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08/03/2005 - 15h41

Entenda o conflito na Tchetchênia

da BBC Brasil

Há quanto tempo dura o conflito na Tchetchênia?

A Tchetchênia declarou independência da Rússia em 1991, mas o ex-presidente russo Boris Ieltsin esperou até 1994 para enviar tropas à região, para restaurar a autoridade de Moscou.

A primeira guerra da Tchetchênia terminou com uma humilhante derrota para as forças russas, em 1996.

Em 1º de outubro de 1999 o então primeiro-ministro russo (e depois presidente) Vladimir Putin deu início a uma nova ofensiva, uma "operação antiterrorista" parcialmente desencadeada por uma onda de atentados contra apartamentos em Moscou e em outras partes da Rússia.

Putin atribuiu os ataques a rebeldes tchetchenos.

Ainda no início de 1999, forças tchetchenas tentaram estabelecer um Estado islâmico na república autônoma russa do Daguestão, que faz fronteira com a Tchetchênia.

O que querem os tchetchenos?

A população média busca paz e tranqüilidade.

Combatentes rebeldes querem independência ou, pelo menos, um governo autônomo, que eles quase obtiveram após 1996.

Assim que as forças militares deixaram o país, em 1997, os tchetchenos elegeram o seu próprio presidente --Aslan Maskhadov, um ex-oficial da artilharia soviética que havia sido o principal comandante militar dos rebeldes tchetchenos.

A decisão sobre o status político da Tchetchênia foi adiada por cinco anos, após um acordo de paz ter sido negociado pelo governo tchetcheno com Moscou.

Mas, durante o período de paz, Maskhadov foi incapaz de controlar seus comandantes mais radicais e a república rebelde mergulhou na anarquia, tornando-se uma das "capitais mundiais" no ato de tomar reféns.

No que se transformou a política de Putin?

Em outubro de 2003, o líder tchetcheno pró-Moscou Akhmad Kadyrov foi eleito presidente, após a realização de um controvertido referendo em março daquele ano. Os principais rivais de Kadyrov se retiraram da disputa antes da eleição.

O referendo aprovou uma nova Constituição que dava à Tchetchênia maior autonomia, mas estipulava que a república continuaria integrando a Rússia.

A eleição presidencial e o referendo puderam ser realizadas apesar da crescente violência e da presença de milhares de soldados russos na Tchetchênia.

Se o presidente Putin imaginou que um líder pró-Moscou poderia resolver o problema, o líder russo subestimou a determinação e a brutalidade dos rebeldes tchetchenos.

Kadyrov já havia escapado de uma série de tentativas de assassinato até ter sido morto na capital tchetchena, Grozni, em um mega-atentado a bomba num estádio de futebol, realizado em maio deste ano. E os rebeldes seguiram atacando outros alvos na Rússia.

Diversos atentados suicidas a bomba contra alvos russos têm sido realizados desde o cerco de um teatro de Moscou em 2002, quando militantes tchetchenos tomaram centenas de reféns.

Um ataque atribuído aos separatistas tchetchenos em fevereiro e realizado no metrô moscovita matou dezenas de pessoas.

Continuam acontecendo ataques diários contra tropas russas na Tchetchênia e civis tchetchenos seguem desaparecendo em decorrência das operações de segurança das forças russas.

Existem perspectivas para a paz?

Não. O plano da Rússia de normalização da região está desordenado, após a morte de Kadyrov.

Os rebeldes não deram qualquer sinal de que pretendem interromper seus ataques esporádicos, mas destrutivos --que agora vêm se intensificando através de atentados suicidas.

Autoridades russas disseram que 250 rebeldes, disfarçados de policiais, lançaram um ataque coordenado em Grozni, no dia 21 de agosto de 2004, pouco antes de uma visita do presidente Putin.

Moscou não está disposta a realizar negociações de paz com os rebeldes e desde os atentados de 11 de setembro de 2001 tem havido pouca pressão internacional por uma solução negociada por um conflito.

Os rebeldes têm ligações com a Al Qaeda?

Parece provável.

Sabe-se que há anos voluntários islâmicos viajaram para a Tchetchênia para se aliar à luta pela independência. Segundo relatos, eles aderiram aos rebeldes após terem feito treinamentos em campos do Afeganistão e do Paquistão.

Em outubro de 2002, um dos suspeitos de realizar os atentados de 11 de Setembro disse a um tribunal alemão que o suposto líder dos seqüestradores dos aviões, Mohammed Atta, pretendia combater na Tchetchênia.

Um dos principais militantes que combateu no conflito foi um árabe conhecido como Khattab --um veterano da guerra do Afeganistão contra a então União Soviética. Khattab teria supostamente mantido ligações telefônicas com Osama bin Laden.

Telefonemas interceptados também fizeram com que autoridades americanas alegassem que combatentes tchetchenos estabelecidos na Geórgia, perto da fronteira com a Tchetchênia, estavam em contato com a Al Qaeda.

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