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25/06/2003
-
22h33
BBC, de Nova York
O aumento da violência e da criminalidade no Iraque e a falta de um poder político local são os principais obstáculos enfrentados pela ONU (Organização das Nações Unidas) em seu trabalho de ajuda humanitária ao país.
A avaliação é do diplomata português Ramiro Lopes da Silva, chefe do programa de ajuda humanitária da ONU no Iraque, que embarca para Bagdá na próxima sexta-feira (26).
''A escalada da violência dificulta não só a ação das agências das Nações Unidas, mas também a contribuição importante de organizações não-governamentais'', disse. ''Nós temos que tomar precauções e impor limitações ao movimento dos colegas no território iraquiano.''
Segundo Lopes da Silva, a violência entre iraquianos fiéis ao regime deposto de Saddam Hussein e as forças de ocupação dos Estados Unidos e Reino Unido tem impedido que as regiões leste e nordeste do país, em cidades como Diyala, Amarah e Tikrit, recebam assistência médica e alimentar das Nações Unidas.
Emergência
Estatísticas da ONU revelam que 60% da população iraquiana, de 24 milhões de habitantes, depende totalmente de programas de distribuição de alimentos, como o Petróleo por Comida, criado pela instituição durante o regime de Saddam Hussein e agora em fase de desativação.
Outra questão apontada por Lopes da Silva diz respeito à recuperação do sistema sanitário iraquiano. Desde a Guerra do Golfo, em 1991, cerca de 70% do sistema de água e esgoto do país encontra-se em situação precária.
''Além do nível emergencial, a reconstrução abrange áreas como educação básica, moradia, eletricidade e agricultura'', disse.
''Acontece que o Iraque é um país sofisticado, com uma estrutura urbana milenar e sólidas tradições. As características peculiares do Iraque fazem com que a ajuda a esse país seja efetivada em parceria com a população local, de uma maneira bastante distinta das ações de ajuda da ONU a países como o Afeganistão ou Angola.''
Liderança local
Desde o final de março, a ONU levantou cerca de US$ 2 bilhões em ajuda humanitária para o Iraque. Entretanto, a instituição necessita de pelo menos mais US$ 260 milhões até o final do ano para comprar remédios e medicamentos.
De acordo com Lopes da Silva, a ONU planeja realizar uma conferência de doadores para o Iraque no próximo mês de outubro, a fim de levantar verbas a serem investidas no país em 2003 e 2004.
Entretanto, o chefe de ajuda humanitária da ONU condiciona a realização da conferência e da própria continuação de todo o trabalho das Nações Unidas no Iraque à constituição de um poder político local, ainda que interino, no país.
''É fundamental para a ONU que a autoridade iraquiana interina seja estabelecida o quanto antes, conforme determina a resolução 1483 do Conselho de Segurança'', disse.
Segundo a Casa Branca, o processo de escolha de uma liderança política iraquiana reconhecida pelas forças de ocupação tem sido adiado em função da instabilidade institucional do país, causada por membros do Partido Baath, leais a Saddam Hussein.
''Estamos trabalhando junto com o administrador americano no Iraque, Paul Bremer, para que o processo de escolha da autoridade interina se realize nos próximos meses'', disse Lopes da Silva.
Especial
Saiba tudo sobre a guerra no Iraque
Violência e desordem dificultam ajuda da ONU ao Iraque
ANGELA PIMENTABBC, de Nova York
O aumento da violência e da criminalidade no Iraque e a falta de um poder político local são os principais obstáculos enfrentados pela ONU (Organização das Nações Unidas) em seu trabalho de ajuda humanitária ao país.
A avaliação é do diplomata português Ramiro Lopes da Silva, chefe do programa de ajuda humanitária da ONU no Iraque, que embarca para Bagdá na próxima sexta-feira (26).
''A escalada da violência dificulta não só a ação das agências das Nações Unidas, mas também a contribuição importante de organizações não-governamentais'', disse. ''Nós temos que tomar precauções e impor limitações ao movimento dos colegas no território iraquiano.''
Segundo Lopes da Silva, a violência entre iraquianos fiéis ao regime deposto de Saddam Hussein e as forças de ocupação dos Estados Unidos e Reino Unido tem impedido que as regiões leste e nordeste do país, em cidades como Diyala, Amarah e Tikrit, recebam assistência médica e alimentar das Nações Unidas.
Emergência
Estatísticas da ONU revelam que 60% da população iraquiana, de 24 milhões de habitantes, depende totalmente de programas de distribuição de alimentos, como o Petróleo por Comida, criado pela instituição durante o regime de Saddam Hussein e agora em fase de desativação.
Outra questão apontada por Lopes da Silva diz respeito à recuperação do sistema sanitário iraquiano. Desde a Guerra do Golfo, em 1991, cerca de 70% do sistema de água e esgoto do país encontra-se em situação precária.
''Além do nível emergencial, a reconstrução abrange áreas como educação básica, moradia, eletricidade e agricultura'', disse.
''Acontece que o Iraque é um país sofisticado, com uma estrutura urbana milenar e sólidas tradições. As características peculiares do Iraque fazem com que a ajuda a esse país seja efetivada em parceria com a população local, de uma maneira bastante distinta das ações de ajuda da ONU a países como o Afeganistão ou Angola.''
Liderança local
Desde o final de março, a ONU levantou cerca de US$ 2 bilhões em ajuda humanitária para o Iraque. Entretanto, a instituição necessita de pelo menos mais US$ 260 milhões até o final do ano para comprar remédios e medicamentos.
De acordo com Lopes da Silva, a ONU planeja realizar uma conferência de doadores para o Iraque no próximo mês de outubro, a fim de levantar verbas a serem investidas no país em 2003 e 2004.
Entretanto, o chefe de ajuda humanitária da ONU condiciona a realização da conferência e da própria continuação de todo o trabalho das Nações Unidas no Iraque à constituição de um poder político local, ainda que interino, no país.
''É fundamental para a ONU que a autoridade iraquiana interina seja estabelecida o quanto antes, conforme determina a resolução 1483 do Conselho de Segurança'', disse.
Segundo a Casa Branca, o processo de escolha de uma liderança política iraquiana reconhecida pelas forças de ocupação tem sido adiado em função da instabilidade institucional do país, causada por membros do Partido Baath, leais a Saddam Hussein.
''Estamos trabalhando junto com o administrador americano no Iraque, Paul Bremer, para que o processo de escolha da autoridade interina se realize nos próximos meses'', disse Lopes da Silva.
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