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Usina admite mais vazamento de radiação no Japão
da BBC Brasil
Os chefes da usina nuclear do Japão atingida por terremotos nesta segunda-feira admitiram nesta terça-feira que ocorreram mais vazamentos radioativos no local.
Além do vazamento de água contendo material radioativo, gases radioativos também escaparam da usina nuclear de Kashiwazaki, uma das maiores do mundo.
De acordo com a agência de notícias japonesa Kyodo News, 100 barris de lixo nuclear com resíduo de baixo nível tombaram durante o terremoto e foram encontrados sem a tampa.
A Companhia de Energia Elétrica de Tóquio afirmou que o terremoto foi mais forte do que a usina de Kashiwazaki foi planejada para agüentar.
As revelações trouxeram novos temores a respeito da segurança das usinas nucleares do Japão.
Os terremotos no país deixaram pelo menos nove mortos, e milhares de pessoas tiveram que deixar suas casas.
Devagar
Segundo a Kyodo News, as autoridades identificaram um total de 50 casos de vazamento de água, incêndios, detecção de pequenas quantidades de radiação em um filtro de ventilação e outros problemas na usina de Kashiwazaki.
Funcionários da usina afirmaram que estão investigando o possível impacto ambiental dos vazamentos.
Os resíduos nucleares de baixo nível normalmente não precisam de blindagem durante o manuseio normal, e costumam consistir principalmente de itens como roupas de proteção e material que pode ter entrado em contato com radiação.
Em Tóquio, o primeiro-ministro Shinzo Abe fez duras críticas à Companhia de Energia Elétrica de Tóquio por ser "devagar demais" ao relatar incidentes e afirmou que a companhia deve "refletir seriamente" sobre a maneira com que tratou dos eventos para assegurar que a maior prioridade seja a segurança do público.
"Energia nuclear só pode operar com a confiança do público e, para isso, é preciso relatar de forma exata e rápida o que está acontecendo, revelar todas as informações para o público", disse Abe, segundo a Kyodo News.
O Ministério da Indústria do Japão ordenou à Companhia de Energia Elétrica de Tóquio que a usina seja mantida fechada até que seja confirmada a segurança no local.
Os terremotos desta segunda-feira ocorreram em um intervalo de poucas horas. O primeiro e mais forte, que causou danos em Kashiwazaki, atingiu 6,8 pontos na escala Richter e foi registrado na região central do Japão.
O segundo terremoto, que atingiu ao menos 6,6 pontos na escala Richter, atingiu a costa de Kyoto, no oeste do Japão.
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