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31/12/2004
-
12h42
da BBC Brasil
A atriz Theresa Amayo decidiu adiar o traslado do corpo de sua filha Lys Amayo Benedek D'Avola para o Brasil para aguardar um pouco mais até que se encontre o paradeiro do marido da diplomata, que continua desaparecido.
"Hoje [sexta-feira], chegou o avião do Brasil com ajuda humanitária, medicamentos. Poderíamos partir hoje, mas decidimos esperar mais pelo Antonio já que eles eram tão felizes", disse a atriz de Bangcoc, na Tailândia, à BBC Brasil.
"Mas eu estou começando a perder as esperanças... A gente queria que os três ficassem juntos", disse, muito emocionada, sobre o traslado dos corpos do casal e do filho Gianluca, de 10 anos, também morto no maremoto do domingo.
"O embaixador chegou ontem de Phuket e disse que procurou [o corpo de Antonio] em todos os hospitais, em todas as tendas. Existe uma quantidade enorme de pessoas mortas, de feridos, muito mutilados, sem identificação."
"Às vezes eu fico pensando que talvez até fosse melhor que ele também tenha ido porque ele ficaria mutilado, sem a mulher que ama tanto, sem o filho."
Theresa Amayo disse que o corpo de sua filha com certeza irá ao Brasil para ser velado, mas ainda não sabe onde será o enterro, já que o marido é italiano e o filho tem dupla nacionalidade.
"Com certeza, o casal deve ser enterrado junto. Mas a toda a família [no Brasil] quer se despedir, mesmo os amigos no Itamarati já estão com passagem marcada para o Rio", disse, voltando a ficar emocionada.
"Está sendo muito difícil, é uma coisa tão terrível. A família praticamente toda foi embora."
De volta ao Brasil
Theresa Amayo disse que o casal tinha planos para se mudar de volta para o Brasil.
"Ele adorava o Brasil, queria morar no Brasil. Comprou uma casa há dois meses em Brasília."
Sobre o que aconteceu na ilha de Phi Phi no domingo, Theresa conta o relato que ouviu de sua neta, Thais, 20, a única sobrevivente da família.
"Minha neta ficou dormindo porque estava com dor de estômago. A mãe ainda falou: Você quer que eu fique? Mas ela respondeu: Não, vai, mamãe, eu vou dormir mais um pouco e depois a gente se encontra."
Segundo Theresa, o casal e o filho Gianluca nem chegaram a entrar no barco quando "uma muralha de dez metros" os atingiu, ainda no píer.
"Minha neta foi acordada pelo filho de um casal de amigos deles. Esse menino se salvou, não sei como. Ele chegou no quarto dela todo machucado, traumatizado, completamente aterrorizado."
Mãe de diplomata morta na Tailândia decide adiar retorno do corpo
MARCELO TORRESda BBC Brasil
A atriz Theresa Amayo decidiu adiar o traslado do corpo de sua filha Lys Amayo Benedek D'Avola para o Brasil para aguardar um pouco mais até que se encontre o paradeiro do marido da diplomata, que continua desaparecido.
"Hoje [sexta-feira], chegou o avião do Brasil com ajuda humanitária, medicamentos. Poderíamos partir hoje, mas decidimos esperar mais pelo Antonio já que eles eram tão felizes", disse a atriz de Bangcoc, na Tailândia, à BBC Brasil.
"Mas eu estou começando a perder as esperanças... A gente queria que os três ficassem juntos", disse, muito emocionada, sobre o traslado dos corpos do casal e do filho Gianluca, de 10 anos, também morto no maremoto do domingo.
"O embaixador chegou ontem de Phuket e disse que procurou [o corpo de Antonio] em todos os hospitais, em todas as tendas. Existe uma quantidade enorme de pessoas mortas, de feridos, muito mutilados, sem identificação."
"Às vezes eu fico pensando que talvez até fosse melhor que ele também tenha ido porque ele ficaria mutilado, sem a mulher que ama tanto, sem o filho."
Theresa Amayo disse que o corpo de sua filha com certeza irá ao Brasil para ser velado, mas ainda não sabe onde será o enterro, já que o marido é italiano e o filho tem dupla nacionalidade.
"Com certeza, o casal deve ser enterrado junto. Mas a toda a família [no Brasil] quer se despedir, mesmo os amigos no Itamarati já estão com passagem marcada para o Rio", disse, voltando a ficar emocionada.
"Está sendo muito difícil, é uma coisa tão terrível. A família praticamente toda foi embora."
De volta ao Brasil
Theresa Amayo disse que o casal tinha planos para se mudar de volta para o Brasil.
"Ele adorava o Brasil, queria morar no Brasil. Comprou uma casa há dois meses em Brasília."
Sobre o que aconteceu na ilha de Phi Phi no domingo, Theresa conta o relato que ouviu de sua neta, Thais, 20, a única sobrevivente da família.
"Minha neta ficou dormindo porque estava com dor de estômago. A mãe ainda falou: Você quer que eu fique? Mas ela respondeu: Não, vai, mamãe, eu vou dormir mais um pouco e depois a gente se encontra."
Segundo Theresa, o casal e o filho Gianluca nem chegaram a entrar no barco quando "uma muralha de dez metros" os atingiu, ainda no píer.
"Minha neta foi acordada pelo filho de um casal de amigos deles. Esse menino se salvou, não sei como. Ele chegou no quarto dela todo machucado, traumatizado, completamente aterrorizado."
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