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21/05/2003 - 15h08

Análise: As armas eleitorais dos democratas

CAIO BLINDER
da BBC, de Nova York

A eleição presidencial americana ainda está distante (novembro de 2004). Mas, para a multidão de pré-candidatos democratas, são dias frenéticos para armar uma ofensiva que enfraqueça o franco favorito George W. Bush.

Um ataque frontal contra a posição mais forte (segurança nacional) do presidente republicano parece suicida, mas de uns dias para cá se tornou a bandeira de luta do bando democrata.

Em parte, é claro, trata-se de oportunismo eleitoral.

Se der para atacar a política econômica de Bush, é bom. Melhor ainda se for possível investir também contra o resto.

Dura realidade

De fato, a realidade ajuda.

Há razões de sobra para inquietação com a onda de atentados suicidas praticadas pelo terror islâmico nas últimas semanas, e os pilares da reconstrução no Iraque não estão sendo fincados com a solidez prometida pelos autoconfiantes arquitetos da política externa da Casa Branca.

Há uma certa ironia na imagem de políticos democratas prometendo eficiência e dureza em segurança nacional.

Afinal, esse é um discurso associado aos republicanos.

Nas alas mais liberais do Partido Democrata existe desconforto com o assalto aos direitos civis perpetrado desde os atentados de 11 de setembro de 2001. Mas, para quem disputa a corrida eleitoral, uma prioridade é castigar Bush pela incapacidade de proteger a nação adequadamente contra ataques terroristas.

Falcões

Nenhum candidato democrata, evidentemente, se propõe a ser mais draconiano do que o ministro da Justiça, John Ashcroft. Mas é curioso acompanhar o discurso de Howard Dean (um dos candidatos mais liberais) pregando a necessidade de mais recursos na chamada guerra contra o terror.

É verdade que existe pouca diferenciação em relação a falcões do governo Bush na postura em segurança nacional de candidatos democratas como o senador Joe Lieberman, que foi companheiro de chapa de Al Gore na eleição do ano 2000.

Outros candidatos, mesmo duros, têm a necessidade de reforçar esse discurso.

Bob Graham, o senador pela Flórida, é um recém-chegado à maratona das primárias democratas.

Precisa ganhar espaço e pique na corrida.

Por essa razão, ele bate na tecla de que Bush, na verdade, está deixando os americanos ainda mais vulneráveis diante do terror.

Mais terror

Graham está linha de frente de um raciocínio que era expressado com frequência antes da guerra no Iraque.

Com o foco em Saddam Hussein, os Estados Unidos negligenciaram a ameaça representada pela rede Al Qaeda.

Mais do que isso, a sugestão é de que a guerra no Iraque inflamou ainda mais o terror suicida islâmico.

A Casa Branca lembra, por exemplo, que a carnificina em Bali, na Indonésia, aconteceu bem antes do conflito no Golfo Pérsico.

Pedra no caminho

A ofensiva democrata enfrenta um obstáculo respeitável.

A percepção da opinião pública é de que, apesar das falhas e promessas não cumpridas, os republicanos de Bush são mais competentes do que os democratas para cuidar de questões de segurança nacional.

Por isso, o presidente, já em campanha de reeleição, se mostra tão preocupado em não negligenciar a economia, que será crucial para decidir quem será o ocupante da Casa Branca a partir de janeiro de 2005.

Ainda estamos na fase de aquecimento da corrida eleitoral.

E já está patente que para ganhar será preciso ser bom de economia e de segurança nacional.

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