Esta é Giloca,  uma típica mulher da década de 20, segundo o cartunista Belmonte



Cronologia
Pesquisa feita pelo Banco de Dados

1961

31.jan.61 —
Jânio Quadros toma posse da Presidência da República


19.ago.61
Che Guevara é condecorado por Jânio, o que provoca uma crise nas Forças Armadas

25.ago.61Jânio renuncia ao cargo de presidente da República. Como o vice, João Goulart, se encontra em visita oficial na China, o presidente da Câmara, Ranieri Mazzili, assume provisoriamente o governo

2.set.61 — O Congresso aprova emenda constitucional que estabelece o parlamentarismo, medida que visa limitar os poderes de João Goulart, condição para retirada do veto dos ministros militares à sua posse

7.set.61 — João Goulart toma posse da presidência. Tancredo Neves é o primeiro-ministro

1º.nov.61 — No 1º Congresso de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, Jango defende a reforma agrária sem indenização para os proprietários de terra

23.nov.61 — O Brasil restabelece relações diplomáticas com a União Soviética

29.nov.61 — É fundado o Ipes (Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais)

dez.61 — Criado o Centro Popular de Cultura (CPC) da UNE


1962

18.fev.62 — O PCB (Partido Comunista do Brasil) é reorganizado sob a sigla PCdoB. A dissidência continua sob o título de PCB, porém como Partido Comunista Brasileiro

4.abr.62 — João Pedro Teixeira, presidente da Liga Camponesa na Paraíba, é morto a mando de fazendeiros

12.mai.62 — Carlos Lacerda, governador da Guanabara, acusa Jango de tramar golpe de Estado

1º.jun.62 — Começa greve organizada pela UNE (União Nacional dos Estudantes) que paralisa 40 universidades no Brasil por três meses

26.jun.62 — Tancredo Neves renuncia ao cargo de primeiro-ministro

31.jun.62 — Militantes estudantis da JUC (Juventude Universitária Católica) e agremiações da esquerda católica fundam a Ação Popular (AP)

5.jul.62 — Jango sanciona lei do 13º salário no mesmo dia em que acontece greve nacional com saldo de 700 feridos e 42 mortos no Rio

25.set.62 — Criado o Ministério do Planejamento. Celso Furtado assume o posto

10.out.62 — É fundado o IEB (Instituo de Estudos Brasileiros), na USP, pelo professor Sérgio Buarque de Holanda

21.nov.62 — Carlos Lira, Tom Jobim e João Gilberto se apresentam no Carnegie Hall, em Nova York


1963

6.jan.63
— O presidencialismo vence o plebiscito sobre o regime de governo do Brasil, o que restitui plenos poderes a João Goulart

2.mar.63 — Goulart promulga o Estatuto do Trabalhador Rural

11.jul.63 — Projeto de Reforma Agrária apresentado pelo senador Milton Campos (UDN) não passa pela Câmara dos Deputados

4.ago.63— Câmara rejeita o Estatuto da Terra

13.set.63 — Jango nomeia o marechal Castelo Branco chefe do Estado-Maior do Exército

4.out.63 — João Goulart solicita quarenta dias de Estado de Sítio, mas Congresso não aprova

6.out.63 — o 4º Exército ocupa Recife para conter manifestação de 30 mil camponeses

31.dez.63 — Jango adverte ao anunciar plano de reformas que, em 1964, as necessidades da nação serão atendidas a qualquer preço


1964

13.mar.64 — João Goulart anuncia em comício, na Central do Brasil no Rio, a necessidade das reformas de base

19.mar.64 — Cerca de 500 mil pessoas fazem passeata contra Jango no centro de São Paulo, na Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Carlos Lacerda é um dos participantes

24.mar.64 — Começa a Revolta dos Fuzileiros Navais, no Rio, chefiada pelo cabo Anselmo

30.mar.64 — Discurso pró-reformas de Jango no Automóvel Clube, no Rio

31.mar.64 — O presidente da República, João Goulart, é deposto pelo golpe militar

1º.abr.64 — Prisões e protestos pelo país em conseqüência do golpe militar. A sede da UNE, no Rio, é incendiada e tomada pelo governo militar, que destrói o acervo do CPC

2.abr.64 — Ranieri Mazilli assume a Presidência interinamente

9.abr.64 — Editado o Ato Institucional n.º 1 (AI-1), que permite a cassação de mandatos e a suspensão de direitos políticos. São marcadas eleições indiretas em dois dias para Presidência e vice-presidência da República com mandato válido até 31 de janeiro de 1966

10.abr.64 — É divulgada a primeira lista de cassados pelo AI-1. Entre os 102 nomes estão o de João Goulart, Jânio Quadros, Luís Carlos Prestes, Leonel Brizola e Celso Furtado, assim como 29 líderes sindicais e alguns oficias das Forças Armadas

14.abr.64 — Criação dos Inquéritos Policiais Militares (IPMs)

15.abr.64 — O marechal Humberto de Alencar Castello Branco assume a Presidência

9.mai.64 — Carlos Marighella, dirigente comunista, é baleado e preso no Rio

13.mai.64 — Brasil rompe relações diplomáticas com Cuba

08.jun.64 — Juscelino Kubitschek e mais 39 políticos são cassados

13.jun.64 — É criado o SNI (Serviço Nacional de Informação), comandado pelo general Golbery do Couto e Silva

22.jul.64 — A Emenda Constitucional n.º 9 prorroga o mandato de Castelo Branco até 15 de março de 67

27.out.64 — O Congresso aprova o projeto Suplicy, que extingue a UNE e proíbe as organizações estudantis de realizar protestos

30.nov.64 — Castello Branco assina a lei que cria o Estatuto da Terra

10.dez.64 — Estréia no Rio o show "Opinião", com Zé Keti, Nara Leão, Maria Bethânia e João do Vale

31.dez.64 — É criado o Banco Central do Brasil


1965

13.jan.65 — Governo militar obtém empréstimo de US$ 125 milhões do FMI

22.mar.65 — Ocorre a primeira eleição após o golpe. O brigadeiro José Vicente Faria Lima é eleito prefeito de São Paulo com apoio de Jânio Quadros

30.mar.65 — Castello Branco lança plano de Reforma Agrária e cria o Instituto Brasileiro de Reforma Agrária

6.abr.65 — O 1º Festival de Música Popular Brasileira, da TV Excelsior, é vencido por Elis Regina com a música "Arrastão", de Edu Lobo e Vinicius de Moraes

22.abr.65 — Atentado a bomba no jornal "O Estado de S. Paulo"

26.abr.65 — A Rede Globo inaugura suas transmissões

2.jun.65 — Polícia Militar invade o Crusp (alojamento estudantil da USP) durante greve

22.ago.65 — TV Record coloca no ar o programa ''Jovem Guarda''

