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Ministro Sérgio Motta morre em São Paulo aos 57 anos
 

Agência Folha 20/04/98 01h15
De São Paulo

O ministro das Comunicações, Sérgio Motta, 57, morreu neste domingo, às 23h45, em São Paulo, em decorrência de complicações respiratórias. Internado desde o dia 7 de abril no Hospital Israelita Albert Einstein, ele sofria de doença inflamatória intersticial pulmonar, que provocava o aparecimento de cicatrizes nos pulmões, dificultando a respiração.

As complicações pulmonares de Motta tiveram início em 1991, quando quase morreu em decorrência da infecção bacteriana contraída quatro anos antes. Em 6 de outubro de 1996, foi internado no Albert Einstein com infecção pulmonar de origem bacteriana e permaneceu no hospital até 13 de outubro. Um ano antes, em 18 de setembro, de 1995 ele sofreu um infarto agudo e se submeteu a cirurgia cardíaca para implantação de três pontes de safena e uma mamária no coração.

Em agosto de 1997, Motta foi novamente operado, desta vez para retirada do apêndice. Em novembro e dezembro do mesmo ano, ele ficou novamente internado no Albert Einstein por cerca de 20 dias, devido a problemas pulmonares. Em 20 de março deste ano, os problemas respiratórios o obrigaram a pedir licença do cargo para tratamento em Denver (EUA).

Sérgio Roberto Vieira da Motta nasceu em São Paulo em 26 de novembro de 1940 e se formou em engenharia industrial pela PUC. Foi uma das principais lideranças estudantis da AP (Ação Popular) na década de 60 e dirigiu o jornal "Movimento», de oposição ao regime militar (1964-1985). Participou do governo Franco Montoro (1983-1987) e da criação do PSDB. Amigo de Fernando Henrique Cardoso, coordenou a campanha tucana à Presidência em 1994.

Considerado o principal articulador político de FHC com o Congresso, o ministro foi responsável pelas maiores polêmicas dentro do governo, devido a suas declarações, que não pouparam os aliados do PFL, como Antonio Carlos Magalhães, e nem mesmo a primeira-dama Ruth Cardoso. À frente do Ministério das Comunicações, sua gestão foi marcada pela quebra do monopólio estatal no setor e o início do processo de privatização do sistema Telebrás.

Segundo assessores do ministro, o velório está previsto para as 9h da segunda-feira na Assembléia Legislativa de São Paulo. O sepultamento deve ocorrer às 16h no cemitério Campo Grande, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo).

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