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29/07/2004 - 07h46

Excesso de homens na Ásia pode aumentar violência, diz livro

da BBC Brasil

Dois dos países mais populosos do mundo, China e Índia, podem passar por um período de instabilidade e violência se não conseguirem diminuir o número de nascimento de meninos em relação ao de meninas.

O alerta foi feito no livro "Bare Branches: The Security Implications of Asia's Surplus Male Population", que destaca que o número maior de pessoas do sexo masculino vai fazer com que um grande número de homens não consigam casar.

Dados oficiais do governo chinês mostram que nascem dois milhões de homens a mais do que mulheres todos os anos.

O livro diz que este deseqüilíbrio entre a população masculina e feminina pode acabar espalhando a violência.

"Existem muitos exemplos. No passado na Índia --nas áreas em que o infanticídio feminino era praticado de tal maneira que existiam poucas mulheres-- existia, por causa disso, muita rivalidade entre tribos, entre castas, entre grupos étnicos ", disse à BBC Andrea den Boer, da Universidade de Kent, na Inglaterra, que é co-autora do livro.

Marginalidade

Andrea den Boer também destacou um caso ocorrido na década de 1850 na China, na região de Hwi Pai, onde existiam 129 homens para cada cem mulheres. Os homens, muitos deles que tinham recebido treinamento militar e não conseguiam encontrar trabalho, acabaram caindo na marginalidade.

"No final das contas, isto resultou em uma rebelião em larga escala - eles se uniram com outros grupos de revolucionários - e acabaram controlando parte da China," disse a co-autora do livro.

Tanto na Índia como na China os pais costumam buscar formas de garantir o nascimento de bebês do sexo masculino, incluindo o infanticídio de meninas e aborto seletivo.

Os dois países possuem uma longa tradição em favor dos homens. Os hindus aconselham as mulheres a se banharem com leite para que tenham bebês do sexo masculino.

Já na China, um provérbio alerta dizendo que o nascimento de meninas destrói fortunas.

Problema

Andrea den Boer lembra, no entanto, que uma maior população masculina não vai resultar necessariamente em conflitos ou estabilidades.

A correspondente da BBC em Pequim, Louisa Lim, disse que o governo chinês tem tratado a questão como um problema. No momento, os dados oficiais mostram que nascem 117 meninos para cada cem meninas.

O caso mais grave é na província de Hinan, no sul da China, onde dados oficiais mostram que existem 135 meninos para cada cem meninas.

Autoridades estão se mostrando preocupadas com as possíveis conseqüências negativas para a sociedade, como o aumento da prostituição, tráfico de mulheres, seqüestros e bigamia.
 

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