3.out.65 — Realizam-se eleições diretas para governador

4.out.65 — Grande manifestação popular recebe JK na volta do exílio

6.out.65 — Castello Branco garante posse de candidatos da oposição eleitos diante da ameaça de comandantes militares

7.out.65 — Carlos Lacerda renuncia acusando o presidente de tramar a vitória de Negrão de Lima ao governo da Guanabara

8.out.65Carlos Lacerda, em entrevista, acusa Castello Branco de ser "traidor da revolução"

10.out.65 — O Reitor da UnB suspende as atividades do campus e pede intervenção policial devido a greve dos professores

18 out.65 — 156 professores pedem demissão da UnB após a publicação de lista de desligamento de 15 docentes. No dia seguinte, mas 43 professores fazem o mesmo

27.out.65 — É decretado o Ato Institucional n.º 2, que reabre processos de cassações, extingue os partidos políticos, impõe eleições indiretas para presidente e atribui ao presidente poder de decretar Estado de Sítio por 180 dias sem consulta prévia do Congresso, de intervir nos estados, de decretar recessos do Congresso, de demitir funcionários e de emitir atos complementares e decretos-lei

24.nov.65 — Expedido o Ato Complementar nº4, em cumprimento ao disposto no AI-2, que estabelece o bipartidarismo

10.dez.65 — É expedido o Ato Complementar nº5 decretando intervenção federal nos municípios que vagarem o cargo de prefeito


1966

1º.jan.66 — Começa, em Cuba, a 1ª Conferência Tricontinental dos Partidos Comunistas

5.fev.66 — É decretado o Ato Institucional n.º 3, que institui eleições indiretas para governador e a nomeação de prefeitos

24.mar.66 — São oficializados os partidos MDB e ARENA. O MDB (Movimento Democrático Brasileiro) reúne principalmente parlamentares do extinto PTB que se opuseram ao regime militar. A Arena (Aliança Renovadora Nacional), se constitui como partido de sustentação dos governos militares

10.mai.66Ato Complementar n.º 9 estabelece as inelegibilidades

5.jun.66 — Adhemar de Barros, governador de São Paulo, é cassado

06.jun.66Luís Carlos Prestes é condenado a 14 anos de prisão

25.jul.66 — Atentado a bomba contra Costa e Silva no aeroporto de Guararapes, em Recife, termina com três mortos e vários feridos

28.jul.66 — Mesmo na ilegalidade, UNE realiza 28º Congresso, em Belo Horizonte

13.set.66 — É criado o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço)

22.set.66 — A UNE estabelece o Dia Nacional da Luta contra a Ditadura

23.set.66 — No Rio, a polícia militar invade a Faculdade de Medicina e prende 600 estudantes. O episódio fica conhecido como "massacre da Praia Vermelha"

03.out.66 — Com a abstenção de toda a bancada do MDB, que se retirou do plenário, o marechal Artur da Costa e Silva é eleito presidente pelo Congresso, tendo como vice Pedro Aleixo

05.out.66 — É inaugurada a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas)

10.out.66 — Geraldo Vandré e Theo de Barros, com "Disparada", e Chico Buarque, com a "A Banda", ganham o 2º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record

28.out.66 — É lançada no Rio a Frente Ampla, movimento de oposição que luta pela restauração da democracia e une Carlos Lacerda, JK e João Goulart

21.nov.66 — É criado o INPS (Instituto Nacional de Previdência Social)

07.dez.66 — Ato Institucional n.º 4 obriga o Congresso a votar o Projeto de Constituição


1967

1º.jan.67 — O ministro da Fazenda, Delfim Netto, afirma que atinge US$ 1 bilhão o total de empréstimos obtidos no exterior pelo Brasil no regime militar até o final do mandato de Castello Branco

24.jan.67 — Castello Branco promulga a nova Constituição. Com ela, muda o nome oficial do país de República dos Estados Unidos do Brasil para República Federativa do Brasil

25.jan.67 — Criado o Conselho de Segurança Nacional (CSN).

09.fev.67 — É sancionada a nova Lei de Imprensa

13.fev.67 — Entra em vigor o cruzeiro novo (NCr$), valendo mil cruzeiros antigos

13.mar.67 — É promulgada a Lei de Segurança Nacional

15.mar.67 — Tomam posse o marechal Costa e Silva e o vice Pedro Aleixo. Neste mesmo dia, entra em vigor a nova Lei de Segurança Nacional e a Constituição de 1967, que anula as disposições do AI-2

17.mar.67 — O General Emílio Gasrrastazu Médici assume chefia do SNI

05.abr.67 — A Polícia anuncia a prisão de oito guerrilheiros na Serra do Caparaó, em Minas Gerais. Integrantes do MNR, um deles, Milton Palmeira de Castro, é morto dias depois num quartel do Exército

05.mai.67 — Glauber Rocha lança o filme "Terra em Transe"

18.jul.67 — O ex-presidente Castello Branco morre em acidente aéreo

31.jul.67 — Começa em Cuba a 1ª Conferência da Organização Latino-Americana de Solidariedade (Olas), que define estratégia revolucionária para toda América Latina. Estão presentes, entre outros, Che Guevara e Carlos Marighella

10.ago.67 — Realiza-se o 29º Congresso da UNE (clandestino) em Vinhedo, São Paulo

1º.set.67 — Formalizada criação da Frente Ampla

25.set.67 — Carlos Lacerda e João Goulart assinam o Acordo de Montevidéu, que pede a volta da democracia no Brasil

out.67Che Guevara é morto na Bolívia

20.out.67 — Costa e Silva decreta o recesso parlamentar até 22 de novembro, sete dias depois das eleições legislativas

21.out.67 — No 3º Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, Gilberto Gil, com Os Mutantes, canta "Domingo no Parque", Caetano Veloso apresenta "Alegria, Alegria" e Chico Buarque, "Roda Viva"

30.out.67 — A Frente Ampla entra em recesso até 1968 na tentativa de tentar recuperar o desgaste sofrido depois do Acordo de Montevidéu

05.nov.67 — Prisão de integrantes da Juventude Operária Católica (JOC) e do padre francês Guy Thibaut

05.dez.67 — É criada a Fundação Nacional do Índio (Funai)


1968

16 a 18.fev.68 — Greve dos trabalhadores da Cobrasma em Osasco (SP)

28.mar.68 — O estudante Édson Luís Lima Souto morre em conflito de estudantes com a PM em frente ao restaurante universitário Calabouço, no Rio, quando o movimento estudantil preparava um protesto contra as condições do ensino brasileiro

29.mar.68 — Cerca de 60 mil pessoas participaram do enterro de Édson Luis. Seguem-se, nos dias seguintes, manifestações e protestos em várias cidades do país

30.mar.68 — O Ministro da Justiça determina que as passeatas estudantis sejam reprimidas

