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20/09/2007 - 10h47

Após divergências, Lula quer "estreitar parceria" com Chávez

da BBC Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra nesta quinta-feira, em Manaus, com o líder venezuelano, Hugo Chávez, com o objetivo de "estreitar a parceria" com a Venezuela, segundo o porta-voz da Presidência do Brasil, Marcelo Baumbach.

"O presidente considera que é necessário estreitar a parceria com a Venezuela, acelerar as negociações e estabelecer prazos para as etapas dos projetos. Essa é a visão geral que o presidente vai levar", afirmou Baumbach. "Para que se dê impulso às negociações, se estreite a parceria e sejam estabelecidos prazos para as etapas", disse.

O encontro ocorre depois de uma série de divergências públicas entre os dois líderes.

Em maio, Chávez chamou o Congresso brasileiro de "papagaio que repete o que diz Washington" --depois que o Senado em Brasília aprovou um requerimento pedindo que o presidente venezuelano autorizasse a emissora RCTV a voltar a funcionar.

Em julho, o líder venezuelano disse que seu país desistiria de ingressar no Mercosul caso o Senado do Brasil e o do Paraguai não aprovassem a adesão da Venezuela ao bloco dentro de três meses.

A declaração foi encarada como um ultimado e provocou uma resposta do presidente Lula. Na ocasião, Lula disse que, para entrar no Mercosul, era preciso ter a aprovação dos congressos nacionais dos quatro países do bloco. "Agora, para sair, não tem regras. É só não querer ficar, não fica", disse, na época, o presidente brasileiro.

Chávez também já fez repetidas críticas ao etanol. O presidente venezuelano não menciona diretamente o Brasil, mas o etanol é uma das principais bandeiras da política externa do governo Lula.

Recentemente, declarações de Lula em uma entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", na qual o presidente brasileiro falava sobre a importância da alternância de poder, repercutiram na Venezuela. Os comentários de Lula foram feitos dias depois de Chávez ter apresentado sua proposta de reforma da Constituição, que prevê o fim do limite para reeleição para presidente.

Desde a última visita de Chávez ao Brasil, em dezembro do ano passado --logo após a reeleição dos dois presidentes--, foram assinados vários acordos de cooperação na área energética que ainda não saíram do papel.

Parceiro

Mas apesar de os projetos terem apresentado pouco progresso, o governo brasileiro diz que a Venezuela é um parceiro muito importante para o Brasil pelo tamanho e perfil de sua economia, com forte crescimento e perfil importador.

No ano passado, o Brasil exportou à Venezuela US$ 3,5 bilhões, com superávit de de US$ 2,9 bilhões. Este ano, até agosto as exportações somaram US$ 2,9 bilhões, um acréscimo de 26% em relação ao mesmo período do ano passado, que coloca o Brasil como o segundo maior fornecedor da Venezuela, atrás apenas dos Estados Unidos e à frente da Colômbia.

É cada vez maior também o número de empresas que realizam obras no país. A segunda ponte sobre o Rio Orinoco, por exemplo, que teve a participação de Lula na inauguração, em novembro do ano passado, foi construída pela Odebrecht. Na cerimônia, Chávez já encomendou a construção da terceira ponte sobre o mesmo rio.

O encontro desta quinta-feira --um almoço de trabalho entre os dois presidentes e assessores e um jantar com a participação do presidente do Equador, Rafael Correa, em escala técnica em Manaus a caminho de Nova York-- deve "dar um impulso" à agenda de integração regional acordada entre os dois países, de acordo com o Palácio do Planalto.

Petrobras

Entre os projetos de integração acertados nos últimos meses entre Brasil e Venezuela estão os cinco previstos na carta de intenções assinada em janeiro entre a Petrobras e a PDVSA, estatal petrolífera venezuelana.

Um deles é a criação de duas empresas mistas, para explorar o campo de Carabobo 1, de petróleo ultra-pesado, que seria melhorado numa planta na Venezuela e enviado à refinaria de petróleo pesado de Abreu e Lima, em construção em Pernambuco.

Segundo a Petrobras, a PDVSA ainda não respondeu à proposta brasileira de composição acionária nesse projeto.

A carta de intenções para o trecho do gasoduto do sul ligando a Venezuela ao Nordeste brasileiro foi assinada em janeiro. Esse seria o primeiro trecho do gasoduto do sul, que vai ligar a Venezuela à Argentina, passando pelo Brasil e pela Bolívia.

De acordo com a Petrobras, ainda não foi realizado o estudo de viabilidade econômica para o trecho do Nordeste. O gasoduto tem dois traçados preliminares, um passando pela Amazônia e outro pelo Nordeste, mas ainda carece de um estudo técnico mais aprofundado.

Mercosul

A adesão da Venezuela ao Mercosul como membro pleno foi aprovada em julho do ano passado, mas precisa passar pelos parlamentos dos quatro membros do bloco --Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai-- antes de entrar em vigor.

No Congresso brasileiro, estava prevista para esta quarta-feira na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, mas quatro deputados pediram vistas, e o projeto só será apreciado na próxima semana. Depois, ainda deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, pelo plenário e pelas comissões e plenário no Senado.

Outro tema na pauta do encontro desta quinta-feira é o Banco do Sul, idéia originalmente do Brasil que foi encampada por Chávez e por Correa.

O governo brasileiro não concordou com a idéia inicial de Chávez e Correa, de juntar as reservas internacionais dos países sul-americanos para criar um banco de investimento, porque acredita que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) já faz este papel de financiar projetos, inclusive em outros países.

Nos dias 1º e 2 de outubro, ministros da Fazenda de vários países da região se reunirão no Rio de Janeiro para elaborar a ata de constituição do banco e definir sua composição acionária e missão.

Comentários dos leitores
Noel Samways (126) 02/02/2010 19h02
Noel Samways (126) 02/02/2010 19h02
Chavez gastou os petrodólares em propaganda, eleições dos vizinhos, armas e bobagens. Agora colhe o resultado de sua inépcia, imprevidência e desvio de recursos, pois não consegue nem ajudar o Haiti; torce pelo aumento do barril de petróleo, o que nos prejudicaria. De que lado das ruas de Caracas vamos ficar então? Ajudando Chavez? Ora... sem opinião
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leilah alves (11) 02/02/2010 18h29
leilah alves (11) 02/02/2010 18h29
Gente essa coisa que os governantes aspirantes a ditadores estão bebendo é o mesmo que essa sr.Eduardo faz uso...Ha muito não vejo tanta asneira nos blogs,O que tem haver Israel,EEUU com o que chaves está fazendo? Meu Deus ,o que é que é isso? sem opinião
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Daniel X (1) 02/02/2010 10h51
Daniel X (1) 02/02/2010 10h51
Ô Eduardo, em vez de escrever tanta besteira vê se volta para a escola. "Ofenciva" é demais, parece que estudou nas cátedras bolivarianas! 4 opiniões
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