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05/01/2008 - 20h18

Líder da oposição critica oferta de unidade no Quênia

da BBC Brasil

O líder de oposição do Quênia Raila Odinga mostrou neste sábado ceticismo quando a uma proposta de formar um governo de união nacional com o presidente do país, Mwai Kibaki.

O presidente, reeleito na semana passada em eleições que provocaram uma onda de violência no país, declarou em uma mensagem neste sábado que está "pronto para formar um governo de unidade nacional que possa não apenas unir os quenianos, mas também ajudar no processo de recuperação e reconciliação".

Em resposta, Odinga, que acusa Kibaki de ter trapaceado nas eleições, disse que um governo de unidade nacional seria "enganar os quenianos, afastando-os seus direitos".

"Nós sabemos como o governo de unidade nacional funciona. Nós estivemos nessa antes com Kibaki", disse.

Ele disse que está disposto a negociar com o presidente, mas não por meio da imprensa, e que apenas levaria a sério um convite oficial para participar de negociações --o que ele diz ainda não ter recebido.

"Nosso ponto de partida é que Kibaki não está lá legalmente. Ele não deve vir à mesa de negociações como presidente", disse.

Odinga também exigiu que um mediador internacional intervenha para resolver a disputa.

Trauma

Neste sábado, a situação no Quênia pareceu ter se acalmado um pouco, depois confrontos que deixaram mais de 350 mortos desde as eleições presidenciais do dia 27 de dezembro.

Mas os sinais da violência dos últimos dias ainda são claros em várias partes do país.

A correspondente da BBC Karen Allen visitou o povoado de Burnt Forest, no oeste do Quênia, onde mais de cem pessoas morreram. Segundo ela, os corpos carbonizados de moradores ainda não foram enterrados e os sobreviventes estão traumatizados.

Kibaki teve uma reunião em Nairóbi a diplomata americana Jendayi Frazer. Segundo apurou a BBC, a delegação americana está tentando convencer as partes envolvidas na crise a aceitarem um governo de unidade.

Um empecilho a isso pode ser a divisão étnica do país. Kibaki tem o apoio do principal grupo étnico queniano, o Kikuyu, enquanto os Luo e os Kalenjin, do oeste do país, são simpáticos a Odinga.

A expectativa agora é para a chegada --ainda sem previsão-- do presidente da União Africana, John Kufuor, que deve intensificar o esforço em busca de uma solução política para o impasse.

As negociações acontecem no momento em que a ONU alerta que uma crise humana está aumentando no Quênia, onde pelo menos 250 mil pessoas fugiram de suas casas, temendo a violência.

A região mais atingida pela crise seria o oeste do país, e se acredita que mais da metade dos afetados sejam crianças.

Segundo outro correspondente da BBC no Quênia, Adam Mynott, há muita comida no país, mas os caminhões carregados não têm conseguido chegar aos que mais precisam porque há muitos criminosos atuando nas estradas.

 

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