1º.abr.68 — Prisões e mortes marcam os protestos estudantis cada vez mais freqüentes

04.abr.68 — As missas de sétimo dia celebradas para Edson Luís na igreja da Candelária no Rio são reprimidas violentamente

05.abr.68 — O presidente Costa e Silva proíbe as atividades da Frente Ampla

16 a 24.abr.68 — Começa greve em Contagem (MG), que paralisa quase 7 mil operários metalúrgicos

17.abr.68 — 68 municípios são considerados áreas de segurança nacional e proibidos de realizar eleições municipais

20.abr.68 — Atentado a bomba contra o jornal "O Estado de S. Paulo"

mai.68 — É criada a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR)

1º.mai.68 — O governador de São Paulo, Abreu Sodré, é apedrejado durante comemorações do Dia do Trabalhador

13.mai.68 — Pronto relatório do general Meira Mattos sobre a situação do movimento universitário brasileiro

14.mai.68 — São censurados 15 minutos da estréia do programa "Canto Geral", de Geraldo Vandré, na TV Bandeirantes

16.mai.68 — Bomba explode na porta da Bolsa de Valores de São Paulo

22.mai.68 — Sancionada a lei que incrimina menores de dezoito anos envolvidos em ações contra a segurança nacional

22.mai.68 — Estudantes secundaristas fazem manifestação em São Paulo contra Portaria n.º 31, que limita o trabalho do professor e institui mensalidades em algumas universidades públicas. Durante um mês, várias manifestações são desencadeadas no país por professores e estudantes

19.jun.68 — Polícia militar e DOPS reprimem concentração universitária no Ministério da Educação no Rio. Quanrenta pessoas saem feridas e 48 são detidas

20.jun.68 — Estudantes ocupam a reitoria da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e fazem assembléia. Tirados a força pela polícia, muitos são presos e as aulas são suspensas por tempo indeterminado

21.jun.68 — Conhecida como "sexta-feira sangrenta", passeata por verbas para a educação acaba com repressão e mortos, no Rio

22.jun.68 — Armas são roubadas do Hospital Militar do Cambuci, em São Paulo

26.jun.68 — É realizada, com permissão do governo estadual, no Rio, a "Passeata dos 100 mil", manifestação contra o regime militar organizada por estudantes, artistas, intelectuais e trabalhadores. Um carro-bomba explode no QG do 2º Exército e o soldado Mário Kozel Filho morre

1º.jul.68 — Militantes do grupo revolucionário Colina (Comando de Libertação Nacional ) matam , por engano, o major alemão Edward von Westernhagen no Rio

02.jul.68 — O presidente Costa e Silva recebe comissão de estudantes e intelectuais formada na passeata dos 100 mil

04.jul.68 — Costa e Silva sanciona lei que declara 68 municípios como de interesse da segurança nacional

05.jul.68 — O ministro da Justiça, Gama e Silva, proíbe qualquer tipo de manifestação no país

11.jul.68 — Costa e Silva propõe Estado de Sítio caso as manifestações estudantis continuem

16 a 18.jul.68 — 15 mil metalúrgicos participam de greve em Osasco (SP)

17.jul.68 — Costa e Silva ratifica proibição de manifestações

18.jul.68 — Membros do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) invadem e depredam o Teatro Ruth Escobar , em São Paulo, além de espancar o elenco da peça "Roda Viva"

19.jul.68 — A 9ª Assembléia da CNBB condena a falta de liberdade no país e faz apelo à não-violência

22.jul.68 — Atentado a bomba contra a sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa), no Rio

02.ago.68 — Prisão do líder estudantil Vladimir Palmeira, no Rio. Nos dias seguintes, cerca de 650 estudantes são detidos no Rio e 300 em São Paulo. O Teatro Opinião, no Rio, sofre atentado a bomba

07.ago.68 — Lançamento do LP "Tropicália"

15.ago.68 — A cidade de São Carlos (SP) é ocupada pela tropa de choque para reprimir manifestações estudantis e de trabalhadores

17.ago.68 — Dom Hélder Câmara, em João Pessoa (PB), faz advertência contra o emprego da violência nos movimentos estudantis

19.ago.68 — Bombas explodem em frente ao DOPS e às varas distritais da Lapa e de Santana

20.ago.68 — A Câmara dos Deputados rejeita anistia aos presos em manifestações

25.ago.68 — Em passeata de estudantes em São Paulo, uma bomba atinge a redação do jornal "O Estado de São Paulo". Em Belo Horizonte, 120 estudantes são presos na Escola de Medicina

29.ago.68 — PM e PF invadem a Universidade de Brasília (UnB), prendem professores e estudantes e ferem, com um tiro na cabeça, um estudante. A Universidade Federal de Minas Gerais é fechada

02.set.68 — Deputado Márcio Moreira Alves (MDB) faz discurso na Câmara conclamando o povo a realizar uma boicote ao militarismo nos festejos do dia 7 de setembro. O pronunciamento é considerado ofensivo pelos ministros militares

13.set.68 — Ministros militares exigem do Congresso que Márcio Moreira Alves seja processado e enquadrado na Lei de Segurança Nacional

29.set.68 — Sob vaias, "Sabiá", de Tom Jobim e Chico Buarque, vence o 3º Festival Internacional da Canção, no Rio. Geraldo Vandré fica em segundo lugar com a música "Para Não Dizer que Não Falei nas Flores", considerada subversiva pelo coronel Otávio Costa, que exige a prisão do compositor

02.out.68 — Confronto entre estudantes da USP e alunos do Mackenzie na rua Maria Antônia termina com a morte do estudante secundarista José Carlos Guimarães, no dia 3, e o fechamento da Faculdade de Filosofia da USP

08.out.68 — A atriz Norma Bengel é seqüestrada em São Paulo por um grupo de direita, espancada e solta no Rio

12.out.68 — Cerca de 700 estudantes são presos no Congresso clandestino da UNE em Ibiúna (SP). Em ação da VPR, o capitão do Exército americano Charles Chandler é morto

21.out.68 — Luís Travassos, José Dirceu e Vladimir Palmeira, entre outros detidos em Ibiúna, são condenados à prisão. Protestos são realizados em todo país nos dias seguintes, assim como greves em Belo Horizonte, Fortaleza e Aracaju

24.out.68 — A casa do arcebispo dom Hélder Câmara, em Recife, é metralhada

07.nov.68 — É inaugurado a nova sede do Masp (Museu de Arte de São Paulo) na avenida Paulista, com a presença da rainha Elizabeth 2ª, da Inglaterra

22.nov.68 — É criado o Conselho Superior de Censura

02.dez.68 — Bomba é atirada pelo CCC (Comando de Caça aos Comunistas) no Teatro Opinião, no Rio

12.dez.68 — A Câmara dos Deputados rejeita o pedido de autorização para processar o deputado Márcio Moreira Alves. As Forças Armadas e a Polícia Federal entram em prontidão

