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21/08/2007 - 20h17

Presidente do Paraguai critica ingerência de igreja em eleições

da BBC Brasil

O presidente do Paraguai, Nicanor Duarte Frutos, criticou a ingerência da Igreja Católica na campanha eleitoral para as eleições presidenciais de 20 de abril do próximo ano.

Para Frutos, padres realizam campanha para o candidato da oposição, o ex-bispo Fernando Lugo, que lidera as pesquisas de opinião para o pleito.

"Peço que a Conferência Episcopal realize uma autocrítica e revise a conduta de muitos bispos que usam o púlpito para fazer campanha para Lugo ou para dar espaço à oposição contra o governo", afirmou Frutos à imprensa paraguaia.

Ex-bispo emérito do Departamento de São Pedro, Lugo deixou o posto no ano passado e lançou sua candidatura pela frente de oposição Concertación Nacional.

Igreja

De acordo com a imprensa paraguaia, ele continua com atividades paralisadas na igreja por se dedicar à política.

O presidente Frutos, do Partido Colorado, ainda afirmou: "Alguns sacerdotes se aproveitam da liberdade de expressão e eu queria saber por que anualmente muitos deles abandonam a vida religiosa, outros se casam, burlam o celibato e outros se convertem em alcoólicos".

As declarações de Nicanor Duarte Frutos à imprensa paraguaia foram feitas dias depois que o bispo do Departamento de Misiones, Mario Melanio Medina, criticou o presidente e saiu em defesa de Lugo em uma entrevista publicada no último domingo (19) no jornal "ABC Color", de Assunção.

"O presidente nos critica porque está desesperado. Quer recuperar o respeito do público e não sabe como", disse Medina. "Nicanor tem um medo terrível de Lugo", afirmou.

O bispo também classificou de absurda a afirmação atribuída ao presidente de que o candidato da oposição tenha 17 filhos e disse que no Paraguai ainda se vivem as "seqüelas da era de Stroessner", em referência ao ex-ditador Alfredo Stroessner, do Partido Colorado, que governou o país entre 1954 e 1989.

Nicanor Duarte Frutos já havia acusado, de acordo com o "ABC Color", o bispo Medina de "político provavelmente frustrado".

Nesta terça-feira, em uma entrevista à emissora de rádio Ñanduti, da capital paraguaia, Medina voltou a responder ao presidente, dizendo que suas declarações fazem parte de uma estratégia política de quem quer se apresentar como vítima e atacar Lugo, pouco antes da visita ao Vaticano.

O presidente do Paraguai deverá ser recebido pelo papa Bento 16 no dia 29 de outubro. Segundo a rádio "Ñanduti", Nicanor Duarte Frutos é seguidor da Igreja Protestante Raíces e avesso à Igreja Católica.

O presidente acusou ainda um padre, Rafael Tanasio, de ter servido à polícia de Stroessner.

"Ele tem um crucifixo e sua batina manchados de sangue de nossos compatriotas que morreram nas salas de tortura", disse, ainda de acordo com a imprensa paraguaia.

As declarações também são motivos de debate e análise nas emissoras de rádio do país a oito meses das eleições presidenciais. Recentemente, Frutos declarou seu apoio à ministra da Educação, Blanca Ovelar de Duarte, cuja candidatura deverá ser confirmada na primária do Partido Colorado, provavelmente em dezembro.

 

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