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28/08/2002
-
13h22
da BBC, enviada especial a Johanesburgo
Os acordos sobre a questão energética na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável estão mais difíceis do que as delegações imaginavam.
O plano de fazer com que até 2015 entre 10% e 15% da matriz energética mundial sejam formados por fontes renováveis pode não sair do papel da forma com que a ONU e ambientalistas sonhavam.
Isso comprometeria o futuro do Protocolo de Kyoto, já que é da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, que sai a maior parte das emissões de gás carbônico, responsável pelo aquecimento global.
A briga durante as negociações tem vários aspectos. O principal é relativo à posição americana. Além de não ratificar Kyoto, os Estados Unidos ainda não apresentaram na Rio +10 nenhuma proposta sobre fontes de energia renováveis.
Hidrelétricas de fora
Outro aspecto é que os ambientalistas e governos como o do Brasil não querem que grandes hidrelétricas contem como fontes de energia renovável porque a construção das usinas danifica bastante o meio ambiente, ameaçando a vida de diversas espécies.
Mas, de acordo com informações de bastidores, além da União Européia, a Índia, a China e a Rússia declararam hoje que só cumprirão as metas de energia renovável caso as grandes hidrelétricas sejam incluídas no pacote.
Isso teria adiado as discussões por mais um dia.
O problema é considerado um impasse pelos negociadores brasileiros. "Acho muito difícil haver uma saída que não seja a inclusão das grandes hidrelétricas no pacote de fontes de energia renováveis", disse o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho.
O Brasil ainda enfrenta outros antagonismos relacionados à energia, principalmente com os países árabes, que formam junto com Brasil, Índia, China, entre outros, o G-77.
Os países árabes, grandes produtores de petróleo, não aceitam o plano de fontes de energias renováveis. O Brasil tenta argumentar com esses países.
"Tive uma conversa hoje com um diplomata da Arábia Saudita e disse que eles estão pensando a curto prazo, só no que vão deixar de lucrar sem a venda do petróleo. Falei que eles tinham que pensar a longo prazo, que no futuro o petróleo será um bem ainda mais valioso e que outras formas de energia, que não usem petróleo, podem ajudar na preservação dos recursos petrolíferos", disse o diplomata Everton Vargas, o principal negociador da delegação brasileira.
Vargas conta que a Venezuela, outro grande produtor de petróleo, apóia o projeto brasileiro de fontes de energia renováveis porque possui um potencial hidrelétrico enorme.
Leia mais no especial Rio +10
Impasse sobre hidrelétricas dificulta acordo de energia
MARIANA TIMÓTEO DA COSTAda BBC, enviada especial a Johanesburgo
Os acordos sobre a questão energética na Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Sustentável estão mais difíceis do que as delegações imaginavam.
O plano de fazer com que até 2015 entre 10% e 15% da matriz energética mundial sejam formados por fontes renováveis pode não sair do papel da forma com que a ONU e ambientalistas sonhavam.
Isso comprometeria o futuro do Protocolo de Kyoto, já que é da queima de combustíveis fósseis, como o petróleo, que sai a maior parte das emissões de gás carbônico, responsável pelo aquecimento global.
A briga durante as negociações tem vários aspectos. O principal é relativo à posição americana. Além de não ratificar Kyoto, os Estados Unidos ainda não apresentaram na Rio +10 nenhuma proposta sobre fontes de energia renováveis.
Hidrelétricas de fora
Outro aspecto é que os ambientalistas e governos como o do Brasil não querem que grandes hidrelétricas contem como fontes de energia renovável porque a construção das usinas danifica bastante o meio ambiente, ameaçando a vida de diversas espécies.
Mas, de acordo com informações de bastidores, além da União Européia, a Índia, a China e a Rússia declararam hoje que só cumprirão as metas de energia renovável caso as grandes hidrelétricas sejam incluídas no pacote.
Isso teria adiado as discussões por mais um dia.
O problema é considerado um impasse pelos negociadores brasileiros. "Acho muito difícil haver uma saída que não seja a inclusão das grandes hidrelétricas no pacote de fontes de energia renováveis", disse o ministro do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho.
O Brasil ainda enfrenta outros antagonismos relacionados à energia, principalmente com os países árabes, que formam junto com Brasil, Índia, China, entre outros, o G-77.
Os países árabes, grandes produtores de petróleo, não aceitam o plano de fontes de energias renováveis. O Brasil tenta argumentar com esses países.
"Tive uma conversa hoje com um diplomata da Arábia Saudita e disse que eles estão pensando a curto prazo, só no que vão deixar de lucrar sem a venda do petróleo. Falei que eles tinham que pensar a longo prazo, que no futuro o petróleo será um bem ainda mais valioso e que outras formas de energia, que não usem petróleo, podem ajudar na preservação dos recursos petrolíferos", disse o diplomata Everton Vargas, o principal negociador da delegação brasileira.
Vargas conta que a Venezuela, outro grande produtor de petróleo, apóia o projeto brasileiro de fontes de energia renováveis porque possui um potencial hidrelétrico enorme.
Leia mais no especial Rio +10
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