13.dez.68 O governo militar fecha o Congresso, ordena a prisão de Juscelino Kubistchek e decreta o Ato Institucional n.º 5, que cassa dezenas de mandatos, permite intervenção nos Estados e municípios, suspende garantia de habeas corpus em casos de crime contra a segurança nacional e confisca bens

22.dez.68 — Caetano Veloso e Gilberto Gil são presos no Rio

30.dez.68 — É publicada a primeira lista de deputados cassados pós-AI-5


1969

É criado do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento)

16.jan.69 — O governo divulga lista com o nome de 43 políticos que têm seus mandatos cassados

26.jan.69 — O capitão Carlos Lamarca realiza a "expropriação" de armas e munição do quartel de Quitaúna, em Osasco (SP)

1º.fev.69 — O AI-6 modifica a estrutura do Supremo Tribunal Federal e transfere para a Justiça Militar os crimes contra a segurança nacional

07.fev.69 — O Conselho de Segurança Nacional cassa três senadores e 18 deputados do MDB

26.fev.69 — O AI-7 suspende as eleições e o decreto-lei 477 define as infrações de professores e estudantes

02.abr.69 — O AI-8 cria normas para a reforma administrativa

23.abr.69 — Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai assinam o Tratado da Bacia do Prata, que promove a integração da região

25.abr.69 — O AI-9 cria regras para a desapropriação de propriedades rurais

16.mai.69 — AI-10 aposenta centenas de professores em todo o país

26.mai.69 — O padre Antônio Henrique Pereira Neto, da arquidiocese de Olinda e Recife, é seqüestrado e morto por membros do CCC (Comando de Caça aos Comunistas)

26.jun.69 — Chega às bancas o primeiro número do "Pasquim"

1º.jul.69 — É oficialmente criada a Oban (Operação Bandeirantes) dentro do comando do 2º Exército, em São Paulo. A Oban passa a comandar a repressão contra a guerrilha armada

07.jul.69 — A VPR e o Colina (Comando de Libertação Nacional) fundem-se e criam a VAR-Palmares (Vanguarda Armada Revolucionária Palmares)

11.jul.69 — Membros do VAR-P assaltam uma agência bancária no Rio e, durante a fuga, perseguidos pela polícia, matam um motorista de táxi

18.jul.69 — A VAR-P realiza o assalto à casa da amante do ex-governador paulista, Adhemar de Barros, de onde levam um cofre com US$ 2,8 milhões

14.ago.69 — O AI-11 marca eleição municipais para novembro

15.ago.69 — Membros da ALN tomam a Rádio Nacional, em São Paulo, e divulgam uma gravação com um manifesto de Carlos Marighella

29.ago.69 — O presidente Costa e Silva é acometido de trombose cerebral

31.ago.69 — É editado o AI-12, que anuncia o impedimento temporário do presidente Costa e Silva

1º.set.69 — O Brasil passa a ser governado por uma Junta Militar composta pelos ministros Aurélio Lyra Tavares (Exército), Augusto Rademaker (Marinha) e Márcio de Souza Mello (Aeronáutica)

1º.set.69 — O "Jornal Nacional", da Rede Globo, é transmitido pela primeira vez

04.set.69 — Guerrilheiros seqüestram, no Rio, o embaixador dos EUA no Brasil, Charles Elbrick

05.set.69 — Os AIs 13 e 14 estabelecem as penas de morte e de banimento do território nacional para subversivos

07.set.69 — Charles Elbrick é solto após a libertação de 15 presos políticos, que viajam para o México

11.set.69 — O AI-15 traz as regras para as eleições municipais

20.set.69 — Decreto-lei 898 estabelece a nova Lei de Segurança Nacional

29.set.69 — Virgílio Gomes da Silva, comandante do seqüestro do embaixador Charles Elbrick, é preso e morto sob tortura na sede da Oban, em São Paulo

out.69 — A madre Maurina Borges é presa e torturada em Ribeirão Preto (SP)

14.out.69 — O AI-16 declara vagos os cargos de presidente e vice-presidente da República e marca eleições indiretas para os cargos. O AI-17 permite ao presidente passar para a reserva militares que "atentem contra a coesão das forças armadas"

15.out.69 — O Congresso, fechado desde a edição do AI-5, é reaberto para realizar a eleição do sucessor de Costa e Silva

17.out.69 — O governo militar outorga a Emenda Constitucional n.º 1, conhecida como "Constituição de 69", que fixa o mandato presidencial em cinco anos

25.out.69 — O general Emílio Garrastazu Médici é eleito presidente da República pelo Congresso

30.out.69 — Médici assume a Presidência. Entra em vigor a nova Constituição

04.nov.69 — Carlos Marighella é morto pela equipe liderada pelo delegado Sérgio Fleury. O frei Tito de Alencar é preso e torturado por policiais no Deops, em São Paulo

17.dez.69 — Morre o general Costa e Silva


1970

16.jan.70 — Mário Alves, um dos fundadores do PCBR (Partido Comunista Brasileiro Revolucionário), é preso, no Rio, e morto sob tortura

26.jan.70 — O decreto-lei 1.077 institui a censura prévia a espetáculos e publicações

11.mar.70 — O cônsul japonês Nobuo Okuchi é seqüestrado por integrantes da VPR em São Paulo

14.mar.70 — Cinco prisioneiros políticos, entre eles a madre Maurina Borges, são soltos em troca da libertação de Nobuo Okuchi

15.mar.70 — O cônsul japonês é libertado

20.abr.70 — O Exército inicia a Operação Registro, que acaba com a Guerrilha do Vale do Ribeira, da VPR. Lamarca foge

10.mai.70 — Feito refém no Vale do Ribeira, o tenente do Exército Paulo Mendes Jr. é morto a coronhadas por integrantes da VPR

mai.70 — O CIE (Centro de Informações do Exército) entra oficialmente em operação

11.jun.70 — O embaixador alemão no Brasil, Ehrenfried Von Holleben, é seqüestrado no Rio

16.jun.70 — O governo Médici anuncia o Programa de Integração Nacional, que prevê a construção da rodovia Transamazônica

21.jun.70 — A seleção brasileira conquista o tricampeonato mundial de futebol no México

1º.jul.70 — É seqüestrado um avião da Cruzeiro, em Niterói. Um seqüestrador é morto

09.jul.70 — É criado o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)

set.70 — A Oban é transformada em DOI—Codi (Destacamento de Operações de Informações - Centro de Operações de Defesa Interna)

23.out.70 — O dirigente da ALN (Ação Libertadora Nacional) Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo, é preso, torturado e morto por policias do grupo do delegado Fleury, em São Paulo

30.out.70 — Agentes do Doi-Codi invadem a redação de "O Pasquim" e prendem Ziraldo e outros colaboradores

