Da Redação
O Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais) foi uma organização
de empresários do Rio de Janeiro e de São Paulo fundada
em 2 de fevereiro de 1962. Tinha como objetivo "defender a
liberdade pessoal e da empresa, ameaçada pelo plano de socialização
dormente no seio do governo Goulart". Tendo participado da
articulação que depôs Goulart em 64, o Ipes
foi extinto em 72, quando seus líderes escreveram que a "missão
para a qual havia sido criado achava-se plenamente cumprida".
O Ipes desenvolveu intensa propaganda anticomunista através
de cursos, conferências públicas e artigos publicados
em jornais. Divulgou livros e panfletos de oposição
ao governo Goulart e de combate ao marxismo, entre os quais o folheto
"Nossos Males e seus Remédios", destinado a empregados
da indústria e do comércio.
Já em meados de 62, Ipes do Rio e de São Paulo enfrentaram
divergências. Os paulistas criticavam a "oposição
intelectual" que a facção carioca fazia ao governo
e agia no sentido de derrubar Goulart. Depois de 64, o Ipes de São
Paulo foi desativando seus trabalhos, até fechar em 1970.
Já o Ipes carioca teria papel central no governo Castelo
Branco. O general Golberi do Couto e Silva assumiria a chefia do
Serviço Nacional de Informações (SNI), levando
para o governo todas as pesquisas e informações gestadas
no instituto.
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