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03/09/2002
-
10h42
Enviada especial da BBC a Johanesburgo
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que deixou Johannesburgo nesta terça-feira, pode não sair da Rio +10 com as suas propostas de energia renovável prontas para serem implementadas em âmbito mundial. Mas o presidente volta para o Brasil com um cargo nas Nações Unidas praticamente garantido.
O próprio presidente admitiu ter sido "gentilmente" sondado pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre a possibilidade de ocupar um cargo na organização depois de deixar o Palácio do Planalto.
"Seria pretensioso da minha parte dizer que estou com um cargo garantido na ONU. Mas o Kofi Annan me pediu que, quando eu deixasse o mandato, pensasse em ocupar uma função específica da ONU. Por enquanto, é uma proposta genérica, mas gentil", afirmou.
De acordo com funcionários das Nações Unidas, o presidente ocuparia um cargo relacionado ao desenvolvimento sustentável - tema que, de acordo com os analistas em Johannesburgo, o Brasil defendeu com louvor nesta conferência.
"País-ponte"
"O próprio Annan me agradeceu pela posição brasileira durante a cúpula. Vejo o Brasil como um importante 'país-ponte' entre os países mais e menos desenvolvidos", disse o presidente.
Segundo Fernando Henrique, a Índia e o México são países que também podem agir como intermediários entre o mundo desenvolvido e os países pobres e em desenvolvimento.
Em uma análise sobre o atual papel das Nações Unidas, o presidente disse que a organização precisa trabalhar para voltar a ter um conceito de "arquitetura global", que seria a base de sua origem.
"Hoje, as instituições ligadas à ONU são menores do que a demanda popular. Na época de Bill Clinton (ex-presidente dos Estados Unidos), havia essa preocupação de tornar a ONU uma instituição planetária", disse Fernando Henrique, sem criticar diretamente a administração do atual presidente americano, George W. Bush.
"Isso foi deixado um pouco de lado. Hoje, o mundo está muito regionalizado."
Fernando Henrique citou como exemplo da "regionalização" o fortalecimento de blocos como o Nafta, a União Européia e o Mercosul no cenário mundial.
"Tornar a ONU mais global é o miolo da questão", disse.
Fernando Henrique, no entanto, não associou a "regionalização" a uma falha da ONU.
Leia mais no especial Rio +10
Leia mais no especial Rio +10 da BBC Brasil
Fernando Henrique já admite futuro cargo na ONU
MARIANA TIMÓTEO DA COSTAEnviada especial da BBC a Johanesburgo
O presidente Fernando Henrique Cardoso, que deixou Johannesburgo nesta terça-feira, pode não sair da Rio +10 com as suas propostas de energia renovável prontas para serem implementadas em âmbito mundial. Mas o presidente volta para o Brasil com um cargo nas Nações Unidas praticamente garantido.
O próprio presidente admitiu ter sido "gentilmente" sondado pelo secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobre a possibilidade de ocupar um cargo na organização depois de deixar o Palácio do Planalto.
"Seria pretensioso da minha parte dizer que estou com um cargo garantido na ONU. Mas o Kofi Annan me pediu que, quando eu deixasse o mandato, pensasse em ocupar uma função específica da ONU. Por enquanto, é uma proposta genérica, mas gentil", afirmou.
De acordo com funcionários das Nações Unidas, o presidente ocuparia um cargo relacionado ao desenvolvimento sustentável - tema que, de acordo com os analistas em Johannesburgo, o Brasil defendeu com louvor nesta conferência.
"País-ponte"
"O próprio Annan me agradeceu pela posição brasileira durante a cúpula. Vejo o Brasil como um importante 'país-ponte' entre os países mais e menos desenvolvidos", disse o presidente.
Segundo Fernando Henrique, a Índia e o México são países que também podem agir como intermediários entre o mundo desenvolvido e os países pobres e em desenvolvimento.
Em uma análise sobre o atual papel das Nações Unidas, o presidente disse que a organização precisa trabalhar para voltar a ter um conceito de "arquitetura global", que seria a base de sua origem.
"Hoje, as instituições ligadas à ONU são menores do que a demanda popular. Na época de Bill Clinton (ex-presidente dos Estados Unidos), havia essa preocupação de tornar a ONU uma instituição planetária", disse Fernando Henrique, sem criticar diretamente a administração do atual presidente americano, George W. Bush.
"Isso foi deixado um pouco de lado. Hoje, o mundo está muito regionalizado."
Fernando Henrique citou como exemplo da "regionalização" o fortalecimento de blocos como o Nafta, a União Européia e o Mercosul no cenário mundial.
"Tornar a ONU mais global é o miolo da questão", disse.
Fernando Henrique, no entanto, não associou a "regionalização" a uma falha da ONU.
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