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Em cúpula, Uribe deve apresentar provas que ligam vizinhos às Farc
da BBC
O presidente colombiano, Álvaro Uribe, chegou à Cúpula do Grupo do Rio, na República Dominicana, munido de uma vasta documentação que provaria a presença das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) em territórios colombiano e equatoriano, segundo afirma reportagem publicada nesta sexta-feira pelo jornal colombiano "El Tiempo".
Segundo o jornal, o principal do país, a documentação incluiria vídeos da guerrilha agindo nos países vizinhos à Colômbia, assim como partes de "discursos belicosos" feitos pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez, contra vários países durante seus nove anos de mandato.
O "El Tiempo" ainda especula que Uribe tem um outro "ás por baixo da manga" para "dar o troco" à Nicarágua, o mais novo ator da crise diplomática que se estabeleceu na região.
Segundo o jornal, o líder colombiano deve lembrar aos participantes da cúpula que, há 20 anos, a Nicarágua deflagrou, em Honduras, a "Operação Danto 88" para atacar forças guerrilheiras do movimento Resistência Nicaragüense, operantes no país vizinho.
Na quinta-feira, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, que comandava o país na época da incursão, anunciou o rompimento das relações diplomáticas com a Colômbia.
O anúncio foi feito após um encontro com o presidente do Equador, Rafael Correa, que fez um giro por alguns países latino-americanos, entre eles o Brasil, para explicar sua posição acerca da crise diplomática com a Colômbia.
Consenso
A reunião desta sexta-feira será a primeira vez em que os presidentes dos países envolvidos no impasse, Colômbia, Equador e Venezuela, se encontrarão desde que a crise foi deflagrada.
No último sábado, tropas colombianas bombardearam um acampamento de rebeldes das Farc dentro do território equatoriano.
A incursão terminou com a morte de 17 guerrilheiros, entre eles o número dois das Farc, Raúl Reyes, e deflagrou uma crise diplomática entre Colômbia e Equador.
Chávez declarou seu apoio a Correa e enviou tropas para a fronteira com Colômbia.
A expectativa é que o encontro entre os três líderes sirva para que eles cheguem a um consenso para pôr fim à crise, que continua mesmo depois da aprovação de uma resolução da OEA (Organização dos Estados Americanos), que reconheceu a "violação da soberania do território equatoriano".
Correa insiste, no entanto, em uma "condenação internacional" contra a Colômbia. Do contrário, ameaçou "responder ao agressor por seu ultraje".
A cúpula do Grupo do Rio reúne em Santo Domingo, capital dominicana, representantes de 14 países que formam o grupo. O Brasil estará representado pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim.
O presidente Lula está no Rio de Janeiro, onde visita três favelas da cidade para o lançamento do início de obras do PAC (Programa para Aceleração do Crescimento).
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