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27/12/2007 - 16h03

Árvores invadem topos de montanhas chinesas devido à mudança climática

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da Efe, em Pequim

Os prados que cobriam os topos das montanhas do sudoeste chinês estão com um estranho invasor: etimuladas pelo aquecimento global, as árvores ameaçam a forma de vida dos pastores tibetanos que habitam o local.

Após quatro anos de estudo, Berry Baker, especialista em mudança climática da Universidade Estadual do Colorado, e Robert Moseley, da organização The Nature Conservancy, comprovaram que o limite das árvores na Montanha Nevada de Baima, na província de Yunnan e fronteira com o Tibete, subiu 67 metros em menos de um século.

O avanço das árvores ameaça a subsistência dos pastores tibetanos, a biodiversidade e as condições meteorológicas em uma região onde convergem as águas de quatro rios, dos quais 10% da população mundial dependem: Yang Tse, Mekong, Nu e Irrawaddy.

Uma das principais causas deste avanço é o aumento das temperaturas na região. Nas últimas duas décadas do século 20 a temperatura subiu, na região, o dobro da média nacional.

O outro fator, segundo o estudo, são as mudanças nos métodos tradicionais de utilização da terra, com a proibição, em 1988, dos incêndios provocados para controlar o avanço das espécies arbóreas.

"Alterações baixas ou moderadas como o pastoreio ou o fogo para manter a produção de erva promovem o aumento do número de espécies, ou seja, contribuem para a biodiversidade. Por isso essas duas atividades deveriam ser incluídas numa estratégia para conservar os gramados alpinos", afirmou Baker.

Ao mesmo tempo, disse que é preciso realizar programas mais globais pois, à medida que o clima mudar, "as espécies vão tentar se adaptar transferindo-se a novas áreas onde tenham o habitat que permita que sobrevivam".

"As estratégias para reduzir a fragmentação do habitat, promover e manter os processos ecológicos básicos e diminuir outras pressões como a sobreexplotação dos recursos naturais serão chaves para permitir que as espécies se adaptem à mudança climática", afirmou o especialista.

Fênomeno se alastra

O fenômeno da invasão arbórea, segundo Baker, não é exclusivo da China e já foi observado nas montanhas de Europa, Sibéria, América do Norte e inclusive no Ártico, onde a densidade e a altura dos arbustos está mudando, apesar de na região estudada ter ocorrido num dos ritmos mais velozes de todo o planeta.

Além da montanha de Baima, a pesquisa também analisou o monte Khawa Karpo, localizado na cordilheira de Hengduan, ao leste do Himalaia.

Após Canadá, Estados Unidos e Rússia, a China é o quarto país do mundo em volume de geleiras, com uma superfície de quase 60 mil quilômetros quadrados, a maioria no planalto de Qinghai-Tibete, o mais alto do mundo.

No entanto, caso o aumento das temperaturas continue nesse ritmo anual, 25% dessas geleiras --fundamentais para a economia e a vida da população, não apenas na China mas também em todo o sul asiático-- terão derretido em 2050.

 

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