15.nov.70 — Acontecem eleições para senador, deputados federal e estadual, prefeito e vereador

07.dez.70 — O embaixador da Suíça, Giovanni Enrico Bucher, é seqüestrado, no Rio, por militantes da ALN


1971

13.jan.71 — O frei Tito de Alencar é banido do Brasil

16.jan.71 — Enrico Bucher é libertado depois de ser trocado por prisioneiros políticos

20.jan.71 — O deputado Rubens Paiva é preso, no Rio, morto sob tortura e dado como desaparecido

1º.fev.71 — O Brasil se retira da 3ª Assembléia da OEA (Organização dos Estados Americanos) por não concordar com o plano conjunto de ação contra o terrorismo

23.mar.71 — O membro da ALN Márcio Leite Toledo é assassinado por companheiros da organização

15.abr.71 — O industrial Henning Albert Boilesen, presidente da Ultragás e tido como financiador da OBAN (Operação Bandeirante), é morto em São Paulo

30.mai.71 — O militante da VPR cabo Anselmo é preso pela equipe do delegado Sérgio Fleury, do Deops paulista. Torturado, passa a ser informante da polícia

20.ago.71 — Iara Iavelberg, companheira de Carlos Lamarca, morre em Salvador

14.jun.71 — O militante do MR-8 Stuart Angel é preso, torturado e morto no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica (Cisa), na Base Aérea do Galeão, no Rio

17.set.71Carlos Lamarca é morto na Bahia

26.nov.71 — O ministro da Aeronáutica, brigadeiro Márcio Sousa Melo, é demitido após a repercussão da morte de Stuart Angel


1972

mar.72
— A guerrilha do Araguaia, montada pelo PC do B, é descoberta e começam as investigações na região de Xambioá (PA)

12.abr.72 — Cerca de 3.000 homens do Exército chegam ao Araguaia e dão início à primeira campanha contra a guerrilha

09.mai.72 — Emenda Constitucional n.º 2 estabelece eleições indiretas para os governos estaduais em 1974

16.jun.72 — Maria Lúcia Petit é morta pelo Exército no Araguaia

jul.72 — Termina a primeira campanha do Exército contra a guerrilha no Araguaia

11.jul.72 — É criada a Telebrás

set.72 — O Exército inicia a segunda campanha no Araguaia, desta vez com 10 mil homens. Após fracassarem na busca aos guerrilheiros, as tropas se retiram da região no fim do mês

05.set.72 — A imprensa é proibida de publicar notícias sobre a Anistia Internacional

27.set.72 — O presidente Médici inaugura o primeiro trecho da rodovia Transamazônica

15.nov.72 — Nas eleições municipais, a Arena elege 80% dos prefeitos


1973

07.jan.73 — Os militantes da VPR Eudaldo Gomes da Silva, Pauline Reichstul, Evaldo Luís Ferreira de Souza, Jarbas Pereira Marques, José Manoel da Silva e Soledad Barret Viedma são torturados e mortos no município de Paulista (PE), após informações do cabo Anselmo. O episódio ficou conhecido como "massacre da chácara São Bento"

17.mar.73 — O estudante da USP Alexandre Vanucchi Leme é morto sob tortura no DOI-Codi de São Paulo

26.abr.73 — Brasil e Paraguai assinam o Tratado de Itaipu para o aproveitamento hidrelétrico conjunto do rio Paraná

18.jun.73 — O general Ernesto Geisel, presidente da Petrobras, é lançado candidato à Presidência

04.set.73 — O MDB lança a chapa Ulisses Guimarães-Barbosa Lima Sobrinho como "anticandidatos" à Presidência

07.out.73 — O Exército inicia a terceira campanha contra a guerrilha do Araguaia

29.nov.73 — Jaime Petit da Silva desaparece depois de tiroteio com tropas do Exército no Araguaia

30.nov.73 — Sônia Moraes Angel Jones, mulher de Stuart Angel, é morta sob tortura em São Paulo

out-dez.73 — Primeiro choque do petróleo: a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) reduz a produção e o preço do produto quadruplica

22.nov.73 — É criada a Lei Fleury, que dá direito ao réu com bons antecedentes de responder em liberdade aos processos de crimes contra a vida

25.dez.73 — Em emboscada preparada pelo major Sebastião Curió, são mortos Maurício Grabois e Paulo Mendes Rodrigues, principais comandantes da guerrilha do Araguaia, e ainda Gilberto Olímpio e Guilherme Gomes Lund


1974

14.jan.74 — Lúcio Petit da Silva desaparece após tiroteio com soldados no Araguaia

15.jan.74 — O general Ernesto Geisel é eleito presidente pelo colégio eleitoral

22.jan.74 — Tem início a censura prévia a rádios e TVs

04.mar.74 — O presidente Médici inaugura a ponte Rio-Niterói

15.mar.74 — O general Ernesto Geisel toma posse na Presidência. O general João Figueiredo assume a chefia do SNI e Golbery do Couto e Silva, nomeado ministro-chefe do Gabinete Civil, passa a articular a "abertura" do regime

abr.74 — Osvaldo Orlando da Costa, o Osvaldão, um dos comandantes da guerrilha do Araguaia, é morto pelo Exército. Sua cabeça é decepada e exposta na base militar de Xambioá

17.mai.74 — Ernesto Geisel e Alfredo Stroessner, presidente do Paraguai, criam a Itaipu Binacional

11.jun.74 — Morre o ex-presidente da República general Eurico Gaspar Dutra

07.ago.74 — O frei Tito de Alencar suicida-se na França

29.ago.74 — O presidente Geisel define a abertura política como "lenta, gradativa e segura distensão"

set.74 — A TV Gaúcha transmite o único debate das eleições de 74, entre os candidatos ao Senado Nestor Jost (Arena) e Paulo Brossard (MDB)

15.nov.1974 — Nas eleições para o Congresso Nacional, o MDB elege 16 de 22 senadores e conquista 44% das cadeiras da Câmara dos Deputados


1975

mar.1975 — É criado, em São Paulo, o Movimento Feminino pela Anistia, presidido por Teresa Zerbini

15.mar.75 — Os Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro se fundem sob nome de Estado do Rio de Janeiro

27.jun.75 — Brasil fecha acordo nuclear com a Alemanha

18.jul.75 — Morre o marechal Juarez Távora, que ajudara a formar a Coluna Prestes

25.out.75 — O jornalista Vladimir Herzog é assassinado sob tortura nas dependências do DOI-Codi. O boletim da polícia apresenta a versão de que Herzog se enforcara

31.out.75 — Mais de 10 mil pessoas participam de um ato ecumênico na Catedral da Sé em memória de Herzog

07.dez.75 — Morre o jornalista e escritor Plínio Salgado, fundador da Ação Integralista Brasileira (AIB)


