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02/03/2004
-
10h04
da BBC
Uma descoberta de um grupo de cientistas da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, colocou em dúvida a teoria de que o choque de um único e gigantesco asteróide contra a Terra possa ter provocado, há 65 milhões de anos, a extinção dos dinossauros.
A teoria de que a colisão teria provocado mudanças climáticas que levaram à morte as criaturas é uma das mais conhecidas para explicar o misterioso desaparecimento delas.
Mas novos dados sugerem que a cratera de Chicxulub, no México --supostamente criada pela colisão desse asteróide-- antecede a extinção dos dinossauros em cerca de 300 mil anos.
Os autores da pesquisa dizem que o impacto não teria levado as criaturas à morte. Outras duas ou mais colisões poderiam também ter ocorrido e seriam responsáveis pela morte dos animais.
Procedimentos
O grupo internacional de cientistas, liderado por Gerta Keller, analisou uma seqüência contínua de rochas retirada da cratera de Chicxulub.
A análise foi feita usando cinco indicadores de idade, incluindo fósseis de organismos planctônicos e padrões de reversão no campo magnético da Terra.
Os resultados sugerem que a cratera, de 180 km de diâmetro, surgiu na Terra 300 mil anos antes de os dinossauros desaparecerem do planeta.
Em diversos lugares ao redor do mundo, uma camada de terra separa as rochas que foram depositadas no período cretáceo daquelas que foram depositadas no período terciário. Essa fronteira marca a época em que os dinossauros desapareceram.
Os pesquisadores alegam que um único impacto não pode ter causado a extinção dos dinossauros. Keller acredita que um desaquecimento do clima global, seguido de um aquecimento, causaram problemas para os dinossauros.
Vulcão e Oceano Índico
O aquecimento poderia ter sido causado pela emissão de dióxido de carbono de uma grande erupção vulcânica na Índia.
A queda do asteróide que criou a cratera Chicxulub aconteceu durante esse período de aquecimento e, apesar de seus efeitos no meio ambiente terem sido graves, não teria causado a extinção dos dinossauros.
O grupo acredita que foi um segundo impacto, 300 mil anos depois, extinguiu as criaturas.
"Quando o impacto aconteceu, os dinossauros já estavam em estado de tensão. Praticamente qualquer coisa poderia tê-los destruído naquela época", disse Keller.
Uma análise das profundesas do Oceano Índico sugere que o segundo impacto possa ter acontecido lá, completou.
Protestos
A teoria, entretando, foi criticada por alguns estudiosos.
Para Alan Hildebrand, da Universidade de Calgary, no Canadá, a "teoria sobreviveu a todos os testes. O asteróide que fez Chicxulub atuou sozinho".
Segundo Joanna Morgan, do Colégio Imperial, de Londres, um impacto do tamanho de Chicxulub atinge a Terra a cada 100 milhões de anos. "Que dois impactos tão grandes ocorram em 300 mil anos e que ambos atinjam a Terra é estatisticamente improvável. Não impossível, mas muito improvável", completou a pesquisadora, que também está investigando rochas de Chicxulub.
Pesquisadores elaboram nova teoria para extinção dos dinossauros
PAUL RINCONda BBC
Uma descoberta de um grupo de cientistas da Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, colocou em dúvida a teoria de que o choque de um único e gigantesco asteróide contra a Terra possa ter provocado, há 65 milhões de anos, a extinção dos dinossauros.
A teoria de que a colisão teria provocado mudanças climáticas que levaram à morte as criaturas é uma das mais conhecidas para explicar o misterioso desaparecimento delas.
Mas novos dados sugerem que a cratera de Chicxulub, no México --supostamente criada pela colisão desse asteróide-- antecede a extinção dos dinossauros em cerca de 300 mil anos.
Os autores da pesquisa dizem que o impacto não teria levado as criaturas à morte. Outras duas ou mais colisões poderiam também ter ocorrido e seriam responsáveis pela morte dos animais.
Procedimentos
O grupo internacional de cientistas, liderado por Gerta Keller, analisou uma seqüência contínua de rochas retirada da cratera de Chicxulub.
A análise foi feita usando cinco indicadores de idade, incluindo fósseis de organismos planctônicos e padrões de reversão no campo magnético da Terra.
Os resultados sugerem que a cratera, de 180 km de diâmetro, surgiu na Terra 300 mil anos antes de os dinossauros desaparecerem do planeta.
Em diversos lugares ao redor do mundo, uma camada de terra separa as rochas que foram depositadas no período cretáceo daquelas que foram depositadas no período terciário. Essa fronteira marca a época em que os dinossauros desapareceram.
Os pesquisadores alegam que um único impacto não pode ter causado a extinção dos dinossauros. Keller acredita que um desaquecimento do clima global, seguido de um aquecimento, causaram problemas para os dinossauros.
Vulcão e Oceano Índico
O aquecimento poderia ter sido causado pela emissão de dióxido de carbono de uma grande erupção vulcânica na Índia.
A queda do asteróide que criou a cratera Chicxulub aconteceu durante esse período de aquecimento e, apesar de seus efeitos no meio ambiente terem sido graves, não teria causado a extinção dos dinossauros.
O grupo acredita que foi um segundo impacto, 300 mil anos depois, extinguiu as criaturas.
"Quando o impacto aconteceu, os dinossauros já estavam em estado de tensão. Praticamente qualquer coisa poderia tê-los destruído naquela época", disse Keller.
Uma análise das profundesas do Oceano Índico sugere que o segundo impacto possa ter acontecido lá, completou.
Protestos
A teoria, entretando, foi criticada por alguns estudiosos.
Para Alan Hildebrand, da Universidade de Calgary, no Canadá, a "teoria sobreviveu a todos os testes. O asteróide que fez Chicxulub atuou sozinho".
Segundo Joanna Morgan, do Colégio Imperial, de Londres, um impacto do tamanho de Chicxulub atinge a Terra a cada 100 milhões de anos. "Que dois impactos tão grandes ocorram em 300 mil anos e que ambos atinjam a Terra é estatisticamente improvável. Não impossível, mas muito improvável", completou a pesquisadora, que também está investigando rochas de Chicxulub.
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