Veja repercussão internacional sobre a morte de d. Aloísio Lorscheider

Uma reportagem do jornal argentino "Página/12" define o cardeal D. Aloísio Lorscheider, que morreu neste domingo em Porto Alegre, como um "herói do Brasil".

"Reconhecido como militante dos direitos humanos e da reforma agrária, Lorscheider se identificou com a Teologia da Libertação durante a década de 70, e teria sido um dos candidatos ao papado nos dois conclaves de que participou em 1978", escreve o jornal, nesta segunda-feira.

A morte do cardeal foi destaque também no jornal espanhol "ABC", em reportagem intitulada "O brasileiro que podia ter sucedido Paulo 6º".

"Na sucessão (do papa) Paulo 6º, o nome do brasileiro era um dos mais mencionados para ocupar o pontificado que no fim recaiu sobre o cardeal italiano Albino Luciani (Sua Santidade João Paulo 1º)", recordou o "ABC".

O jornal disse que d. Aloísio Lorscheider se distinguiu "por sua luta ferrenha contra o regime militar que governou o país entre 1964 e 1985".

Já o italiano Il Giornale reconhece que d. Aloísio foi "um dos protagonistas da história da Igreja latino-americana", e lembra que o cardeal recebeu, em sua vida, "diversas ameaças de morte por suas denúncias sociais".

D. Aloísio, arcebispo emérito de Aparecida (SP) e ex-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), morreu aos 83 anos na UTI do Hospital São Francisco, em Porto Alegre. Ele estava internado desde o dia 11, após sofrer um acidente vascular cerebral.