1976

17.jan.76 — O metalúrgico Manuel Fiel Filho é encontrado morto nas dependências do DOI-Codi. A explicação para a morte do operário é que ele teria se suicidado

19.jan.76 — O presidente Geisel demite o general Ednardo D`Ávila Mello do comando do 2º Exército após a repercussão da morte de Manuel Fiel Filho

14.abr.76 — A estilista Zuzu Angel, que ficou conhecida por denunciar a tortura, morte e ocultação do cadáver de seu filho, Stuart Angel, é morta por agentes da repressão

1º.jul.76 — O presidente Geisel sanciona a "Lei Falcão", que altera o Código Eleitoral reduzindo a níveis mínimos a propaganda política no rádio e na televisão

19.ago.76 — Uma bomba explode na ABI, no Rio. Na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), também no Rio, é encontrada outra bomba, que só não explodiu porque o pavio apagou. Os atentados são reivindicados pela organização de direita Aliança Anticomunista Brasileira

22.ago.76 — O ex-presidente da República Juscelino Kubitschek morre em acidente de carro

11.out.76 — O padre João Bosco Penido Burnier é morto por policiais em Ribeirão Bonito (MT) quando visitava uma cadeia pública acusada de torturar presos

15.nov.76 — Ocorrem as eleições municipais para vereador

06.dez.76 — Morre o ex-presidente da República João Goulart

16.dez.76 — Em episódio que fica conhecido como "chacina da Lapa", agentes da repressão abrem fogo contra uma casa em São Paulo onde estavam reunidos militantes do PCdoB. Pedro Pomar e Ângelo Arroyo, dirigentes do partido, morrem no local


1977

fev.77 — O Brasil manda sua primeira delegação oficial a Cuba desde 1964

30.mar.77 — O anteprojeto da reforma do Poder Judiciário elaborado pelo governo é levado à votação no Congresso, mas não obtém os dois terços necessários à sua aprovação

1º.abr.77 — O presidente Ernesto Geisel fecha o Congresso

14.abr.77 — Geisel baixa o Pacote de Abril, que promove a reforma do Judiciário, estabelece o mandato presidencial em seis anos e cria o cargo de senador biônico

05.mai.77 — Em protesto contra a prisão de estudantes e operários, cerca de 7.000 estudantes tentam fazer passeata do Largo São Francisco à Praça da República. Ao chegarem ao Viaduto do Chá, entretanto, uma barreira policial comandada pessoalmente por Erasmo Dias impede o progresso dos manifestantes

21.mai.77 — Morre o político e jornalista Carlos Lacerda

07.jun.77 — Mais de 2.500 assinam manifesto da ABI contra a censura

23.jun.77 — O Congresso aprova emenda constitucional do senador Nélson Carneiro que institui o divórcio

22.set.77 — Sob o comando de Erasmo Dias, a PM invade a PUC-SP e prende cerca de mil pessoas que participavam de um encontro nacional de estudantes

11.out.77 — É sancionada a lei que cria o Estado do Mato Grosso do Sul

12.out.77 — O presidente Geisel exonera o ministro do Exército, Sílvio Frota, aspirante a candidato à Presidência e opositor da distenção política empreendida por Geisel

31.dez.77 — Geisel comunica formalmente que o general João Baptista Figueiredo, chefe do SNI, será indicado como seu sucessor


1978

3.jan.78 — Insatisfeito com a indicação de Figueiredo à sucessão presidencial, o chefe do Gabinete Militar, Hugo Abreu, pede demissão

14.fev.78 — É fundado o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA) do Rio de Janeiro

29.mar.78 — O presidente dos EUA, Jimmy Carter, chega ao Brasil, é saudado por Geisel e recebe, de pessoas contrárias ao regime, documentos sobre violação de direitos humanos no país

12.mai.78 — Metalúrgicos da Scania, em São Bernardo do Campo, iniciam a primeira greve do país após o AI-5. É criado o CBA de São Paulo, do Distrito Federal e outros estados

26.mai.78 — O movimento grevista do ABC chega a São Paulo com a paralisação na Toshiba

12.jun.78 — É fechado acordo coletivo entre o Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema e empresas

9.set.78 — O 1º Encontro Nacional de Movimentos pela Anistia aprova a Carta de Salvador, na qual pedem uma anistia ampla, geral e irrestrita

1º.set.78 — O Colégio Eleitoral paulista elege Paulo Maluf (Arena) governador do Estado. Nenhum delegado do MDB comparece à votação

13.out.78 — É promulgada emenda constitucional que extingue o AI-5 a partir de 1º de janeiro de 1979

15.out.78 — O general João Baptista Figueiredo é eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral

27.out.78 — A Justiça responsabiliza a União pela morte do jornalista Vladimir Herzog

05.nov.78 — Encerra-se o 1º Congresso Nacional pela Anistia, em São Paulo

15.nov.78Ocorrem eleições para o Congresso. A Arena elege mais representantes, mas o MDB vence na soma total de votos para o Senado e permanece majoritária nos principais Estados do país

27.dez.78 — Entra em vigor a nova Lei de Segurança Nacional

29.dez.78 — Geisel assina decreto que revoga o banimento de 126 brasileiros e extingue a CGI (Comissão Geral de Investigação), dando o golpe de misericórdia no AI-5


1979

São realizados três encontros nacionais de Movimentos pela Anistia

11.fev.79 — O CBA-SP consegue exibir, no estádio do Morumbi, durante jogo entre Corinthians e Santos, uma grande faixa com os dizeres "Anistia ampla, geral e irrestrita", no meio da torcida corintiana. A faixa é transmitida pelas redes de televisão que exibem o jogo e os jornais do dia seguinte circularam com fotos do fato

13.mar.79 — 180 mil operários fazem greve em São Bernardo do Campo

15.mar.79O presidente Figueiredo toma posse

1º.mai.79 — 130 mil pessoas se reúnem no estádio de Vila Euclides, em São Bernardo do Campo, em um evento organizado por 50 sindicatos e entidades de base. Em Ilhabela, litoral paulista, morre o delegado Sérgio Fleury

31.mai.79 — A arenista Eunice Michiles toma posse no Senado como a primeira senadora da história do país

30.jun.79 — Encerra-se em Roma (Itália) a Conferência Internacional pela Anistia no Brasil, que reforça a intenção de uma anistia ampla, geral e irrestrita no país

17.ago.79 — É fundada a Associação Nacional de Jornais (ANJ)

21.ago.79 — Um ato público em favor da Anistia reúne cerca de 5.000 pessoas na Praça da Sé, em São Paulo

28.ago.79 — O presidente Figueiredo sanciona a Lei de Anistia. Segundo o Superior Tribunal Militar, a lei beneficia 4.650 pessoas entre cassados, banidos, presos, exilados ou simplesmente destituídos de seus empregos

6.set.79 — O ex-governador Leonel Brizola retorna ao país, após 15 anos de exílio

