IPES FOI CRIADO EM 62 PARA COMBATER GOULART


Publicado na Folha de S.Paulo, domingo, 27 de março de 1994

Da Redação

O Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) foi uma organização de empresários do Rio de Janeiro e de São Paulo fundada em 2 de fevereiro de 1962. Tinha como objetivo "defender a liberdade pessoal e da empresa, ameaçada pelo plano de socialização dormente no seio do governo Goulart". Tendo participado da articulação que depôs Goulart em 64, o Ipes foi extinto em 72, quando seus líderes escreveram que a "missão para a qual havia sido criado achava-se plenamente cumprida".
O Ipes desenvolveu intensa propaganda anticomunista através de cursos, conferências públicas e artigos publicados em jornais. Divulgou livros e panfletos de oposição ao governo Goulart e de combate ao marxismo, entre os quais o folheto "Nossos Males e seus Remédios", destinado a empregados da indústria e do comércio.
Já em meados de 62, Ipes do Rio e de São Paulo enfrentaram divergências. Os paulistas criticavam a "oposição intelectual" que a facção carioca fazia ao governo e agia no sentido de derrubar Goulart. Depois de 64, o Ipes de São Paulo foi desativando seus trabalhos, até fechar em 1970.
Já o Ipes carioca teria papel central no governo Castelo Branco. O general Golberi do Couto e Silva assumiria a chefia do Serviço Nacional de Informações (SNI), levando para o governo todas as pesquisas e informações gestadas no instituto.

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