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Pilotos têm medo de dizer não a Congonhas, diz sindicato
DENIZE BACOCCINA
da BBC, de Brasília
O diretor de Segurança de Vôo do Sindicato Nacionais dos Aeronautas, Carlos Gilberto Salvador Camacho, diz que os pilotos se sentem pressionados pelas empresas a pousar em Congonhas mesmo que se sintam inseguros em relação às condições do aeroporto -na teoria, qualquer piloto pode solicitar a mudança do aeroporto de destino alegando insegurança.
"O piloto tem que ir, ele vive disso. Se ele não for ele vai ter que explicar porquê", afirmou em entrevista à BBC Brasil.
Camacho, que é comandante da Varig, diz que "duvida" que a partir de agora os pilotos irão evitar o aeroporto, embora afirme que toda a categoria se sente "cautelosa, preocupada e entristecida" com o acidente desta terça-feira, que deixou mais de 160 mortos.
Ele diz que "um ou outro" pode utilizar a prerrogativa de alterar a rota, mas não acredita que se torne a regra.
Alienação
"No conjunto os pilotos continuarão pousando, porque existe aquela pressão subliminar das empresas de que se você não pousar você está prejudicando a empresa, está prejudicando seu próprio trabalho e a empresa vive do que os passageiros pagam, seu salário vem daí e sua participação nos lucros idem. Então existe um certo comprometimento, uma cultura de conivência que não tem como derrubar", afirma.
"Existe uma certa alienação", diz ele para qualificar a atuação da categoria.
Camacho evita falar sobre as causas do acidente, mas afirma que, nas condições atuais, a pista deveria estar fechada com a chuva de terça-feira.
A informação sobre a pista molhada é recebida pelos comandantes do controle de tráfego aéreo, diz ele. Já informação sobre as condições de aderência da pista normalmente chega de forma informal, pelos colegas que pousaram antes.
"Utilizamos uma outra freqüência e aí se diz um para o outro: se cuida aí porque a pista está escorregadia. É isso que a gente usa no dia-a-dia", explicou.
Mas, mais do que a pista, ele diz que o próprio aeroporto de Congonhas deveria ser revisto.
"O aeroporto é extremamente limitado. Foi construído num platô e não tem área de escape", afirma. Na impossibilidade de se aumentar a extensão da pista, ele diz que é preciso limitar o tamanho dos aviões que pousam no local.
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