a união. Nossas propriedades e nosso patrimônio estão registrados em cartório público e declarados à Receita Federal com a indicação de fontes de recurso. Não temos o hábito de usar testas-de-ferro nem laranjas", afirmou Geddel.

Em carta ao presidente Fernando Henrique Cardoso, o presidente do Senado, Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), levantou suspeitas sobre as fazendas de Geddel.

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