15.set.79 — O ex-governador de Pernambuco, Miguel Arraes, e o ex-deputado federal, Márcio Moreira Alves, voltam do exílio

20.out.79 — Luiz Carlos Prestes desembarca no aeroporto do Galeão, no Rio, e é recebido por cerca de 10 mil pessoas

nov.79 — O 2º Congresso Nacional pela Anistia delibera que os CBAs deveriam se juntar aos movimentos populares exigindo a total redemocratização do país

21.nov.79 — Congresso aprova emenda que extingue a Arena e o MDB

30.nov.79 — Em Santa Catarina, Figueiredo ameaça agredir manifestante que o teria ofendido


1980

jan.80 — Descoberta de ouro na Floresta Amazônica leva cerca de 25 mil garimpeiros ao sul do Pará e, com pás e picaretas, escavam um gigantesco labirinto na região, que recebe o nome de Serra Pelada. Em um ano, o local produz 50 milhões de dólares em pepitas

2.jan.80 — Leonel Brizola e Ivete Vargas solicitam, no mesmo dia, o registro do PTB (Partido Trabalhista Brasileiro) no TSE

24.jan.80 — Conselho Superior de Censura libera a peça "Calabar", de Chico Buarque e Rui Guerra

27.jan.80 — Bomba explode durante ensaio da Escola de Samba Acadêmicos do Salgueiro, onde haveria ato de apoio à fundação do PMDB

10.fev.80 — É aprovado o manifesto de criação do PT (Partido dos Trabalhadores)

12.fev.80 — Senador Tancredo Neves lança plano de ação política do Partido Popular

12.fev.80 — O cientista Albert Sabin abandona o cargo de consultor especial do Ministério da Saúde após denunciar o governo do ex-presidente Médici de manipular dados referentes às condições de saúde no país entre 1969 e 1973

21.mar.80 — Estudantes protestam contra ameaça do governo de demolir sede da UNE no Rio de Janeiro

1º.abr.80 — Trezentos e trinta mil metalúrgicos do ABC e de outras 15 cidades do interior de São Paulo entram em greve

14.abr.80 — Libertada a brasileira Flávia Schilling, depois de mais de sete anos presa em cadeias uruguaias

19.abr.80 — Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo e Diadema, Luíz Inácio da Silva, o Lula, e outros 10 dirigentes sindicais são presos pelo Dops paulista com base na LSN (Lei de Segurança Nacional)

8.mai.80 — TSE dá a Ivete Vargas o registro do PTB

19.mai.80 — Luis Carlos Prestes é destituído da secretaria-geral do PCB

20.mai.80 — Lula é libertado

23.mai.80 — Protesto durante visita do presidente João Figueiredo a Ribeirão Preto (SP) resulta na prisão de 80 estudantes

26.mai.80 — Leonel Brizola funda o PDT (Partido Democrata Trabalhista)

21.jun.80 — Manifestantes são agredidos por vaiar o governador Paulo Maluf durante visita ao bairro da Freguesia do Ó, em São Paulo

25.jun.80 — Lula é eleito presidente do PT

2.jul.80 — O jurista Dalmo Dallari, presidente da Comissão Justiça e Paz, é seqüestrado e espancado em São Paulo por um grupo de extrema-direita

21.jul.80 — Bomba explode em banca de jornais do Itaim Bibi, em São Paulo, na tentativa de impedir a distribuição de publicações de esquerda

11.ago.80 — Ato na PUC-SP contra a onda de atentados da extrema direita no país é dissolvido pela polícia com pó-de-mico

14.ago.80 — Formada em Belo Horizonte (MG) a primeira CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do país sobre violência política

27.ago.80Bomba explode na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), no Rio de Janeiro, e mata a funcionária Lyda Monteiro da Silva. Outras bombas são enviadas ao gabinete do vereador do Rio, Antonio Carlos de Carvalho, e ao jornal "Tribuna da Luta Operária"

8.out.80 — Libertado José Sales de Oliveira, último preso político no Brasil, em Fortaleza (CE)

10.out.80 — O deputado Francisco Pinto (PMDB-BA) é preso, com base na LSN, por discurso ofensivo ao general chileno Augusto Pinochet

13.nov.80 — Aprovada no Congresso Nacional emenda constitucional que estabelece eleições diretas para os governadores de Estado e que acaba com a nomeação de senadores biônicos

17.dez.80 — União é responsabilizada pela morte, em 1976, do operário Manuel Fiel Filho, no Doi-Codi de São Paulo

26.dez.80 — Com base na legislação militar, o governo pune os generais Andrada Serpa e Euler Bentes Monteiro por suas críticas ao modelo econômico brasileiro brasileiro


1981

25.fev.81 Lula e ex-dirigentes sindicais são condenados a três anos de prisão por greve no ABC, em 1980

26.mar.81 — Bombas são colocadas na oficina do jornal "Tribuna da Imprensa", no Rio, na sede da "Tribuna de Vitória" (25 de maio) e na sede da "Hora do Povo" (2 de maio), em São Paulo

19.abr.81 — Ivete Vargas é eleita presidente do PTB

30.abr.81 — Duas bombas explodem em um carro no Riocentro, durante show do Dia do Trabalho, matando o sargento Guilherme do Rosário e ferindo o capitão Wilson Machado

2.jun.81 — PF divulga lista de comunistas, que inclui Fernando Henrique Cardoso, Eduardo Suplicy e Chico Buarque

25.jun.81 — Jânio Quadros deixa o PTB

12.jul.81 — Leonel Brizola é eleito presidente do PDT

14.jul.81 — Volkswagen, com a produção paralisada, dá férias a 12 mil trabalhadores

6.ago.81 — General Golbery do Couto e Silva renuncia à chefia do Gabinete Civil

21 a 23.ago.81 — Acontece a 1º Conclat (Conferência Nacional das Classes Trabalhadoras), na Praia Grande (SP)

12.set.81 — Presidente Figueiredo inaugura, em Brasília, o Memorial JK

18.set.81 — Presidente Figueiredo sofre enfarte e o vice-presidente Aureliano Chaves assume o poder

2.out.81 — STM (Superior Tribunal Militar) arquiva o IPM (Inquérito Policial Militar) do Riocentro, após quatro meses de investigações

4.nov.81 — Jânio Quadros volta ao PTB

12.nov.81 — UNE faz seu 33º Congresso em Cabo Frio

18.nov.81 — Estudantes jogam ovos no ex-secretário americano Henry Kissinger, na Universidade de Brasília

1º.dez.81 — O juiz Osvaldo Moacir Álvares, da 2ª Vara Federal de Porto Alegre, responsabiliza União por torturas a Hilário Gonçalves Pinha, em 1975, no Dops de Porto Alegre (RS)

20.dez.81 — Inviabilizado pela Justiça Eleitoral, o PP de Tancredo Neves se une ao PMDB

