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Cidades se apagam contra crise do clima
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da Folha de S.Paulo
Da Ópera de Sydney à ponte Golden Gate, em San Francisco, ícones permanentemente iluminados da civilização se apagaram na noite de sábado para marcar a Hora da Terra, uma campanha mundial para mostrar preocupação com o aquecimento global e o desperdício de energia.
O movimento, organizado pelo grupo ambientalista WWF, pediu a cidadãos do mundo inteiro que apagassem suas luzes às 20h do dia 29 de março por uma hora. A expectativa era que cem milhões de pessoas em 380 cidades e 3.500 empresas tenham aderido ao blecaute voluntário.
O uso de energia elétrica é a principal causa do aquecimento global, já que a produção de energia na maior parte do mundo requer combustíveis fósseis, como o carvão mineral. Em sua queima, eles emitem CO§2§, o principal gás de efeito estufa.
A Hora da Terra foi realizada pela primeira vez no ano passado, em Sydney, maior cidade australiana, e tornou-se um fenômeno mundial em seu segundo ano de realização. Os dois principais cartões-postais de Sydney, a Ópera e a Harbour Bridge, ficaram anteontem às escuras, iluminados por relâmpagos, e 2,2 milhões de moradores da cidade apagaram a luz.
Em toda a Austrália, segundo uma pesquisa feita pelo instituto AMR International, 58% das pessoas apagaram suas luzes. O consumo de eletricidade no país caiu mais de 3%.
Outra metrópole que aderiu maciçamente à Hora da Terra foi Bancoc. Na capital da Tailândia, onde começa hoje a primeira reunião formal de negociação do acordo que substituirá o Protocolo de Kyoto (leia texto abaixo), 73,3 megawatts de energia foram economizados. "Ou, para simplificar, 2 milhões de lâmpadas fluorescentes foram apagadas", disse o vice-governador de Bancoc, Banasopit Mekvichai.
Nos EUA, Torre Sears, cartão-postal de Chicago, diminuiu suas luzes. Na Califórnia, a Golden Gate ficou só com as luzes de tráfego. Jantares e festas em diversos pontos do país aconteceram à luz de velas.
O Google trocou sua tela branca por uma preta, com a mensagem: "Nós apagamos as luzes. Agora é a sua vez".
"Há uma impressão generalizada de que os americanos não entendem que isso [o aquecimento global] é um problema e que nós somos preguiçosos e fiéis ao nosso estilo de vida. [A Hora da Terra] mostra que isso é errado", disse Richard Moss, do WWF americano.
As luzes também se apagaram em Copenhague, no Palácio Real de Estocolmo, no Parlamento de Budapeste e na Prefeituras de Londres.
Com agências internacionais
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