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02/11/2004
-
10h35
da BBC Brasil, em Washington
Os analistas olham sem parar para as pesquisas de intenção de voto, para as expectativas de comparecimento às urnas, para o padrão de comportamento de indecisos e até para a previsão do tempo em busca de indicações sobre quem vai ser o vitorioso nas eleições presidenciais desta terça-feira nos Estados Unidos.
Mas são tantas as variáveis, e a disputa permanece tão apertada, que os americanos acordaram, no grande dia das eleições 2004, em um clima de total incerteza a respeito do resultado das eleições.
A maioria dos analistas concorda em um ponto: com poucos indecisos sobrando e a corrida concentrada em alguns poucos Estados, vai ganhar o partido que conseguir tirar mais gente de casa para votar no dia das eleições.
A previsão é de que o comparecimento às urnas fique perto dos 60% da população apta a votar. Na história recente dos Estados Unidos, a eleição de 1992 (George Bush contra Bill Clinton) foi a de maior participação (58%).
"Em algumas eleições, observamos que o alto comparecimento às urnas é associado a uma insatisfação com o governante, como na vitória de Ronald Reagan sobre Jimmy Carter, em 1980", observa a professora do departamento de Comunicação da Universidade Georgetown, Diana Owen.
Base
Os democratas fizeram um grande esforço de registro de novos eleitores --em especial, jovens-- durante os últimos meses e esperam colher os frutos desta estratégia nas eleições.
Alguns analistas dizem que o voto jovem pode ser uma das grandes surpresas das eleições, já que pode não estar sendo claramente refletido nas pesquisas de intenção de voto.
"Mas é importante lembrar que o Partido Republicano também fez um trabalho agressivo em busca de novos eleitores", observa Diana Owen.
Um dos grupos com os quais os republicanos contam é o de conservadores morais, os "4 milhões de cristãos evangélicos que não votaram em 2000", como disse o principal estrategista da campanha de George W. Bush, Karl Rove.
O presidente agradou muito esta parcela de sua base durante seu mandato --com as investidas do governo contra o casamento homossexual e o aborto, por exemplo-- e há a expectativa de que o comparecimento destes eleitores às urnas poderia compensar o efeito da entrada dos jovens democratas na equação.
Tempo
Até a previsão do tempo está entrando nas avaliações de analistas sobre possíveis resultados para as eleições.
A lógica é que o tempo bom incentivaria o eleitor a sair de casa e votar, facilitando os esforços de arregimentação dos dois partidos.
"O interesse nestas eleições está acima da média. Acho que só problemas que provoquem filas muito grandes, principalmente se o tempo estiver ruim, podem desestimular algumas pessoas", disse Owen.
O tempo, no entanto, parece favorável em quase todo o país, com a notável exceção do crucial Estado de Ohio, onde algumas chuvas fortes são esperadas.
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EUA chegam ao dia das eleições em clima de total incerteza
PAULO CABRALda BBC Brasil, em Washington
Os analistas olham sem parar para as pesquisas de intenção de voto, para as expectativas de comparecimento às urnas, para o padrão de comportamento de indecisos e até para a previsão do tempo em busca de indicações sobre quem vai ser o vitorioso nas eleições presidenciais desta terça-feira nos Estados Unidos.
Mas são tantas as variáveis, e a disputa permanece tão apertada, que os americanos acordaram, no grande dia das eleições 2004, em um clima de total incerteza a respeito do resultado das eleições.
A maioria dos analistas concorda em um ponto: com poucos indecisos sobrando e a corrida concentrada em alguns poucos Estados, vai ganhar o partido que conseguir tirar mais gente de casa para votar no dia das eleições.
A previsão é de que o comparecimento às urnas fique perto dos 60% da população apta a votar. Na história recente dos Estados Unidos, a eleição de 1992 (George Bush contra Bill Clinton) foi a de maior participação (58%).
"Em algumas eleições, observamos que o alto comparecimento às urnas é associado a uma insatisfação com o governante, como na vitória de Ronald Reagan sobre Jimmy Carter, em 1980", observa a professora do departamento de Comunicação da Universidade Georgetown, Diana Owen.
Base
Os democratas fizeram um grande esforço de registro de novos eleitores --em especial, jovens-- durante os últimos meses e esperam colher os frutos desta estratégia nas eleições.
Alguns analistas dizem que o voto jovem pode ser uma das grandes surpresas das eleições, já que pode não estar sendo claramente refletido nas pesquisas de intenção de voto.
"Mas é importante lembrar que o Partido Republicano também fez um trabalho agressivo em busca de novos eleitores", observa Diana Owen.
Um dos grupos com os quais os republicanos contam é o de conservadores morais, os "4 milhões de cristãos evangélicos que não votaram em 2000", como disse o principal estrategista da campanha de George W. Bush, Karl Rove.
O presidente agradou muito esta parcela de sua base durante seu mandato --com as investidas do governo contra o casamento homossexual e o aborto, por exemplo-- e há a expectativa de que o comparecimento destes eleitores às urnas poderia compensar o efeito da entrada dos jovens democratas na equação.
Tempo
Até a previsão do tempo está entrando nas avaliações de analistas sobre possíveis resultados para as eleições.
A lógica é que o tempo bom incentivaria o eleitor a sair de casa e votar, facilitando os esforços de arregimentação dos dois partidos.
"O interesse nestas eleições está acima da média. Acho que só problemas que provoquem filas muito grandes, principalmente se o tempo estiver ruim, podem desestimular algumas pessoas", disse Owen.
O tempo, no entanto, parece favorável em quase todo o país, com a notável exceção do crucial Estado de Ohio, onde algumas chuvas fortes são esperadas.
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