22.dez.81 — Sancionada a lei que transforma, em 1982, o território de Rondônia em Estado


1982

11.jan.82 — Congresso aprova projeto de reforma eleitoral

11.jan.82 — TSE concede registro definitivo ao PT

22.mar.82 — Reynaldo de Barros (PDS) e André Franco Montoro (PMDB), candidatos ao governo do Estado de São Paulo, realizam o primeiro debate na TV após a suspensão da proibição imposta pela Lei Falcão

5.abr.82 — "Pra Frente, Brasil", filme de Roberto Farias, é censurado por mostrar tortura nos anos 70

27.mai.82 — Dops (Departamento de Ordem Política e Social) do Rio Grande do Sul é o primeiro a ser extinto

21.jun.82 — Padres franceses Aristides Camio e François Gourion são condenados pela LSN (Lei de Segurança Nacional) por incitarem posseiros a embosca contra policiais e técnicos do governo, no Pará

2.set.82 — TSE (Tribunal Superior Eleitoral) proíbe debates políticos na TV

25.out.82 — Corpo do jornalista Alexandre von Baumgarten é encontrado na Praia da Macumba (RJ) ao lado de carta em que acusa o general Newton Cruz de tramar sua morte

15.nov.82Eleições diretas para governadores, senadores, prefeitos e deputados federais e estaduais, exceto nas áreas de segurança

27.nov.82 — Leonel Brizola é prejudicado pela Proconcult, empresa contratada para apurar eleições no Rio de Janeiro, confirmando suas suspeitas de fraude na contagem de votos, mas é eleito governador

13.dez.82 — Presos 91 militantes do Partido Comunista por participarem do 7º Congresso do PCB, em São Paulo


1983

31.jan.83 — Dossiê atribuído ao jornalista Alexandre Baumgarten responsabiliza generais do SNI por sua morte

02.mar.83 — O deputado Dante de Oliveira (PMDB) apresenta no Congresso Nacional emenda que estabelece as eleições diretas para Presidência da República

4.mar.83 — Deops de São Paulo é extinto

11.mar.83 — Grampo telefônico é descoberto no gabinete do presidente João Figueiredo

4.abr.83 — Desempregados provocam tumulto e derrubam parte da cerca do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo

7.abr.83 — Desempregados iniciam onda de saques no Rio de Janeiro

23.mai.83 — PDS e PTB firmam pacto de apoio ao governo

21.jun.83 — Tribunal Federal de Recursos mantém sentença que responsabiliza a União pela morte do jornalista Wladimir Herzog

28.jun.83 — Os governadores Franco Montoro (PMDB-SP), Leonel Brizola (PDT-RJ) e o presidente do PT, Luíz Inácio Lula da Silva, reúnem-se no Rio para criar frente suprapartidária pela volta das eleições diretas

21.jul.83 — Primeira greve geral da abertura política

26.ago.83 — Congresso de fundação da CUT (Central Única dos Trabalhadores), em São Paulo

14.nov.83 — Carro-bomba explode no estacionamento do jornal "O Estado de São Paulo"

27.nov.83 — Manifestação pró-eleições diretas organizada pelo PT reúne 10 mil pessoas na praça Charles Muller, em São Paulo; no mesmo dia morre o senador Teotônio Vilela que, mesmo com câncer, percorreu o país pregando a volta da democracia

30.nov.83 — Câmara aprova criação do Estado de Tocantins

17.dez.83 — Padres franceses Camio e Gouriou, e mais 13 posseiros são libertados


1984

12.jan.84 — Comício reúne 60 mil pessoas em Curitiba (PR) e lança campanha Diretas-Já

23.jan.84 — Encontro dos sem-terra, em Cascavel (PR), cria MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra)

25.jan.84 — Cerca de 300 mil pessoas realizam um comício pelas Diretas—Já na Praça da Sé, em São Paulo

10.abr.84 Comício reúne quase 1 milhão pelas Diretas-Já, na Candelária, Rio de janeiro

16.abr.84 — Mais de 1 milhão de pessoas ocupam o Vale do Anhangabaú, em São Paulo, pelas Diretas-Já

18.abr.84 — O presidente Figueiredo decreta medidas de emergência no Distrito Federal, Goiânia e mais nove municípios de Goiás, em função da votação da emenda Dante de Oliveira, marcada para dia 25 de abril

24.abr.84 — Panelaço nas principais cidades brasileiras pelas Diretas-Já

25.abr.84 Congresso Nacional rejeita a emenda Dante de Oliveira, que previa eleições diretas para a presidência

26.abr.84 — General Newton Cruz ordena cerco a uma passeata de protesto dos estudantes da UnB (Universidade de Brasília), frustrados com a derrota da emenda, e a invasão de uma escola na qual os estudantes tinham se refugiado; o presidente da UNE é preso

15.mai.84 — Bóias-frias fazem greve em Guariba (SP) e reivindicam melhores salários e condições de trabalho. Após invadirem as cidades de Guariba e Bebedouro (SP), e de choques com soldados, o movimento incendeia canaviais para ser atendido

19.jun.84 — Registrada a primeira greve da história da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional)

5.jul.84 — José Sarney, Marco Maciel e Aureliano Chaves, do PDS, rompem com o governo e formam a Frente Liberal

23.jul.84 — PMDB e Frente Liberal assinam aliança para a candidatura Tancredo-Sarney à Presidência da República

11.ago.84 — Paulo Maluf é candidato à presidência pelo PDS

12.ago.84 — Aprovada a candidatura de Tancredo Neves à presidência

15.out.84 — Cinco governadores do PDS aderem à candidatura de Tancredo

12.dez.84 — Mesa do Senado opta pelo voto aberto no Colégio Eleitoral


1985

15.jan.85 Colégio Eleitoral elege Tancredo Neves, do PMDB, presidente do Brasil, por 480 votos contra 180 de Paulo Maluf (PDS)

16.jan.85 — PT expulsa três deputados que participaram do Colégio Eleitoral

24.jan.85 — É criado o PFL (Partido da Frente Liberal)

14.mar.85 — Na véspera de tomar posse, o presidente Tancredo Neves é internado no Hospital de Base de Brasília, onde é submetido a uma operação abdominal

15.mar.85 — Toma posse o vice-presidente José Sarney

19.mar.85 — Anistiados 164 sindicalistas destituídos de seus mandatos, entre eles Luiz Inácio Lula da Silva

21.abr.85 Morre o presidente Tancredo Neves

8.mai.85 — Aprovado, pelo Congresso, emenda constitucional que estabelece eleições diretas para a Presidência da República e prefeituras, estende o voto aos analfabetos e legaliza os partidos comunistas


Autores
André Luiz Ghedine
Danilo Janúncio Alves
Elaine Muniz Pires
Sérgio Bechara


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