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25/06/2003
-
17h29
da BBC, em Bogotá
Campeã mundial na produção de cocaína, a Colômbia aparece agora em outra ramificação do mercado de drogas.
Recentes estudos revelam que o país é responsável por colocar nas ruas dos Estados Unidos mais de 60% da heroína consumida pelos americanos, deixando para trás tradicionais fornecedores, como o Afeganistão.
Na opinião de Gonzalo de Francisco, ex-conselheiro de seguraça do governo colombiano, os números podem ser ainda mais dramáticos para o país.
Ele lembra que já antes da ocupação americana, o governo afegão tinha definido como prioridade destruir as plantações de papoula.
Afeganistão
Segundo o ex-conselheiro, que também foi diretor do Plano Colômbia de combate às drogas, se a queda desse cultivo no Afeganistão for significativa, a Colômbia será forçada a aumentar a produção.
De acordo com ele, seria extremamente difícil para o governo colombiano combater a papoula com a mesma intensidade com que tem reduzido as plantações de coca no país.
"São plantações menores e mais pontuais, o que torna a fumigação aérea mais difícil", afirmou.
Há pouco mais de um mês, o governo americano informou que as plantações de papoula na Colômbia foram reduzidas em 25%, mas também admitiu que esses cultivos produziam até três vezes mais quantidade de heroína do que se imaginava.
Os atuais 4.900 hectares de papoula podem gerar mais de 11 toneladas de heroína.
Negócio do momento
Segundo Alirio Bustos Valencia, autor de um livro que revela segredos do mercado de drogas colombiano, a heroína é considerada o negócio do momento no país.
"Muitos traficantes preferem exportar um carregamento de heroína, porque um carregamento pequeno da droga vale o mesmo que um gigante de cocaína", disse.
Ele explicou que esse negócio é muito mais rentável. Com um quilo de heroína, eles podem ganhar até US$ 80 mil, três vezes o preço da mesma quantidade de cocaína.
Para o consumidor americano, o negócio também é atrativo.
Com heroína mais pura e mais barata, o consumo duplicou na última década. Hoje, os Estados Unidos contam com 1 milhão de usuários da droga.
"Mulas"
De acordo com Bustos, os traficantes utilizam as mesmas rotas, sempre atuando em parceria com os cartéis mexicanos. Contam também com um "exército de mulas", como são chamadas as pessoas que aceitam transportar a droga dentro de seus estômagos.
Ele explica que o fenômemo das mulas passou a ser peça fundamental no comércio da heroína, porque uma pessoa que leva um quilo no estômago está transportando US$ 80 mil.
No início, muitos ficavam nervosos e acabavam se denunciando. Hoje, os traficantes contam com uma espécie de escola de preparação psicológica, para evitar capturas.
Ricardo Vargas Meza, um especialista na política de entorpecentes, diz que a produção de heroína se intensificou no país na metade dos anos 90, quando a máfia colombiana decidiu pedir assessoria aos traficantes afegãos.
De acordo com ele, ninguém sabe a real quantidade de papoula plantada na Colômbia. Para Meza, os estudos que se baseiam em análises de fotos de satélites não passam de especulação. Ele acredita que os números reais sejam muito maiores.
Especial
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Colômbia surge como grande produtora de heroína
VALQUÍRIA REYda BBC, em Bogotá
Campeã mundial na produção de cocaína, a Colômbia aparece agora em outra ramificação do mercado de drogas.
Recentes estudos revelam que o país é responsável por colocar nas ruas dos Estados Unidos mais de 60% da heroína consumida pelos americanos, deixando para trás tradicionais fornecedores, como o Afeganistão.
Na opinião de Gonzalo de Francisco, ex-conselheiro de seguraça do governo colombiano, os números podem ser ainda mais dramáticos para o país.
Ele lembra que já antes da ocupação americana, o governo afegão tinha definido como prioridade destruir as plantações de papoula.
Afeganistão
Segundo o ex-conselheiro, que também foi diretor do Plano Colômbia de combate às drogas, se a queda desse cultivo no Afeganistão for significativa, a Colômbia será forçada a aumentar a produção.
De acordo com ele, seria extremamente difícil para o governo colombiano combater a papoula com a mesma intensidade com que tem reduzido as plantações de coca no país.
"São plantações menores e mais pontuais, o que torna a fumigação aérea mais difícil", afirmou.
Há pouco mais de um mês, o governo americano informou que as plantações de papoula na Colômbia foram reduzidas em 25%, mas também admitiu que esses cultivos produziam até três vezes mais quantidade de heroína do que se imaginava.
Os atuais 4.900 hectares de papoula podem gerar mais de 11 toneladas de heroína.
Negócio do momento
Segundo Alirio Bustos Valencia, autor de um livro que revela segredos do mercado de drogas colombiano, a heroína é considerada o negócio do momento no país.
"Muitos traficantes preferem exportar um carregamento de heroína, porque um carregamento pequeno da droga vale o mesmo que um gigante de cocaína", disse.
Ele explicou que esse negócio é muito mais rentável. Com um quilo de heroína, eles podem ganhar até US$ 80 mil, três vezes o preço da mesma quantidade de cocaína.
Para o consumidor americano, o negócio também é atrativo.
Com heroína mais pura e mais barata, o consumo duplicou na última década. Hoje, os Estados Unidos contam com 1 milhão de usuários da droga.
"Mulas"
De acordo com Bustos, os traficantes utilizam as mesmas rotas, sempre atuando em parceria com os cartéis mexicanos. Contam também com um "exército de mulas", como são chamadas as pessoas que aceitam transportar a droga dentro de seus estômagos.
Ele explica que o fenômemo das mulas passou a ser peça fundamental no comércio da heroína, porque uma pessoa que leva um quilo no estômago está transportando US$ 80 mil.
No início, muitos ficavam nervosos e acabavam se denunciando. Hoje, os traficantes contam com uma espécie de escola de preparação psicológica, para evitar capturas.
Ricardo Vargas Meza, um especialista na política de entorpecentes, diz que a produção de heroína se intensificou no país na metade dos anos 90, quando a máfia colombiana decidiu pedir assessoria aos traficantes afegãos.
De acordo com ele, ninguém sabe a real quantidade de papoula plantada na Colômbia. Para Meza, os estudos que se baseiam em análises de fotos de satélites não passam de especulação. Ele acredita que os números reais sejam muito maiores.
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