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07/03/2008 - 14h20

Disputa por Amazônia está na raiz da fuga da família real, diz historiador

JAIR RATTNER
da BBC Brasil, em Lisboa

Um historiador português defende a tese de que uma disputa territorial na região da Amazônia envolvendo a França e Portugal está na raiz da fuga da família real portuguesa para o Brasil em 1808, depois que os franceses invadiram o país europeu.

Para o historiador Jorge Couto, antes da invasão das tropas de Napoleão em 1807, os franceses pretendiam ampliar a Guiana Francesa até a margem norte do rio Amazonas.

"A reivindicação territorial foi feita em 1797 pelo Diretório, ainda antes de Napoleão assumir como imperador da França. Uma das atribuições do Diretório era a de fixar as fronteiras", disse Couto.

O historiador, que é diretor da Biblioteca Nacional de Lisboa --uma das principais fontes de pesquisa sobre a história de Portugal-- indicou quais eram os três objetivos da invasão francesa de Portugal: dividir o território português com os espanhóis, tomar posse das colônias portuguesas e colocar a marinha portuguesa a serviço dos franceses.

Construção da história

Para Couto, a ida para o Brasil foi uma grande saída do regente português D. João 6º. "Portugal era a única parte da Europa continental que não estava sob o domínio de Napoleão. Não havia alternativa. Entre os franceses e os ingleses, D. João escolheu o mal menor, os imperialistas mais inteligentes."

Ele conta que Portugal ainda tentou negociar com os franceses. "Foi oferecido direito de os franceses negociarem nos portos portugueses da mesma forma que os ingleses; foram oferecidas possessões na África, mas não no Brasil."

O historiador acredita que, por motivos políticos, procurou-se caracterizar a fuga da família real para o Brasil como atabalhoada e D. João 6º como uma figura caricata.

"Foi uma construção da história. Os países, para se firmarem como independentes tendem a diminuir o papel do colonizador, ridicularizá-lo."

Marinha

Os portugueses tinham nessa época 21 navios de guerra e 33 mercantes. Couto explicou que o objetivo francês de ter a Marinha portuguesa a serviço dos franceses e espanhóis se deve às derrotas marítimas desses países pelos ingleses nas batalhas de Abuquir, em 1798, e Trafalgar, em 1805.

Eles pretendiam usar os navios portugueses para combater o domínio inglês do mar. "A Marinha portuguesa era a terceira maior do mundo, atrás da inglesa e da americana. A espanhola e a francesa tinham sido destruídas e a dinamarquesa havia sido bombardeada pelos ingleses em 1805, no porto de Copenhague, quando a Dinamarca aderiu ao bloqueio continental à Inglaterra."

Comentários dos leitores
fernando pinelas (1) 26/08/2008 15h13
fernando pinelas (1) 26/08/2008 15h13
OS TUGAS SÃO UNS COBARDOLAS , SE O EXÉRCITO FRANCÊS NÃO TEM ESCORREGADO , NAS 3 INVASÕES QUE FEZ ALIADOS AOS NOSSOS AMIGOS ESPANHOIS , NÃO SEI NÃO . TALVEZ TIVESSE DE BERRAR MAIS ALTO . ASSIM ASSUSTOU , MAS LEVOU NA MONA 2 opiniões
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Alfredo A. Petit (1) 11/04/2008 23h34
Alfredo A. Petit (1) 11/04/2008 23h34
LAGO SUL / DF
Tenho mensagem para o Moacir Japiassu, já enviei pelo moacir japiassu@bol.com.br, mas retornou. Como fazer?
Euetu Nós
4 opiniões
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LILIAN ROSSI (52) 07/03/2008 19h17
LILIAN ROSSI (52) 07/03/2008 19h17
Pensei que o governo Lulla iria colocar a culpa de todo esse emaranhado de informações a respeito da Amazônia no ex-presidente Fernando Henrique. 14 opiniões
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